Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)
Semana corrida, atropelada por afazeres urgentes. Novembro, penúltimo mês do ano, quando tudo parece acelerar – na verdade, quem está passando rápido somos nós, o tempo é o mesmo. Após três dias em Barreirinhas, porta de entrada para o santuário ecológico “Lençóis Maranhenses”, aonde fui com a exposição de fotografias “Andanças pelo mundo”, e para minha posse na ABLAC, Academia Barreirense de Letras, Artes e Ciências, retornei à Ilha do Amor a tempo de testemunhar, como convidado, as bodas de casamento de um jovem casal de amigos. Amizade construída através dos pais, Super Mário e da saudosa e inesquecível Vitória, que se manteve com os filhos, Mário Luís e Gustavo, o noivo.
Sábado, 04/11, final de tarde, em uma ampla casa de eventos, ambientada como palco de uma cerimônia dedicada ao amor. Decorada com esmero: comidas e bebidas de qualidade, banda de música; o ponto alto da cerimônia foi a celebração. Conduzida por um celebrante, personagem que substitui padre, pastor e afins; de forma descontraída, foi um momento para se guardar na memória.
“Deus não une pessoas, une propósitos”, disse o celebrante para os nubentes. “Não espere que o outro faça sua felicidade, precisamos estar inteiros para sermos a felicidade”. “Não coloque sua felicidade nas mãos do outro”.
“O que acaba com os relacionamentos não são as diferenças, mas as indiferenças”, concluiu ele. Perfeito.
Como amigo da família, assisti ao primeiro enlace do noivo, que não teve longa duração. Os dois muito jovens, separam-se com pouco tempo de convivência, e a “fila andou”.
Após um tempo solteiro, o noivo conheceu a noiva, ambos dentistas. A noiva foi, primeiro, sua paciente. Depois, com seu jeito especial, sua paixão, descobriram o amor. Ou melhor, construíram o amor. Sim, amor é construção. Algo que se cultiva e se cativa.
Esses dias relendo Jorge Luís Borges, o maravilhoso escritor argentino, me deparei com uma frase espetacular. Sou frasista, a frase é a síntese de um pensamento.
Já no final da vida, cego, Borges disse em uma entrevista: “Eu cometi o pior dos pecados de um ser humano: não fui feliz”. Dura e verdadeira, a pior coisa é chegar no outono da vida, olhar para trás e perceber que não foi feliz. Já não há mais tempo para consertar.
Sempre me faço essa pergunta: De que adianta ter vindo para cá, e não ser feliz. Eu não vim ao mundo só para pagar boletos e morrer. Tô fora.
Existe a vida, existe a morte, e nesse espaço, existe o amor, a alegria, a esperança, as amizades, os propósitos, a arte – livros, músicas, filme; as tardes de chuvas, manhãs de sol, e as oportunidades diárias fazem a diferença. Ah! existe o bombom da vida, o sexo. Não acredito em quem não se dê prazer.
A busca da felicidade é permanente. Aos 78 anos, a escritora chilena Isabel Allende, se casou pela terceira vez. Não há tempo pré-estabelecido para se construir uma vida nova e interessante. Tenho visto muitas pessoas, no adiantado da idade descobrirem o amor, ou um novo amor. Casar é entender que duas pessoas diferentes decidiram compartilhar uma vida em comum, baseada no amor, respeito e admiração mútuos. A vida é caminhada, construção, e exige da gente movimento; imperativo olhar nosso entorno com olhos benfazejos, ver sempre o lado bom da vida. Ter encantamento no olhar, descobrir coisas novas. A vida pede continuamente renovação, descobertas.
Desejo ao casal, Carol & Gustavo, o melhor do melhor: saúde, sucesso, sorte, sonhos, sexo, sabedoria, realizações, conquistas, e acima de tudo a proteção do DEUS VIVO.
“Enquanto houver um louco, um poeta e um amante, haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança de dias melhores”, William Shakespeare.
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