Domingo em Desbaste

O alquímico simbolismo do tríplice Yin-Yang

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Por Victor Yuri (*)

 

O yin-yang é um símbolo antigo que representa a dualidade fundamental do universo. Na filosofia taoísta, o yin (preto) e o yang (branco) são opostos complementares. O yin simboliza passividade, escuridão e o feminino, enquanto o yang representa atividade, luz e o masculino. Adicionar a cor vermelha a esse símbolo tradicional não só traz uma nova dimensão estética, mas também acrescenta um significado esotérico adicional. Este artigo explora essa complexidade extra, examinando a simbologia do vermelho através da alquimia, das tradições herméticas, das ordens iniciáticas ocidentais e dos sistemas de energia orientais.

No centro da filosofia taoísta, o yin-yang representa a interdependência e a harmonia dos opostos. O equilíbrio dinâmico entre yin e yang sugere que dentro de cada extremo há uma semente de seu oposto, simbolizada pelos pequenos círculos de cor contrária em cada metade. Esse conceito se expande para incluir a noção de caos e ordem, onde cada um contém elementos do outro. Assim, mesmo no caos há uma estrutura latente e na ordem há um potencial de caos.

A inclusão do vermelho no símbolo altera essa dinâmica, adicionando um elemento de transformação. Na alquimia ocidental, o vermelho está associado ao fogo, ao sangue e à energia vital. Esse simbolismo é evidente na fase rubedo, a etapa final do processo alquímico, na qual a matéria atinge a perfeição e a totalidade. A rubedo representa a união final dos opostos em um novo estado de ser, um processo de transmutação no qual o espírito e a matéria se tornam um.

Os princípios herméticos também enriquecem nossa compreensão deste símbolo. Conforme descrito na Tábua de Esmeralda, os processos de transmutação e um equilíbrio entre os opostos são centrais. O vermelho, nesse contexto, pode ser visto como a força catalisadora que une o yin e o yang, promovendo um novo nível de consciência. Essa força transformadora é essencial para a evolução espiritual, transcendendo a simples dualidade e criando uma nova unidade harmoniosa.

Em ordens iniciáticas ocidentais, como a Maçonaria e as Rosacrucianas, a simbologia das cores é usada para transmitir profundas verdades espirituais. Na Maçonaria, os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre refletem diferentes estágios de crescimento e aprendizado. Assim como não existe mestre perfeito que não possa aprender com um aprendiz, também não há caos sem um grão de ordem e nem ordem sem um grão de caos. A tríade de cores (preto, branco e vermelho) no símbolo pode ser vista como uma representação desses graus, onde o vermelho simboliza a transformação e a integração dos conhecimentos adquiridos nos estágios anteriores. O preto e o branco representam as fases iniciais de aprendizado e polaridades, enquanto o vermelho sugere a culminação desse processo em um mestre que continua aprendendo e evoluindo.

 

Nas tradições orientais, como o budismo e o hinduísmo, o vermelho está associado ao chakra raiz, o centro de energia responsável pela conexão com a terra, segurança e vitalidade. Quando integrado ao yin-yang, o vermelho representa a necessidade de ancorar as dualidades espirituais em uma base sólida e terrena, criando um equilíbrio entre o espiritual e o material.

O símbolo triplo do yin-yang, transcende a simples dualidade e nos conduz a uma compreensão mais profunda da natureza da existência e da transformação espiritual. Ele sugere que o verdadeiro equilíbrio espiritual não é apenas a mediação entre opostos, mas inclui uma terceira força que promove evolução e transformação. Esse símbolo é, portanto, um emblema da integração completa do ser humano: a união das energias passivas, ativas e transformadoras em um todo harmonioso.

A filosofia de que sempre há um elemento de ordem no caos e caos na ordem reflete a interdependência entre yin e yang. Esse símbolo nos convida a abraçar todas as facetas da experiência e da existência para alcançar uma totalidade 2 espiritual, oferecendo um poderoso lembrete da complexidade e da beleza do caminho místico para a totalidade e a iluminação.

 

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Victor Yuri

Arquiteto de Soluções de Tecnologia da Informação. A curiosidade lhe impulsiona a estudar e aprender continuamente, tanto sua área de atuação, quanto na jornada maçônica. Gosta de compatilhar o que aprende e está sempre em busca de novos conhecimentos. É aprendiz maçom da Loja Clodomir Silva, em Aracaju.

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