Mil duzentos e oitenta e cinco. Este é o número total de mulheres inscritas na Corrida Cidade de Aracaju, evento tradicional promovido pela Prefeitura Municipal de Aracaju em homenagem ao Aniversário da Cidade, comemorado no dia 17 de março. Este ano, além de ter um número recorde de participantes, a prova chamou atenção pela participação feminina, que corresponde a 42% do total de participantes.
A corredora Luciana Ramos é uma das atletas que participarão da corrida conhecida como “São Cristóvão – Aracaju”. Ela, que corre há oito anos, fará o maior percurso, que totaliza 24 km. “Eu já vou fazer minha quinta São Cristóvão-Aracaju. Quando eu comecei só tinha 25 km, umas 400, 500 pessoas e mulher não tinha nem 100. Quando a distância aumentou para 5 e 10 km, melhorou, mas nós ainda éramos poucas. Hoje tem mais de mil, é uma coisa fabulosa”, disse.
Idealizadora do grupo Corredores de Aracaju, fundado em 2011, ela contou que a sua relação com a corrida começou por influência do esposo, que inscreveu o casal em uma corrida em Salvador (BA) antes mesmo de Luciana começar a dar os primeiros ‘trotes’. “Eu nunca tinha corrido nem 100 metros. Meu marido de vez em quando corria, mas eu não sabia. Então ele nos inscreveu numa corrida em Salvador, com uns dois meses de antecedência, e falou para eu me preparar. Ficou aquela interrogação na minha cabeça: ‘como, se eu nunca corri na minha vida?’ Comecei a fazer uns treininhos, fiz essa primeira prova e me apaixonei. De lá para cá, já tenho mais de 200 provas realizadas, 18 meias maratonas, uma maratona e um treino de 52 km”, disse orgulhosa.
Uma das idealizadoras de um grupo de corrida exclusivamente feminino, Roseane Tavares, conta que é uma surpresa boa ver todo dia entrar mais mulheres no mundo da corrida. “Eu sei que Aracaju tinha pouquíssimas mulheres mesmo nessa área, principalmente na São Cristóvão-Aracaju, que é a principal corrida do Estado. É como se fosse uma realização minha”, declarou.
Segundo ela, um dos fatores para a crescente participação feminina é o crescimento da prática de corrida a nível nacional. “A corrida é um esporte democrático, fácil e, junto a isso, as pessoas estão mais preocupadas com a qualidade de vida. Além disso, acho que é o resultado que a corrida dá. É uma sensação tão boa, de prazer, que vai contagiando cada vez mais, vai chamando mais amigas e difundindo mais”, afirmou.
“A queridinha”
O perfil das corredoras é diferenciado. Cada uma tem uma realidade, uma rotina de treinos, um motivo pra ter entrado no mundo das corridas. Uma coisa, porém, é comum a todas: o encantamento pela corrida do Aniversário da Cidade. Na opinião de Luciana Ramos, para quem corre no Estado a Corrida Cidade de Aracaju é a grande estrela. “Sem dúvida nenhuma, das provas que a gente tem no calendário atual, ela é a mais esperada e a mais difícil. Ela é meio que a nossa São Silvestre. Quem começa a correr aqui em Sergipe pensa logo em fazer a São Cristóvão. Eu acho que a nossa realização enquanto corredor é fazer essa prova. Ela é a cereja do bolo”, declarou.
Para Roseane Tavares, uma das idealizadoras do grupo Divas Running, a corrida São Cristóvão-Aracaju é sempre sinônimo de desafio e realização. Ela, que corre há oito anos, está indo para sua terceira prova Cidade de Aracaju. “É a realização de todo corredor em Sergipe. Quem ainda não está, fica se inspirando na gente para chegar lá. Quem já está, quer sempre melhorar um pouquinho, como é o meu caso. Eu era muito resistente a ela, eu sempre soube que era muito sofrida e eu não queria isso. Aí resolvi fazer no ano passado e fiquei no segundo lugar na minha categoria”, contou animada.
Já a publicitária Ila Menezes, conta que fazer a Corrida São Cristóvão-Aracaju sempre foi uma das suas metas desde que começou a correr. “Eu me tornei meia maratonista porque eu queria fazer a São Cristóvão-Aracaju. Eu precisei seguir essa ordem para preparar o meu corpo e a minha cabeça, mas meu grande objetivo era fazer a São Cristóvão-Aracaju”, disse.
Ila contou que sua relação com a prova começou há muitos anos. Como morava na avenida Barão de Maruim, por muitas vezes ela foi para a porta de casa assistir a passagem dos corredores. “Eu assistia o pessoal passando, mas aquilo era muito distante de mim, eu ficava fascinada. Na minha visão de leiga, eu achava que todo mundo que estava ali era atleta profissional, atleta de ponta, e eu jamais me imaginaria naquela posição”, disse.
Sua relação com a corrida mudou após o início do relacionamento com o seu esposo, que é corredor. No início, ela ia para as provas acompanhá-lo, mas logo se interessou e resolveu experimentar. “Eu comecei a ficar cada vez mais fascinada. Ao longo do tempo, quando eu fui me aproximando mais desse mundo, conhecendo mais pessoas, eu fui achando que talvez fosse possível e em 2017 eu realizei esse sonho. Na verdade, eu me tornei meia maratonista porque eu queria fazer a São Cristóvão-Aracaju”, contou.
Expectativa
A corredora Ila Menezes aguarda ansiosa para o grande dia. Ela garantiu sua inscrição logo no primeiro dia em que foi aberta. “Ano passado foi mais para conhecer, para saber se eu realmente conseguia, eu ainda estava muito insegura. Esse ano eu estou me preparando para melhorar o meu tempo. Estou fazendo um trabalho polivalente com nutricionista e com musculação. Depois que eu consegui fazer a São Cristóvão-Aracaju, eu vi que esse é o meu objetivo. Então todo ano eu me preparo para poder chegar bem nessa corrida”, declarou.
Segundo ela, lembrar da estreia no ano passado é especial porque a prova é difícil e precisa de um bom preparo físico e emocional. “Foi uma preparação muito dura. Como a corrida tem muita ladeira, não é só resistência, não é só velocidade. Você tem que ter força também. Estar ali, ver o pessoal de São Cristóvão, principalmente as crianças recebendo você, querendo bater na sua mão, e depois chegar à cidade, foi incrível mesmo. A minha família toda foi me receber, foi uma sensação incrível”, relatou emocionada.
Indo para sua terceira corrida Cidade de Aracaju, Roseane disse que os dias que antecedem a prova são de ansiedade. “Atualmente, os treinos de todos os clubes estão voltados para a São Cristóvão. Todo sábado tem um treino coletivo programado para a Corrida. Tem muita gente que vai estrear, que faz só os 10 km, como primeira vez, porque ela ainda é um esforço muito grande. Quem faz uma vez, quer sempre fazer e, quem não fez ainda, está focando em fazer isso e um incentiva o outro”, pontuou.
Já para Luciana Ramos, a prova é diferenciada porque o nível de dificuldade é alto, mas a satisfação também. “É a única prova que a gente tem um apoio popular enorme, a interação com as pessoas na rua, é uma energia muito boa, fantástica, muito incentivadora para a gente estar fazendo. É uma corrida que a pessoa termina cansada, mas termina com a sensação de superação. Você diz assim ‘Hoje eu fiz mais. Hoje eu sou corredora mesmo porque eu fiz a São Cristóvão-Aracaju'”, destacou.
Segundo ela, a expectativa em torno da prova deste ano é a melhor possível. “A expectativa é fazer uma prova boa, tranquila e, como sou corredor amadora, minha expectativa na São Cristóvão é sempre terminar bem. Chegar dentro do que eu tenho treinado, tranquila e sem estar exausta. Terminar inteira e colocar mais uma medalha no currículo”, ressaltou.
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