domingo, 17/11/2024
Missa do Cangaço
Missa do Cangaço realizada antes da pandemia Foto: Agência Alese

Missa do Cangaço, na Grota do Angico, será na quinta-feira, 28; ato religioso é em memória de Lampião, Maria Bonita e cangaceiros que tombaram em combate com as volantes

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Dois anos depois de ter sido suspensa em seu local original, devido à pandemia da Covid-19, será realizada na próxima quinta-feira, 28, às 8 horas, a Missa do Cangaço, na Grota do Angico, em memória dos 11 cangaceiros liderados por Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião – e Maria Bonita, que tombaram  em combate com as volantes comandadas pelo tenente João Bezerra. A missa é organizada há 25 anos pela neta de Lampião, a jornalista Vera Ferreira.

A expectativa de público para a missa é  de 200 pessoas, segundo o turismólogo e presidente da Instância de Governança Regional Fórum Regional (IGR) de Turismo do Polo do Velho Chico, Genilson Aragão. “Será um momento harmonioso e de reflexão como também de homenagem a um dos mais fortes nomes da história do Nordeste e do Brasil”, disse referindo-se ao Lampião, que liderou o cangaço de 1922 a 1938.  Genilson Aragão alerta que a Covid-19 não passou 100%, “mas já vivemos um momento de recuperação para que, aos poucos, voltemos a visitar a Grota do Angico”.

Para o ato religioso, Vera Ferreira conta com o apoio do Colégio Purificação, em Aracaju, do empresário Manoel Foguete, do Museu da Gente Sergipana, Governo de Alagoas e Shopping da Pedra, da cidade de Delmiro Gouveia.

História

O fim do cangaço começou no dia 28 de julho de 1938, quando o bando de Lampião foi cercado na Fazenda Angico, por uma tropa composta por 48 policiais, munidos com quatro metralhadoras Hotkiss. Os 34 cangaceiros presentes foram metralhados, sendo que 11 morreram na hora, incluindo Lampião e Maria Bonita, sendo que alguns conseguiram escapar.

O cangaço ganhou força em resultado das secas mortais de 1877-1878 e atingiu o seu clímax na década de 1920. O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno Alves de Melo Calado, apelidado “Jesuíno Brilhante” que, entre 1871 e 1879, agiu na região entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, até ser morto em uma emboscada.

O pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (1898-1938) foi o mais bem-sucedido líder cangaceiro da história, o que lhe valeu o título de Rei do Cangaço.  Até os 20 anos de idade trabalhou como artesão de couro. Era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante incomuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que sua capacidade de atirar seguidamente, iluminando a noite com seus tiros, fez com que recebesse o apelido de lampião.

Lampião entrou para o cangaço junto com mais dois irmãos para vingar a morte do pai em confronto com a polícia. Em 1922, tornou-se líder de bando e, desde então, praticamente de todos os estados do Nordeste.

Todos os cangaceiros mortos tiveram as cabeças cortadas e conta-se que Maria Bonita foi degolada viva.  Com esse trágico fim, o bando se desfez e alguns cangaceiros se entregaram. O último cangaceiro conhecido, Corisco (Cristino Gomes da Silva Cleto), foi morto no dia 25 de maio de 1950, em Barra do Mendes, na Bahia.

Com informações e fotos do Blog: Ensinar História – Joelza Ester Domingues

Grota do Angico e como chegar

O Monumento Natural Grota do Angico (Mona) − unidade de conservação gerida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, está localizado no município de Poço Redondo, sertão de Sergipe. Desde a sua criação, a unidade recebe visitantes de várias partes do Brasil e do exterior, para a realização de estudos e pesquisas científicas. Além de abrigar o local da história do Cangaço, representa a única unidade de conservação estadual do bioma caatinga.

Grota do Angico
Entrada da Grota do Angico Foto: ASN

Partindo de Aracaju, seguindo pela BR-235 em direção a Itabaiana, seguindo pela rota do sertão passando pela cidade de Nossa Senhora da Glória até Poço Redondo. Dentro de Poço Redondo basta seguir as placas por mais 15km até o Centro de Convivência da Unidade de Conservação da Grota do Angico na zona rural de Poço Redondo.

A Grota do Angico fica localizada no município de Poço Redondo, distante cerca de 200 quilômetros da capital, Aracaju. Ao chegar na cidade de Poço Redondo, se percorre ainda, cerca de 15 quilômetros da sede da cidade até o Centro de Convivência da Unidade de Conservação da Grota do Angico, que é mantido através de parcerias pelo Governo Estadual de Sergipe.

Uma vez dentro do complexo, a trilha a se percorrer é considerada por especialistas uma trilha com grau de dificuldade de nível fácil, você deve sempre realizar a trilha acompanhado por um guia de turismo especializado ou agente florestal. É possível conhecer a variedade da flora local como diversos tipos de bromélias, cactos e outras vegetações nativas da região da caatinga.

São três trilhas de acesso à Grota de Angico. Uma que sai da sede do Monumento Natural Grota do Angico em Poço Redondo; outra que sai do Cangaço Eco Parque, também em Poço Redondo; e a terceira que sai do Restaurante Ecológico Angico em Canindé do São Francisco.

O centro de Convivência possui toda infraestrutura para que você possa se preparar para realizar a trilha. Possui um mirante de onde se tem uma bela vista para o Rio São Francisco e toda a região ao redor, e uma casa de taipa que foi mantida (apesar da reforma para se manter a estrutura) da época em que Lampião e seu bando ali frequentaram, a antiga sede da fazenda Angico.

Partindo do centro de convivência (antiga sede da fazenda Angico), o visitante fará uma trilha de mais ou menos 1 km até a Grota do Angico, local da morte do maior personagem do cangaço, Lampião (Virgulino Ferreira), além de nove cangaceiros e sua companheira, Maria Bonita.

 

 

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