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Maternidade Municipal Lourdes Nogueira completa 90 dias com mais de 700 partos realizados

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A Maternidade Lourdes Nogueira completa 90 dias de funcionamento nesta segunda-feira, 17 de julho. São três meses desde que a Prefeitura de Aracaju inaugurou a primeira unidade pública do município para a prestação de serviços obstétricos e neonatais, um marco histórico para a cidade. De lá para cá, mais de 700 bebês vieram ao mundo nessa maternidade que, de maneira prioritária, oferta serviços a partir de um olhar humanizado às pacientes e seus filhos, garantindo assim boas memórias desse momento tão especial e delicado.

Maternidade Lourdes Nogueira Foto: Marcelle Cristinne

Fruto de um investimento superior a R$18 milhões, a Maternidade Lourdes Nogueira foi construída no bairro 17 de Março. As suas instalações ocupam uma área de 7,6 mil m², sendo o prédio composto por quatro pavimentos com 50 leitos obstétricos, 10 leitos de Terapia Intensiva (UTIN), 15 leitos de Unidade de Cuidado Intermediário Convencional (UCINCO) e a inovadora Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCA), que permite o contato pele a pele do bebê com a mãe e/ou o pai, dentro do conceito de atendimento humanizado preconizado pela Organização Mundial de Saúde.

De acordo com a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, dos mais de 700 partos realizados na maternidade, 70% deles foram naturais e de forma autônoma, demonstrando que a unidade vem cumprindo com o seu objetivo de prestar serviço com um modelo de humanização desde o acolhimento ao parto, com foco na sensibilização e estimulação do parto normal, aquele mais natural possível.

Ainda conforme a secretária, na unidade, as mães são sensibilizadas para terem um olhar ao parto normal como sendo o melhor para elas e para as crianças. Quando uma mãe vai para a cesária é porque não houve condições clínicas do parto normal. Do total de atendimentos, mais de 70% foram de usuárias de Aracaju, dado que reafirma a importância dessa unidade para todo o estado, pois parte da população atendida na maternidade é proveniente de outros municípios, como Nossa Senhora do Socorro, Barra dos Coqueiros, São Cristóvão, e daqueles mais distantes da região metropolitana, a exemplo de Porto da Folha, Poço Verde, Ilha das Flores, além de municípios baianos.

“A maternidade tem sido referência no sentido de ser um espaço onde as mulheres podem, de forma natural, ter os seus filhos, e de forma muito humanizada. Temos oito quartos de PPP (pré-parto, parto e pós-parto), que são salas com alguns equipamentos fisioterapêuticos, com uma equipe multidisciplinar disponível justamente para ajudar essa mãe a encontrar a melhor forma de ter seu filho. Além disso, estamos sendo referência para mulheres de outros municípios que têm o desejo de ter os filhos de maneira natural. Elas têm vindo para cá”, afirma Waneska Barboza.

Dos mais de 721 partos realizados na maternidade até o dia 11 deste mês, 458 foram normais e 263 cesarianas, dos quais vieram ao mundo 362 meninas e 359 meninos. Aracaju lidera o número dos partos na unidade, com 512 partos realizados, o que representa quase 72% do total, seguido dos municípios de Nossa Senhora do Socorro, com 70 partos, e São Cristóvão, com 48 partos. Ao todo, a Maternidade Lourdes Nogueira já atendeu usuários de 34 municípios, sendo 32 de Sergipe e outros dois das cidades Rio Real e Fátima, localizados na Bahia.
“Hoje, se a pessoa for procurar parto humanizado na rede privada, só é disponibilizado para quem pode pagar. Um parto desse tipo custa em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Até quem tem plano de saúde às vezes não tem acesso. Mas, nós temos uma maternidade que foi pensada com essa lógica, está em funcionamento e atende a esse objetivo, que é fazer do nascimento um evento social. A maternidade tem esse lado humano que tem sido ofertado e que, graças a Deus, tem cumprido a sua função”, reitera.

Avaliação positiva

A secretária reforça ainda que mais de 90% das usuárias da maternidade avaliam a unidade como positiva, com destaque ao atendimento humanizado, como é o caso de Wagnar de Jesus Vieira, mãe dos gêmeos Ravy e Rayanna Vieira e Silva. Ela lembra que quando deu entrada na Maternidade Lourdes Nogueira, no dia 4 de junho, foi prontamente recebida pelas equipes do local e teve um impacto inicial pelo bom atendimento e o cuidado dispensado.

“Eu me senti acolhida assim que cheguei, e isso é algo que dificilmente a gente espera que aconteça nas outras maternidades. Superou todas as minhas expectativas. Todas as mulheres gestantes daqui do Santa Maria têm que se sentir seguras, porque a equipe da maternidade é muito maravilhosa”, destaca Wagnar.

Wagnar e os gêmeos Rayanna e Ravy Foto: Marcelle Cristinne

O trabalho de parto de Wagnar foi um verdadeiro evento de nascimento e ela reporta isso ao profissionalismo dos médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e demais integrantes da equipe multiprofissional que acompanha não só ela, mas todas as pacientes que dão entrada na unidade.

“A maternidade está de parabéns. Até as profissionais mais jovens pareciam já ter anos de atuação, porque são muito capacitadas. Eu contei com muito apoio de todas, porque eu tenho uma filha pequena, então precisava vir em casa, e elas me deram essa oportunidade, que eu não sei se outra maternidade faria isso. Sem contar os kits que eu recebi e me ajudaram bastante. Veio com as roupas, que são ótimas, fralda, sabonete, bolsa”, reconheceu Wagnar.

Hoje, os gêmeos já estão com mais de um mês de nascidos e a mãe conta que continua recebendo todo o apoio dos profissionais da unidade. “Estou tendo também muita atenção desde que saí da maternidade. Disseram para qualquer coisa que eu sentisse ou precisasse, que era para ligar para lá e retornar. O pessoal da comunicação também é muito atencioso, já veio aqui na minha casa, e o pessoal do Cras [Centro de Referência da Assistência Social] também está me dando assistência. É toda uma rede que a Prefeitura de Aracaju dispõe e eu venho sendo muito bem atendida”, reforça.

O tratamento especializado com a mãe e o bebê na Maternidade Lourdes Nogueira também foi constatado por Wesley Moura Cruz, pai de Melinda Nascimento Moura, nascida no dia 9 de julho, às 7h52. Ele teve a oportunidade de acompanhar o parto da esposa Jaqueline Nascimento, e conta que o que vivenciou foi uma belíssima experiência.

“Eu vi todo o nascimento da minha filha e foi muito lindo. Eu vi desde o cabelinho, ao corpo inteiro nascendo. Foi uma coisa sensacional, muito bonita. A equipe de profissionais é muito atenciosa, tanto com a mãe quanto com a bebê assim que nasce, então só tenho a elogiar a maternidade. O trabalho dos fisioterapeutas também foi muito bom na hora das contrações, ajudou muito, foi lindo. A maternidade tem muitos diferenciais, e até a alimentação aqui é uma das principais”, elogia Weskley.

Elaine Pereira, mãe de Oliver Foto: Marcelle Cristinne

A jovem Elaine Pereira também deu à luz a Oliver Pereira na Maternidade Lourdes Nogueira no dia 8 de julho. Residente do bairro Siqueira Campos, a mãe conta que fez todo o pré-natal na Unidade Básica de Saúde de sua região e quando a Prefeitura de Aracaju inaugurou a primeira maternidade municipal da capital, ela já não teve dúvida de onde teria seu filho.

“Eu já sabia da maternidade, mas a médica fez questão de reforçar que eu seria muito bem atendida aqui, então vim direto para cá. Meu parto foi normal e foi perfeito. Quando cheguei já tinha cinco centímetros de dilatação, então foi mais rápido. Os profissionais foram ótimos comigo, ninguém forçou nada, aconteceu tudo conforme o meu próprio corpo queria, foi excelente e isso me garantiu uma experiência perfeita. As pessoas falam muito sobre parto e então eu achei que seria algo mais complicado, mas, está tudo dando certo até agora”, relatou a mãe de primeira viagem.

Atendimento multidisciplinar

De modo a reforçar o seu caráter de atendimento humanizado, a maternidade realiza um atendimento multidisciplinar para assegurar, desde a chegada da paciente, um acompanhamento de psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos e assistentes sociais.  Para a diretora técnica da maternidade, Stephanie Almeida, esse é um dos pontos mais representativos no que diz respeito ao funcionamento da unidade.

Atendimento na Maternidade

“Eu destaco o fato de que a paciente é atendida por uma equipe multidisciplinar, que se conversa, que trabalha realmente focada na paciente. Então a gente tem esse olhar que é focado na paciente. Isso possibilita que a paciente receba o melhor tratamento. Além de toda a parte técnica, isso é feito de forma humanizada. Tanto porque a estrutura possibilita isso, quanto aàs ações dos profissionais, eles têm esse olhar humanizado. Acho que esse é o principal diferencial. Nós temos uma coordenação muito atuante, que sabe identificar situações que requerem um olhar mais atento. Essa integração e comunicação da equipe tem sido um diferencial também para a gente visar o melhor atendimento para a paciente, que vai refletir não só na satisfação dos usuários, mas em uma assistência de qualidade”, afirma a diretora.

O atendimento quando é humanizado, ressalta a secretária Waneska Barboza, trilha um caminho diferente, com um laço mais estreito entre os profissionais e as pacientes. Por isso, a Maternidade visa estabelecer esse contato com as grávidas, desde o momento em que ela inicia o pré-natal na Unidade de Saúde da Família.

“A partir daquele momento ela tem o compromisso de, regularmente, visitar a nossa equipe, para que avalie a sua gestação, veja a necessidade de alguns exames e medicamentos que ela vai precisar usar durante a sua gestação. Hoje, Aracaju já consegue ter mais de 80% das suas gestantes com, no mínimo, seis consultas de pré-natal, o que é um dado muito importante principalmente para reduzir a mortalidade infantil. Essas mulheres são acolhidas, vinculadas à equipe da Saúde da Família e são acompanhadas. Próximo ao final da sua gestação, elas começam a ser apresentadas ao espaço onde terão os seus filhos, como no caso da Maternidade Lourdes Nogueira, para que conheçam o local e a equipe que estará disponível, para conhecer como esse filho poderá vir ao mundo”, explica a secretária.

Acolhimento à população em situação de vulnerabilidade

Abarcando todas as vertentes que envolvem um atendimento humanizado, a Maternidade também mantém um olhar atento para acolher o público mais vulnerável, a exemplo de mulheres vítimas de violência e a população LGBTQIA+. Segundo a secretária Waneska, isso demonstra o quando o ‘olhar humanizado’ é ampliado dentro da unidade no sentido de prestar um serviço voltado não apenas para o nascimento por meio do parto normal, e no acolhimento da gestante e seus familiares, mas de também oferecer um serviço para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, seja a mulher, o homem, ou a criança, por meio de uma escuta especializada.

“Quando nós pensamos nos serviços que a nossa maternidade iria oferecer para a população, e já que pensamos em ser uma maternidade referência nesse acolhimento e humanização, pensamos nisso, em acolher as necessidades da população. Esse é um serviço que hoje está habilitado para acolher pessoas vítimas de violência, independente do gênero, e depois desse acolhimento, fazer o devido encaminhamento; se essa mulher, se esse homem, se essa criança deve seguir e para onde deve seguir. Mas, o primeiro acolhimento é aquele que traz a pessoa que está sofrendo para dentro, para escutar. Obviamente tem a parte clínica, que é feita. Mas, tem a escuta, que é trazer conforto para essa pessoa que foi vítima de alguma violência, e depois organizar a trajetória dessa pessoa para onde ela deve dar segmento, onde ela deve ser tratada. Esse é o objetivo que a gente tem, e é isso que a nossa maternidade se propõe a fazer e já vem fazendo”, explica.

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