Por Hernan Centurion (*)
Um fim de semana mais que especial… oportunidade que me foi presenteada para poder refletir um pouco mais sobre a célula primaz da sociedade, de onde todos nós surgimos, nosso alicerce moral, farol que nos guia pela jornada da vida, enfim, de quem aprendemos os mais importantes ensinamentos que nos moldam e definem como seres humanos: a família.
Inspirado que ora estou pela família Barreto, oriunda da longínqua cidade baiana de Itaquara, começo como de costume pelo dicionário e semântica da palavra família: “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”.
Afeto este que contagia, que nos faz ainda mais humanos, numa simbiose de carinho entre avós, tios, pais, filhos e primos que transborda cumplicidade, amor, compreensão e perdão.
Solidariedade marcante no compartilhamento não só do pão que fisicamente nos sustenta, mas também de todas as alegrias e frustrações que o mundo nos proporciona, numa tentativa perseverante de desvendar os princípios ético-morais que devem ser transmitidos por gerações a gerações, deixando-se o legado de honradez que se perpetua para todo o sempre, travando-se uma batalha em busca da justa e perfeita evolução espiritual que cada um de nós enfrentará no último suspiro, no juízo final.
Sabermos que somos fruto do amor (por mais que talvez tenha sido efêmero) dos nossos pais e, assim, podermos transmitir toda essa energia vital, assim como os ideais que cada genitor traz consigo de seus respectivos braços familiares para os nossos descendentes, é ter a plena convicção de que a chama da vida não se apaga, que seremos eternizados não somente na transmissão dos genes, todavia por histórias bem ou não tão bem vividas, por vezes conturbadas, mas que nos deixam um ensinamento edificante, transformador, sempre guiados pela bênção do Pai Celestial, o Grande Arquiteto do Universo, semeando a boa semente geradora de bons frutos, muitas das vezes de colheita tardia, que talvez não iremos desfrutar, mas que poderemos proporcionar para as futuras gerações provarem um pouco de que fomos, revelando-se, pois, a essência mágica da existência humana.
Pois é… divago por esses pensamentos num lugar encantador, à beira mar, acolhido pela Mãe Natureza e por pessoas incríveis, exatamente na Casa da Ilha de tia Nó, mulher de fibra, autêntica, inspiradora, exímia escritora de contos infantis, mãe da grande artista Ninah e sogra do talentoso compositor Adriano. Noelia Barreto, fortuitamente, madrinha de minha esposa Aline, mãe dos meus filhos que gerarão meus futuros netos e estes, meus bisnetos, os quais, talvez, eu não venha a conhecer. No entanto, carrego a plena satisfação e convicção de ter podido sentir e transmitir todo esse amor que por aqui vivi, que ficará marcado nas minhas lembranças e, sobretudo, dos meus queridos descendentes, como uma doce memória que se propagará doravante pelas próximas gerações, pois o amor é atemporal e fica marcado na formação das pessoas, que saberão de onde vieram e indubitavelmente para onde irão.
Aproveitemos mais esses momentos com nossas famílias. Obrigado pela acolhida, família Barreto.
Ilha de Itaparica, 15 de outubro de 2023