O neurologista austríaco Viktor Frankl, criador da Logoterapia e Análise Existencial, escreveu o seguinte: “Quando a situação for boa, desfrute-a; quando a situação for ruim, transforme-a; quando a situação não puder ser transformada, transforme-se”. Esta frase abre o primeiro capítulo do livro “Das muletas fiz asas”, do estudante de Jornalismo e engenheiro agrônomo Luiz Thadeu Nunes e Silva, 65 anos, que será lançado hoje, às 19 horas, na Livraria e Espaço Amei do São Luís Shopping, em São Luiz, no Maranhão. Luiz Thadeu assina a coluna “Lá vem História”, no Portal Só Sergipe. Ele conta no livro que é um homem “sem talento especial”. Essa afirmação chamou a atenção da jornalista Sandra Coutinho, correspondente da TV Globo Internacional em Nova York, que ao prefaciar a obra questiona: “Como alguém sem talentos viajaria pelos quatro cantos do mundo de muletas, a maioria das vezes sozinho e sem uma conta bancária bem recheada?”.
A vida de Luiz Thadeu pode ser dividida entre o antes e o depois do acidente de trânsito, num final de tarde do dia 11 de junho de 2003, quando seguia de táxi de João Pessoa para Fortaleza. Esse acontecimento o obrigou a fazer 43 cirurgias ao longo de seis anos de tratamento e esse episódio, radicalmente, mudou a sua vida. De alguém que estaria “condenado” a passar o resto dos dias numa cadeira de rodas, Luiz Thadeu colocou um par de muletas embaixo dos sovacos e ganhou o mundo. Viajou por 143 países em todos os continentes, e para 2022 já tem nove passagens internacionais compradas e pagas, sendo que uma delas é para dar a volta ao mundo. “Irei pisar em todos os continentes da terra e tomar banho em todos os oceanos em uma viagem só”. Ou seja, a meta de Thadeu é viajar todos os 193 países do mundo.
Apaixonado por São Luiz, conhecida internacionalmente com a “Ilha do Amor”, Luiz Thadeu diz ali [em São Luiz] ser o seu porto seguro e que “o mundo é seu quintal”. E olha que ele voou muito pelos quintais afora, mesmo com conhecimentos rudimentares de inglês, mas como dizia o velho Chacrinha, “quem não se comunica se trumbica”. Não faltam situações inusitadas para Luiz Thadeu contar: “Em um dia, tomei café da manhã em Milão, na Itália, peguei um avião e fui para a Bratislava, capital da Eslováquia, e almocei lá. De lá, peguei um ônibus e fui para Viena, capital da Áustria, onde jantei e dormi”.
Como viajar é uma das atividades que mais anima o globe-trotter maranhense, ele faz parte de diversos grupos de WhatsApp com pessoas que têm como meta sair pelo mundo, onde garimpa informações pela internet, vasculha as empresas áreas, usa bem o cartão de crédito para ganhar milhas e segue pelo mundo. Embora viajar seja algo fantástico, e como ensinou há séculos Santo Agostinho que “o mundo é um livro e aqueles que não viajam leem apenas uma página”, Luiz Thadeu, além contar sua história de vida nas 214 páginas de sua obra “Das muletas fiz asas”, diz que fazer contato com as pessoas, criar laços de amizade, é algo impagável.
Ele conta histórias surpreendentes de conexão entre as pessoas, como uma ocorrida no dia 12 de maio de 2019, quando ele tomava café em um hotel em Adis Adeba, capital da Etiópia, e, do nada, alguém o chama. Perplexo ao ser reconhecido tão longe de casa, Thadeu identifica Edilson Massuete, a quem tinha ajudado meses antes, em um grupo de WhatsApp, sobre migração em Israel. Uma outra história marcante, lembra Luiz Thadeu, foi a lição de generosidade que começou a vivenciar na Irlanda, ao tomar um ônibus com o filho Frederico, e cujo desfecho só foi acontecer num trem de Marrakesh para Casa Blanca. Como terminou essa e outras histórias, você só saberá se, literalmente, viajar nas páginas de “Das muletas fiz asas”.
Luiz não se considera um turista, mas um andarilho que descortina o mundo, sempre procurando baratear as despesas. Enquanto mais aquinhoados procuram abrigo nos melhores hotéis, ele busca os hostels. “Como sou viajante, ou melhor, um andarilho, e não tenho bolso forrado, procuro ficar hospedado na casa destas pessoas.”
Além de conquistas pessoais adquiridas ao longo destas viagens, Luiz Thadeu já foi reconhecido pelo Guiness Book, edição Brasil, como sul-americano que mais rodou o mundo de muletas. Cronista exemplar, ele escreve atualmente para 22 jornais no Brasil e um no exterior – Angola, na África – faz palestras pelo país e afirma que um dos seus hobbies “é contar a história de uma pessoa que tem limitações e que se superou”. E que superação! Após o acidente, ao invés de lhe prender, deu-lhe asas.
Asas, é bom que se frise, reconhecidas. Quando completou 130 viagens, ele ganhou uma placa em sua homenagem no Aeroporto de São Luiz, com os seguintes dizeres. “Deste aeroporto, partiu para o mundo, Luiz Thadeu Nunes e Silva, engenheiro agrônomo, andarilho e sonhador, que superou suas limitações, foi em busca de seus sonhos e pisou em mais de 130 países em todos os continentes da terra”.
E dos Correios, quando completou 140, mais uma homenagem: “Pelo mundo, o globe-trotter Luiz Thadeu visitou 140 países, sendo o brasileiro mais viajado do mundo com mobilidade reduzida.”
A partir deste ano, ele viajará pelos 193 países do mundo e, com certeza, não faltarão histórias deste cidadão que se transformou, como bem disse o neurologista austríaco Viktor Frankl, e botou o pé na estrada, seguindo, literalmente, o pensador e filósofo chinês, Confúcio: “onde quer que você vá, vá com todo o seu coração.”
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