Uma grande oportunidade para acelerar o desenvolvimento econômico do estado de Sergipe é o Novo Mercado do Gás. Proposta de iniciativa do Governo Federal, que já vem sendo discutida com representantes de organizações de interesse junto ao governo estadual, e que no pós-pandemia apresenta para os sergipanos uma possibilidade de avanço. Esse foi o tema de Webinário realizado na manhã desta quinta-feira (29) realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES). O estudo está disponível no site da Fies.
O governo do Sergipe e a FIES acreditam que o estado poderá contar com 8% de participação na produção bruta de gás natural do Brasil em 2029. A participação poderá ser alcançada se o estado mantiver sua produção de gás natural em torno de 20 milhões de m³/dia a partir da produção em águas profundas de Bacia Sergipe-Alagoas, onde a Petrobras explora as descobertas de Poço Verde, Moita Bonita, Muriú, Farfan, Barra e Cumbe, a partir de 2025.
Sergipe tem sido destaque no que se refere ao desenvolvimento do novo mercado de gás natural no país, atraindo atenção de empresários, executivos e gerando mobilização de políticos do estado em vista do setor. Intitulado pelo ex-secretário de petróleo e gás natural do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, como “A nova estrela do gás no Brasil” Sergipe tem do que se orgulhar, pois poderá ser alvo de interesse em projetos relevantes ligados à cadeia de valor do gás natural.
Para o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), Rodrigo Rocha, “o Estado tem a possibilidade de retomar a sua economia pós-pandemia já com um fato de extrema importância para fortalecer a atração de investimentos significativos, que terão grande impacto na melhoria social e econômica de Sergipe”. Vale destacar que isso representa não apenas a atração de novas indústrias, mas impacta diretamente na geração de empregos e ampliação da capacidade de crescimento estadual, que inclusive poderá superar o cenário que antecede a pandemia.
Projetos
Entre os investimentos possíveis, são considerados projetos de expansão da infraestrutura de gás para escoar a produção offshore da Petrobras, com construção de um gasoduto e um nova unidade de processamento (UPGN) em terra. E alternativas para conexão do terminal de GNL no Porto de Sergipe à malha de transporte.
O estudo considera alternativas de interligação entre o terminal de GNL da Celse à fábrica de fertilizantes arrendada pela Petrobras para a Proquigel, com vazão de 1,8 milhão de m³/dia, e à malha de gasodutos da Sergás, a distribuidora local, com vazão de 200 mil m³/dia.
Os projetos têm sido discutidos em reuniões do governo com a Celse, Sergás e Proquigel. Há estudos também para interligação do Porto de Sergipe à malha da TAG, que controla dos gasodutos de transporte que cortam o estado.
O setor industrial do estado e o governo citam ainda como perspectivas para a expansão do mercado de gás no estado a possibilidade de interiorização do gás por meio de GNL transportando em containers por caminhões, em um modelo de distribuição em pequena escala.
Além da possibilidade de criação dos chamados corredores azuis, rotas com postos para abastecimento de veículos movidos a gás, como alternativa ao consumo de diesel. Ideia é aproveitar o excedente e a estrutura de armazenamento do GNL da Celse para desenvolver o mercado do combustível
A âncora do projeto é a UTE Porto de Sergipe I da Celse, abastecida por GNL importado e regaseificado no terminal de Sergipe, mas também envolveria um terminal da Golar no Porto de Suape, em Pernambuco.
Para viabilizar o projeto, o governo do Sergipe assinou um protocolo de intenções com a Golar e a Alliance GNLog, responsável por fornecer uma frota de caminhões a gás para o projeto. O protocolo demanda que a Alliance GNLog deve realizar estudos de viabilidade para a implantação de uma fábrica de caminhões a gás da Shacman no estado.
Fonte: epbr.com.br