A força das mulheres no turismo é cada vez maior. Elas estão em todos os segmentos desse setor que promove entretenimento, lazer, negócios, esportes e conhecimento, estimulando a economia através da geração de empregos e renda. Em Sergipe, as mulheres se destacam em várias frentes: de guias de turismo a hoteleiras, passando por docentes a turismólogas. Somam-se para impulsionar o turismo no estado, divulgando e enaltecendo destinos turísticos com seus atrativos naturais, materiais e imateriais, além de evidenciar as tantas potencialidades que fazem de Sergipe um lugar ainda mais especial a ser visitado.
Assim, neste mês de março, quando elas são colocadas em destaque, a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) faz mais uma homenagem, apresentando as histórias de sete mulheres que representam importantes áreas do turismo no Estado. São elas: Bianca Esperidião de Faria, Irma Karla Barbosa, Laura Almeida, Luciene Almeida de Lima, a Tia Lu, Raquel Gurgel Barreto, Veruska Chaves e Waldete Zampieri. Além delas, obviamente, há um sem-número de mulheres brilhantes que colaboram com seus saberes e fazeres para engrandecer o setor em Sergipe.
No caso das mulheres apresentadas nesta matéria, é importante ressaltar que, ao longo de décadas atuando em atividades essenciais, elas contribuíram para transformar o turismo. Unânimes, reconhecem a evolução no setor, mas apontam que muito ainda precisa ser feito para fortalecê-lo e consolidá-lo. Para tanto, asseguram, o turismo em Sergipe pode contar com a força de trabalho e o olhar feminino delas, que, aliás, consideram diferenciado e ainda mais sensível.
Irma Karla Barbosa é a presidente do Sindicato dos Guias de Turismo de Sergipe (Singtur/SE). Foi a dedicação e o amor ao setor em mais de 31 anos de atuação que a levaram ao cargo por três mandatos. Inclusive, ela também presidiu a Federação Nacional dos Guias de Turismo (Fenagtur) por duas gestões, sempre lutando por melhores condições de trabalho e valorização desse profissional do turismo. No currículo, apresenta, ainda, a formação em Comunicação com habilitação em Relações Públicas.
O amor à profissão é tanto que, para Irma Karla, não importa se precisa trabalhar nos finais de semana ou feriados. Segundo ela, é um orgulho muito grande guiar turistas em Aracaju, onde atua. “Amo a atividade de guiamento. Me emociono quando ouço elogios de pessoas de fora que visitaram alguns dos nossos atrativos. É reconfortante ver que eles foram bem-tratados, bem-conduzidos por um profissional guia de turismo”, afirma. E complementa: “Ser mulher no turismo é força, liderança, empatia, porque, nessa empatia, a gente capta o que o turista quer curtir na nossa cidade, no nosso estado”.
Catarinense de nascimento e sergipana de coração, Waldete Zampieri é uma mulher pioneira no setor do turismo no estado. Foi ela a desenvolver o primeiro guia turístico oficial de Sergipe nos idos de 2002. Atualmente, a publicação contabiliza 17 edições com informações relevantes sobre os principais destinos turísticos de 35 municípios. “No guia, o turista encontra o que fazer, onde comer, onde ficar e outros serviços, além da história dos municípios, tudo em um único produto”, explica Waldete.
Impresso em português e inglês, o guia também conta com um portal, além de um aplicativo que facilita a vida do visitante. “As informações que tem no impresso estão lá no portal e no aplicativo. Então, é de extrema importância, porque, em qualquer lugar do mundo, o turista pode fazer uma consulta sobre os destinos turísticos de Sergipe”, salienta.
Tia Lu é um dos nomes mais conhecidos do setor turístico sergipano. Guia de turismo há quase três décadas, é também produtora de eventos há 35 anos. Batizada como Luciene Almeida de Lima, ganhou a alcunha de Tia Lu por trabalhar há 25 anos como pedagoga. Destaca, aliás, que, para atuar no turismo, é necessário estar sempre estudando. “As coisas vão mudando. Novos destinos, novos produtos turísticos vão surgindo, e a gente tem que estar a par de tudo o que acontece no estado”, explica. Assim, já fez um sem-número de cursos na área. Inclusive, é pós-graduada em Turismo pela UFS.
Especialista na área de turismo, Tia Lu comenta que, hoje, o visitante chega ao destino munido de muita informação. Por isso, explica que, para fazer o diferencial, é preciso ter na ponta da língua as dicas dos melhores lugares a serem visitados, dos locais que servem a melhor gastronomia. “Sempre digo: trate bem o turista para que ele volte e para que, no boca-a-boca, possa atrair mais pessoas para o nosso estado”, orienta.
Vale destacar que a experiência dela no setor passa pela atuação em secretarias de turismo em níveis estadual e municipal. De acordo com Tia Lu, foram secretarias que aprimoraram e enriqueceram muito os conhecimentos dela. “Essas duas secretarias alavancaram meu trabalho na área profissional, porque viajávamos muito para divulgar o estado com a ‘Noite de Sergipe em Gramado’. Foram 14 anos consecutivos desse evento. Era o segundo mais importante do Festuris, Festival de Turismo de Gramado”, relembra.
Quem também trabalha com eventos é Veruska Chaves, servidora pública da Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur), que faz parte da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), onde atua há 37 anos. Começou na entidade ainda adolescente, aos 17, muito por influência do pai, Rubens Chaves, que era hoteleiro. No entanto, a intenção dela sempre foi a área de eventos, o que a levou a cursar inicialmente a faculdade de Relações Públicas. O amor pelo turismo, no entanto, tomou forma à medida que foi se adequando ao emprego e conhecendo na prática o setor. Não deu outra: ela se pós-graduou em Turismo em 1999.
Atualmente, Veruska é coordenadora de Feiras e Eventos da Emsetur, trabalhando em feiras e eventos locais e nacionais. “Sou eu que organizo tudo para que Sergipe possa “vender” nossos destinos lá fora. Amo organizar cada detalhe”, afirma. Com tanta experiência, ela também considera que o turismo precisa ser avaliado, desenvolvido e estruturado a cada dia, porque novos roteiros e destinos vão surgindo.
A primeira professora substituta do curso de Turismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), implantado em 2007, foi a turismóloga Laura Almeida. Hoje, ela é a diretora do Departamento de Turismo dessa instituição de ensino superior. São, portanto, 15 anos dedicados a formar mais turismólogos no estado. “Fico feliz em poder contribuir com ensino, pesquisa e extensão para toda a comunidade dentro de uma universidade pública de qualidade. Além disso, é extremamente gratificante ter um curso majoritariamente feminino”, opina.
O turismo, no entanto, está há mais de duas décadas na vida da brasiliense que adotou Sergipe como lar. “Costumo dizer que o turismo que me escolheu e não eu que escolhi o turismo”, ressalta. Diante disso, ela não esconde o orgulho de ser uma mulher a atuar no turismo do estado. “É fundamental ser pesquisadora, docente, ter um outro olhar, sempre um olhar mais sensível”, comenta.
Há 21 anos, Bianca Esperidião de Faria atua no Sebrae/SE. Chegou à instituição ainda como estagiária do curso de Turismo da Universidade Tiradentes (Unit), onde se formou em 2003. Com o passar dos anos, galgou inúmeros degraus dentro da empresa e, hoje, é gestora de projetos de turismo, economia criativa e artesanato – estas duas últimas, produções associadas ao setor do turismo.
Uma pós-graduação em Planejamento Turístico e um mestrado em Desenvolvimento Territorial e Gestão de Empreendimentos, ambos concluídos pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), dão à turismóloga mais arcabouço para promover o fortalecimento da governança do turismo no estado. “Trabalhamos com debates, apoios e desenvolvimento das políticas públicas de turismo de Sergipe. Enfocamos a parte de gestão de pessoas, financeira, de inovação e de acesso ao mercado com os pequenos negócios do setor: hospedagem, bares e restaurantes, agências de viagens tanto receptivas quanto emissivas. Temos projetos com começo, meio e fim para o desenvolvimento dos pequenos negócios do turismo de Sergipe”, explica Bianca.
Raquel Gurgel Barreto tem formação em Direito, mas é hoteleira há 35 anos. Segundo ela, tudo começou com a mãe, Dona Rosa Gurgel, mulher pioneira que idealizou e concretizou o primeiro apart-hotel do estado, localizado no Bairro Atalaia. Era 1988. Após um infarto do pai, Raquel – então apenas uma adolescente de 17 anos – precisou assumir ao lado da mãe o desafio de gerir o empreendimento ainda desconhecido no estado àquela época. Para administrá-lo, cursou Hotelaria no Senac em São Paulo.
Há 15 anos, o empreendimento passou a funcionar como hotel, atendendo outro tipo de público. Com a pandemia, uma nova roupagem e outra perspectiva foram dadas ao estabelecimento. “Primamos muito pela personalização do serviço de hotelaria. Todo hóspede é único. Além disso, nossa equipe é 80% formada por mulheres, o que considero um diferencial. Aliás, amo o que faço. No turismo, a gente lida com o prazer e o bem-estar das pessoas. Por isso, é importante mostrar aos visitantes que eles podem vir, conhecer nossa cultura, nossa sergipanidade, ter a melhor estadia e relaxar’, destaca.
Sergipe registrou o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita entre os estados do Nordeste,…
Marcus Éverson Santos (*) iquei cansado com a leitura do livro “A Sociedade…
Presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), o prefeito Edvaldo Nogueira defendeu, neste…
O gás natural canalizado tem se destacado como uma solução prática, eficiente e segura para…
Banco do Estado de Sergipe (Banese) segue uma trajetória de crescimento. Os números divulgados…
Por Gilberto Costa-Silva (*) 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da…