Por Valtênio Paes de Oliveira
Steven Levitsky e Daniel Ziblatt publicaram, em 2018, pela Zahar “Como as democracias morrem” argumentando a decadência de processos eleitorais democráticos. Jane Burbank, com Frederick Cooper, escreveu “Impérios” pela Editora Planeta do Brasil, em 2019. Uma abordagem história profunda de vida e morte dos domínios internacionais ao longo da humanidade. Pouco se sabe sobre o uso do mercenarismo armado para se fortalecer no poder como a Rússia de Putin invadindo a Ucrânia.
Através da empresa privada Wagner, fundada desde 2014, contendo ex-soldados, prisioneiros, civis russos e estrangeiros, chegou a possuir 2.000 soldados na Líbia, 500 soldados no Sudão com remuneração estimada de R$ 48.500,00. O fato concreto se escancarou. Ganhou visibilidade na mídia internacional no fim de junho do corrente ano. Yevgeny Prigozhin desafiou o governo russo saindo da guerra contra Ucrânia e marchando com seus soldados em direção a Moscou numa situação bélica sui generis. Verdade que recuou 24 horas depois, sem receber qualquer punição do governo Putin.
O poder russo foi humilhado, o grupo Wagner recuou, ninguém foi punido, tampouco contou vantagens. Apenas um comunicado público com os mercenários recolhendo-se na guarida da Bielorússia. Tais empresas militares atuam na disputa pelo poder interno ou externo, mas também exploram atividade econômica, legal e ilegalmente, e poderão tornar-se um Estado dentro do outro como acontece com as drogas no Rio de Janeiro onde já se cobra taxas dos moradores e vende-se serviços ante a omissão do poder público.
Além da Rússia, EUA, Inglaterra, Sudão, Venezuela, Iraque, Afeganistão, Colômbia, Angola, República Sul Africana contratam mercenários para as mais variadas funções de segurança e guerras. Por ano, empresas privadas gastam mais 100 bilhões de dólares em suas ações, enquanto o poder democrático enfraquece e a fome aumenta no planeta. O poder pela violência também aumenta. Ainda bem que a trapalhada do oito de janeiro de 2023 no Brasil estava subnutrida.
Neste cenário mundial, o conservadorismo pega fácil carona, impondo retrocessos como o exemplo do Afeganistão onde as mulheres foram proibidas de estudar nível médio, de abrir salão de beleza. Outros também contratam mercenários e reprimem a democracia como Coreia do Norte, Venezuela, alguns países asiáticos e africanos. Assusta o retrocesso conservadorista porque horizontaliza dificuldades para quem pratica e defende a democracia.
A violência usada como único instrumento pelo repressor para controlar o poder elimina possibilidades democráticas. Este cenário, em vários países, tende a crescer se gestores e população não tomarem consciência de que primeiro devem vir os valores democráticos da boa convivência. O argumento de sobrevivência privilegia o confronto, o argumento de convivência privilegia o diálogo. A escolha é de cada um, mas a consequência é para todos. Com tantas surpresas neste século, radicalizar o apego ao “antigamente no poder político” pode trazer o imprevisível e indesejável na convivência social.
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