Paulo César Santana (*)
Nos últimos anos, os novos perfis de consumidores, cada vez mais engajados na hora de pensar a origem dos bens e serviços adquiridos, têm contribuído para abertura de lojas colaborativas em Sergipe. Como o próprio nome sugere, este tipo de negócio visa reunir, em um mesmo espaço, atividades ligadas ao setor terciário, mas com um importante diferencial: todas elas iniciativas de microempreendedores locais.
De acordo com informações do Serviço de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), o fluxo acentuado de clientes, alinhado a uma maior fidelização dos mesmos, e a diminuição dos impactos causados por demandas sazonais estão entre os benefícios para quem pensa em entrar no ramo. Além disso, a troca serve para o fortalecimento da economia voltada aos empreendimentos que envolvem cultura e criatividade.
Na capital, a Casa Tua, espaço colaborativo que reúne negócios de diversos tipos, tem ajudado a dar visibilidade aos produtos e serviços de seus microempreendedores associados. Para umas das proprietárias da loja, Juliana Mitidieri, o propósito maior do estabelecimento está em possibilitar o equilíbrio entre o ser e o ter. “Um está ligado ao autoconhecimento, a autocura e ao olhar para dentro, enquanto que o outro diz respeito ao excetuar, fazer, realizar, empreender. Então queríamos uma casa onde se pudesse promover esses dois lados”, explicou a empresária.
Inaugurada em fevereiro deste ano, a empresa agrega, atualmente, 10 expositores, os quais contam com incentivos que favorecem o impulso dos negócios.
“Fazemos um contrato com esse expositor para aluguel de prateleira ou arara (tipo de estante), onde é feita a exposição do produto. E os custos com funcionários, embalagens, aluguel do espaço, toda a parte burocrática, fica com a gente, assim como todo investimento em marketing e comunicação. Então, é uma parceria de ganha-ganha em que, para quem está começando, é uma ótima oportunidade porque vai ter uma despesa baixa”, pontuou Juliana.
Lançada em 2012, a Feirinha da Gambiarra já é, constantemente, lembrada quando se trata de empreendedorismo colaborativo. Com enaltecimento à cultura, arte e criatividade locais, o evento reúne expositores de segmentos variados, promovendo também apresentações musicais e culturais, assim como atrativos para o público infantil.
“A ideia começou quando eu tinha um brechó onde recebia muitas pessoas, especialmente mulheres, que faziam suas marcas, criavam seus próprios produtos e precisavam de um lugar para expor esses materiais para venda. Decidimos então criar uma feirinha na rua em frente ao brechó, onde desenhei as barraquinhas, colocamos as gambiarras, avisamos aos vizinhos e chamamos os amigos para tocar”, relembrou a idealizadora Isabele Ribeiro.
Com o resultado positivo veio o convite para criação da Loja Gambiarra e, com isso, o negócio voltado ao apoio de pequenos empresários se expandiu também para o ambiente virtual. Com uma média de 20 a 30 expositores e seleção sempre aberta através de seu site, o empreendimento, segundo Isabele, busca principalmente retratar e fortalecer a sergipanidade por meio das marcas e peças expostas.
“Fazemos uma curadoria bem bacana com o intuito de vender produtos criativos sergipanos para o Brasil inteiro. A ideia também é proporcionar espaço para essas pessoas, renda, capacitação, impulsionando e dando suporte aos microempreendedores criativos”, reforçou a empresária.
Com a Simplé Colaborativo, mulheres empreendedoras contam com um espaço dedicado, exclusivamente, ao impulsionamento de seus negócios, a partir das vantagens advindas do modelo baseado no compartilhamento de custos. Atualmente com oito expositoras integradas ao projeto, entre elas mãe e filha fundadoras da loja, a empreitada surgiu como algo simples e que passou a ter como finalidade o apoio às marcas geridas por esse público, fortalecendo e estimulando o trabalho coletivo.
“Não era nosso intuito inicial criar um espaço grande e muito menos com a estrutura que temos hoje. Porém, quando começamos a pesquisar lugares, as oportunidades foram surgindo, mais pessoas ficaram interessadas e vimos que poderia ser algo muito maior do que imaginamos. Pensamos numa empresa que pudesse colaborar e ajudar outras mulheres a irem além nos seus negócios, pois acreditamos que estas têm um poder muito grande de se reinventar e, por isso, queremos ser catalisadoras para o seu sucesso”, contou uma das sócias da Simplé, Luísa Freitas.
Na época, a jovem estava terminando a faculdade de Moda e buscava um atelier para expor suas peças, ao mesmo tempo em que sua mãe iniciava no ramo da gastronomia. Segundo Luísa, o investimento para quem se interesse pelo modelo de negócio é definido por metro quadrado, com valores a partir de R$ 54,00 e sem a cobrança de porcentagem em cima das vendas, o que ela considerada como um importante diferencial.
“Não fazemos esse tipo de cobrança porque achamos bastante injusto e acaba confundindo as finanças das nossas parceiras. Separamos o espaço em boxes e as expositoras pagam um aluguel mensal em que está incluso o espaço físico escolhido, marketing através de redes sociais e outras mídias, e o e-commerce que permite a venda para todo o Brasil. Tudo selado através de um contrato de prestação de serviço. Além disso, a cada nova colaboradora damos um brinde da sua logo em um quadrinho, usado na parede dos seus produtos”, completou Luísa.
(*) Estagiário sob a orientação do jornalista Antônio Carlos Garcia
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