Um dia pediram à artista Carolina que definisse o amor e ela passou o dia em devaneio questionando-se. E no seu devanear, entre as mais diversas ponderações, ela diz que “o amor não tem fórmula/ nem modelo/ mas tem olhar e aconchego”. É assim, literalmente, brincando com as palavras que Carolina Pinheiro Machado Teles, 21 anos, transforma suas reflexões e olhares em poesia e já conta com cerca de 180 poemas – um deles foi musicado – e 50 textos ritmados. O sonho de Carolina, que não se acha poetisa, mas uma artista, é juntá-los todos num livro. Enquanto esse sonho não se realiza, os poemas e outras performances dela podem ser lidos e assistidos no seu Instagram @naminhagaveta.
“Quando surgem os versos na mesa de cirurgia é porque a poesia tem seu jeito de curar”, ensina o poema “Mesa de Cirurgia”, inspirado no dia a dia de Carolina, que cursa o oitavo período do curso de Medicina. Ela diz que tem vontade de ser uma médica artista! “Quando pequena, dizia que iria ser uma médica bailarina, mas depois de me formar em ballet, pelos exames da Royal Academy of Dance, acabei me dirigindo à poesia, como outro grande foco artístico”. Por enquanto, ela não decidiu que área da Medicina seguir, mas considera relevantes a Oftalmologia, Reumatologia, Psiquiatria, entre outras. “Mas confesso que me encanto bastante com a Oftalmologia”, diz.
“Colocava os óculos por culpa da miopia/ olhava bem para a vida enxergando poesia“. Sem dúvida, um poema tem diversas intepretações, depende dos olhos de quem o lê. Quem sabe esse poema pode ser o recado que Carolina dá aos pais Aírton Teles e Andréa Pinheiro, que quer seguir a carreira deles. Oftalmologistas, Aírton e Andréa, com olhares atentos, dão luz aos olhos dos seus pacientes.
Enquanto decide qual caminho profissional trilhar sob as bênçãos de Hipócrates, Carolina segue com a “arte que às vezes arde” e com a “estrofe às vezes sofre”, tendo o DNA do avô paterno, o médico e poeta Aírton Teles Barreto que, em setembro de 1979 foi eleito para a cadeira 35 da Academia Sergipana de Letras, mas não foi empossado, pois em janeiro de 1980 a morte o arrebatou deste mundo aos 56 anos. “Os poemas do meu avô eram de muita sensibilidade, muito fortes e esse jeito me encantou bastante”, define, Carolina que os conheceu através do pai.
Leitora que não se prende a um só gênero e que viaja em aventuras literárias um pouco mais inusitadas, Carolina, além do avô, tem a influência de alguns poetas modernos como a indiana Rupi Kaur, 28 anos, e nas canções de Rubel e Ana Vitória. “E a respeito de outros autores que me chamaram a atenção, tem a Maya Angelou que, a partir daí comecei a dar essa interpretação. Ela aborda várias questões sociais, e o jeito dela é como se desse um novo olhar para as coisas e isso eu achei muito enriquecedor”, ressaltou. Maya Angelou foi uma grande poetisa norte-americana, lutou pelos direitos civis e tal como Carolina, também foi bailarina.
O encontro da dança e da poesia
E como foi que o poema se transformou em música? “É uma história muito legal. Na época de colégio, eu dancei com Milena e fizemos amizade. O tempo seguiu, as vidas se divergiram e segui com ‘na minha gaveta’. Um dia, a Maria me mandou mensagem, perguntando se podia musicar alguma poesia minha. Ela tinha falado isso uma vez, só que passou. Quando ela me perguntou novamente, eu disse que topava e começamos a experimentar. Gosto de dizer que uma me encontrou pela dança, a Milena; e outra pela poesia, que foi Maria. Nos damos muito bem e é um duo que quero levar para vida toda”, garantiu.
‘‘Ressignificando propósitos”
“O futuro os aguarda de mãos dadas com a arte pulsante. Vamos viver verso por verso. Estrofe e poesia. Avante”. E assim foi para Carolina, que em @naminhagaveta “guarda tudo que eu mais gosto, sendo arte, de uma forma atenciosa. Com o tempo decidi escrever poesia. Para mim, ‘na minha gaveta’ é algo guardado com carinho para que as pessoas possam se identificar também. Uma história meio viajada, que acabou ressignificando propósitos. Acho que fica muito legal quando pensamos dessa forma”.
“Costumo dizer que na minha gaveta tem tudo o que não cabe só em meu coração e, ao abri-la, eu me sinto a garota mais feliz do mundo”, pontuou.
Carolina não se considera poeta. “Acho que é um crescente. Eu digo que me sinto artista, porque acho que de tudo a gente faz um pouco. Mas na minha gaveta me dá essa sensação de ser poeta”, confessa. “Eu sinto que o melhor elogio do mundo é quando me chamam de artista. Eu simplesmente amo essa palavra. Ela representa tanto sobre mim. Envolve tudo o que eu pude eternizar em palavras, em dança e no peito de quem eu faço sorrir”, escreveu.
…E o amor?
“Perguntaram-me sobre o que eu achava do amor. Meu Deus, como vou explicar esse sentimento? Comecei a viajar, a curtir novas visões do amor, pois, às vezes, o enxergamos muito longe ou idealizado”, diz Carolina, ao explicar como surgiu esse poema que ela, inclusive, declama no vídeo que você poderá assistir no final deste texto.
Ao tentar encontrar uma definição, Carolina diz que “o amor é tanta coisa ao mesmo tempo que nem dá para conter no coração!” E depois de discorrer sobre tema tão amplo e complexo e prolixo, ela diz: “pequenas definições são insuficientes, o segredo é sentir. O amor é tanta coisa. Quem sou eu para resumir?”
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