O Ministério do Turismo condenou hoje (19), em Brasília, a atitude de um grupo de brasileiros registrados, em vídeo, assediando uma mulher durante as comemorações da Copa do Mundo, na Rússia. No vídeo que circulou nas redes sociais e foi veiculado pela imprensa de vários países, homens vestindo a camisa da Seleção Brasileira aparecem ao lado de uma mulher não identificada. Parecendo não compreender o sentido sexista das frases que o grupo grita, em coro e em português, a moça apenas tenta repetir as palavras sugeridas pelos brasileiros.
Em nota, o Ministério do Turismo afirma que o machismo e a misoginia não são aceitáveis sob nenhum aspecto, muito menos em um evento como a Copa do Mundo, realizado para “promover a integração entre povos e culturas do mundo todo”.
O ministério informa que nenhum dos homens envolvidos no episódio é servidor da pasta. O esclarecimento foi necessário após circular na internet boatos de que alguns dos homens identificados no vídeo trabalhariam no ministério e estariam viajando a trabalho, com dinheiro público.
A embaixada brasileira na Rússia informou que recebeu, pela internet, manifestações informais de brasileiros que repudiaram o comportamento do grupo de torcedores. O advogado Diego Valença Jatobá, que foi secretario de turismo em Ipojuca, Pernambuco, e o tenente da Polícia Militar de Santa Catarina, Eduardo Nunes. A Ordem dos Advogados do Brasil e a PM de Santa Catarina repudiaram os atos destas pessoas. A PM vai abrir processo disciplinar contra o militar.
Cartilha – Diante da repercussão do caso, a embaixada ressaltou que a maioria dos torcedores brasileiros é tradicionalmente pacífica e respeitosa. E recomendou aos torcedores que mantenham comportamento cordial e respeitoso.
Para orientar os turistas brasileiros que viajarem à Rússia durante a Copa do Mundo, que termina no dia 15 de julho, os Ministérios das Relações Exteriores e do Esporte elaboraram uma cartilha com recomendações contra atos de violência verbal, visual ou física, em especial atos que possam insultar ou humilhar outras pessoas em razão de gênero, raça, etnia, origem social, religião ou orientação sexual.
Entre outros pontos, a cartilha – que está disponível na internet – alerta que, na Rússia, qualquer comportamento interpretado como assédio sexual pode ser punido com multa ou prisão de até um ano.
Caso cometam alguma conduta considerada grave, como violência ou comportamento desrespeitoso, os infratores responderão às autoridades policiais russas, ficando sujeitos a serem banidos dos estádios, multa ou prisão.
O Itamaraty disse não ter informações de denúncias formais contra os brasileiros.
Fonte: Agência Brasil