O título desta coluna que pretendo realizar semanalmente no Portal Só Sergipe é uma homenagem a um livro e um autor que muito me inspiram, desde o período em que decidi ir para a vida acadêmica, no começo dos anos 90. Trata-se do americano Robert Darnton, jornalista e historiador, um dos maiores especialistas em Revolução Francesa. O livro, O Beijo de Lamourette – Mídia, Cultura e Revolução, me serviu de fonte em vários momentos e até hoje segue atual, com suas análises sobre os processos de midiatização. Em outro momento pretendo voltar ao livro, mas, para hoje, a menção é apenas a título de explicar o nome da coluna. Troquei o Revolução por Ebulições, na esperança de que o caos desintegrador que carrega toda ebulição dê mais conta do mundo da vida de hoje do que a gasta expressão que outrora embalou sonhos de transformação social.
Na quadra mais contemporânea, a frustração com as revoluções tem seu ápice no colapso da revolução russa e da implosão do chamado socialismo real. Este é um primeiro sintoma do cansaço do termo revolução. Um outro é o que resultou nas ebulições que produziram, após o fim da Cortina de Ferro, no renascimento do nazi-fascismo em vários países, em particular na Europa do leste, Brasil, Estados Unidos e a própria Rússia, hoje um país governado por máfias, lideradas pelo mafioso Putin. Ebulições, portanto, por ser um termo livre da carga ideológica contida no conceito de revolução.
Aqui pretendo passear por todas as ocorrências que se enquadrem numa das três expressões do título, com a última autorizando o autor – por esperteza e comodidade – a falar de quase tudo. Mas quero me ater bastante ao mundo dos livros, paixão e cada vez mais ao vício que herdei de Papai, hábito que, desgraçadamente, está rareando no mundo atual. Não sei o que será de um mundo sem livros, mas sei que estamos na validade deste mundo árido. Ok, ok, estamos diante de um novo patamar em que a tecnologia é meio e mensagem, dirão os amigos moderninhos que, por comodidade e preguiça, preferem rotular os colegas de caretas e obsoletos, em vez de enfrentar a onça com vara curta.
Me encanta também, desde os tenros anos da infância, o mundo mágico do cinema, que sempre tratei no meu exercício jornalístico por onde passei, lastreado, mais que pelos cânones da crítica, pela sensibilidade e alma de cinéfilo apaixonado. E a música, essa maravilhosa invenção que, se não salvou a humanidade da total selvageria, ao menos esculpiu aqui ou ali alguma alma bruta e tornou tolerável a morada nesse mundo torto e virado. Mas não há como tratar de tudo isso sem a costura da política, essa fundamental instituição de moderação social, tão velha quanto defeituosa e injusta, e ao mesmo tempo necessária para manter de pé o que chamamos de civilização, razão pela qual ainda não entramos todos pelo túnel do apocalipse final. Sirvam-se, pois, desta salada semanal de variedades.
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(*) Jornalista e presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).
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