Negócios

Mercado pet cresce em Aracaju

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Jamilcéia, da Rei Dog: mercado em crescimento

O mercado pet em Aracaju vem tendo um crescimento expressivo nos últimos anos.  É o que atestam os empresários do setor, tomando como base a procura das pessoas que têm animais de estimação. “As pessoas realizam um sonho, quando adquirem um filhote”, disse Jamilcéia Marques, gerente da Rei Dog, empresa alagoana que há dois ano abriu uma filial em Aracaju, com plano de crescimento em Sergipe.

“Temos uma clientela fiel que não para de crescer”, afirmou Jamilceia, ao comentar que os animais ajudam muitas pessoas, por exemplo, que têm depressão. “Os animais de estimação são membros da família, hoje”, disse. Na loja, que fica na avenida Nova Saneamento, há diversos produtos pet, animais para venda e uma veterinária para as consultas. Na Rei Dog, por exemplo, o cliente pode comprar um filhote que custa, em média, R$ 1,6 mil e sair de lá com enxoval pronto, cujo valor varia de R$ 1,5 a R$ 2 mil.

Criar um cachorro não é barato. Que o diga Roberto Alves de Souza, dono da cadela Mia, da raça Husky Siberiano, de 2,5 anos e que gasta R$ 2,5 mil por mês com hotel. “Como eu e minha esposa trabalhamos o dia inteiro, não podemos deixar a cadela em casa. Já tentamos, mas a cadela estragou parte do apartamento”, contou.  Essa semana, Roberto foi até a Rei Dog vacinar a cadela.

Bom mercado

Ricardo Gama, do Pet Club: animais são monitorados

Além da consulta ao veterinário, os itens mais procurados nas empresas pet são o banho e a tosa. O banho varia de R$ 35 a R$ 180, dependendo do tamanho do animal, enquanto que a tosa custa de R$ 70 a R 180, pelo mesmo critério – tamanho do animal.

Há cinco meses no mercado pet, a empresária Andressa Dantas Teixeira disse que o amor a fez abrir a “Bichos e Caprichos”. “Sempre gostei de animais. Meus pais abriram essa loja para mim e vejo que esse é um mercado em franco crescimento. Nossa loja está crescendo”, afirmou Andressa.

Muitas empresas oferecem um mix de serviços, a exemplo do Pet Club, na rua Nestor Sampaio,  que tem um diferencial: um hotel e creche, com diária de R$ 65. O empresário Ricardo Gama e a esposa Alessandra Vieira Torres, médica veterinária, são os responsáveis pelo empreendimento.  “Temos condições de hospedar aqui até 15 cachorros”, afirmou Ricardo.

No valor da diária estão inclusos banho, alimentação e médico veterinário de plantão, caso o animal apresente algum problema de saúde. “Nós disponibilizamos, também, um aplicativo e nele o dono do animal pode vê-lo remotamente”, disse Ricardo. Para ele, esse diferencial dá tranquilidade ao dono do cachorro  por fazer o monitoramento. “Quem tem um animal o trata como um filho”, frisou Ricardo.

Crescimento

O Brasil se tornou o segundo maior mercado global de produtos pet, com 6,4% de participação, ultrapassando o Reino Unido (6,1%) pela primeira vez. Em todo o Brasil, o mercado faturou R$ 20 bilhões e deve continuar crescendo em 2019. Em Sergipe, a Junta Comercial não conseguiu disponibilizar a tempo, o número de empresas pet que abriram no Estado entre 2017 até agora, embora todas estejam registradas.

Relatório da Euromonitor, empresa que analisa  as tendências de negócios e do consumidor em centenas de setores e países, o estilo de vida da sociedade impacta nos resultados positivos no mercado pet. “O tratamento do animal como membro da família impulsiona o crescimento do mercado em volume e, de forma mais acelerada, em faturamento à medida que os consumidores elegem produtos premium e investem mais na saúde e bem-estar do animal”, explica Caroline Kurzwell, analista da Euromonitor.”

As projeções da Euromonitor indicam que o setor deve continuar crescendo acima de muitas categorias de bens de consumo. Para 2019, estima-se faturamento acima de R$ 22 bilhões, um aumento de 6,9% em relação a 2018. Contudo, tanto o crescimento estável quanto as expectativas futuras não eliminam o longo caminho para o Brasil chegar ao mesmo patamar de compra de outros países, como os Estados Unidos, dono de 50% do mercado.

O Brasil está apenas na 42ª posição em termos de gasto médio por animal de estimação, com U$ 67 dólares anuais, enquanto em países como o Chile, gasta-se uma média de U$ 423. Pensando em alguém que ganhe o salário mínimo desses países, os brasileiros gastam 2% do que ganham, enquanto os chilenos gastam 9%.

População

 “A estratégia conjunta do setor de incentivar vendas como um todo e não apenas de sua própria fatia determinará se o potencial de crescimento do mercado pet se transformará em realidade nos próximos anos”, conclui Kurzwell, analista da Euromonitor.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo e é o quarto maior país em população total de animais de estimação. São 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, 18 milhões de peixes, 37,9 milhões de aves e mais 2,2 milhões de outros animais. O total é de 132,4 milhões de pets, o que demonstra a força potencial do nosso setor na economia brasileira.

O setor é composto por indústrias e integrantes da cadeia de distribuição dos segmentos de alimentos (Pet Food) serviços (Pet Serv), medicamentos veterinários (Pet Vet) e cuidados com saúde e higiene do pet (Pet Care). Hoje, o mercado pet já representa 0,31% do PIB brasileiro, à frente dos setores de utilidades domésticas e automação industrial. Em 2017, a indústria de produtos para animais de estimação faturou R$ 20,37 bilhões, cerca de 7,9% a mais do que em 2016, quando o valor foi de R$ 18,9 bilhões. Em 2006, esse número era de R$ 3,3 bi.

A maior fatia ficou por conta de Pet Food, que representou 68,6% do faturamento, seguido por Pet Serv (15,8%), Pet Care (7,9%) e Pet Vet (7,7%). No mundo todo, o maior mercado ainda são os EUA, com 41% dos US$ 119,5 bilhões totais. Atrás estão: Reino Unmercoido (5,3%) e o Brasil (5,1%), completando assim os três maiores mercados Pet mundiais.

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Antonio Carlos Garcia

Editor do Portal Só Sergipe

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