Por Antônio Carlos Garcia (*)
“Peregrino não reclama, só agradece.” Levando essa frase como um mantra, depois ter feito algumas queixas num grupo de peregrinos, o cirurgião e ex-venerável da Loja Maçônica Clodomir Silva, Hernan Centurion Sobral, percorreu, durante uma semana, 119 quilômetros de uma das trilhas de Santiago de Compostela, em março do ano passado, no noroeste da Espanha. Na noite da quarta-feira, 29, no auditório Professora Josefina Nogueira Soares, na Clínica San Giovanni, o médico contou, numa palestra para convidados como foi essa experiência da trilha, as lições aprendidas e, principalmente, como foi desafiar-se a si mesmo.
Ao citar os percalços vividos durante o longo percurso, Hernan Centurion procurou fazer, sempre, uma analogia com os problemas que todos enfrentam na trilha da vida. “Minha proposta, no Caminho de Santiago de Compostela, foi rever a essência, o espiritual, valorizando-os”, ressaltou. Em média, Hernan andava entre 17 a 25 quilômetros por dia, muitas vezes, sob a chuva e muito frio.
Durante a palestra, Hernan pendurou no pescoço a concha da vieira, dada a todos os peregrinos e que tem vários significados: metáfora da guiação de Deus pelos peregrinos; símbolo da origem da vida, fecundidade, conhecimento e proteção; de recordação ao retornarem de Finisterra, o fim mundo conhecido na época.
Embora conhecer-se a si mesmo seja um ato solitário e caminhar pela trilha tenha sido fundamental para essa introspecção, Hernan contou à plateia dois fatos interessantes: o primeiro é que a trilha é “um divã, um confessionário a céu aberto” e o outro é que nunca se está sozinho nesta caminhada.
Hernan Centurion afirmou que a caminhada de Santiago de Compostela começa quando a pessoa decide fazê-la. Ou seja, os caminhos foram percorridos já em Aracaju. E o que mudou na vida de Hernan depois desta trilha? Os filhos do médico, Henrique e Osório, disseram que o pai “que já era bom, voltou ainda melhor”.
O périplo do médico em Santiago de Compostela, desde sua saída de Aracaju até o final da caminhada, foi acompanhado pelo Portal Só Sergipe, e os artigos estão publicados na Coluna Domingo em Desbaste. Também estão na segunda edição do livro Domingo em Desbaste, cujo lançamento ocorreu em novembro do ano passado.
Assim como os milhares de peregrinos, Hernan Centurion seguiu os passos de um cidadão chamado Gotescalco, arcebispo de Le Puy, que conta a história, e teria sido o primeiro a fazer a caminhada, partindo de Aquitânia (França), no ano de 950, com uma grande comitiva.
Passados mais de mil anos desta empreitada, os peregrinos hoje encontram setas amarelas para não se perderem (mas alguns se perdem e andam por horas). Estas setas amarelas foram feitas por Elías Valiña, padre de O Cebreiro, primeira localidade galega do Caminho Francês, e Andrés Muñoz, presidente da Associação de Amigos do Caminho de Navarra, que dedicou boa parte da vida à melhoria e à conservação do Caminho Francês e da Via da Prata.
Ao clicar nos links abaixo, você poderá ler as reflexões do médico Hernan Centurion sobre a caminhada, lembrando uma máxima dita pelo palestrante na noite da quarta-feira. “A Santiago se vai, nunca se chega”. Ela continua para sempre.
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