Há 28 anos na Polícia Militar de Sergipe e no último posto da corporação, o coronel Henrique Rocha vislumbra, agora, vôos mais altos: quer disputar uma vaga de deputado federal para representar o Estado e contribuir para uma melhor segurança pública no país, apresentando projetos de lei para um tema que sempre esteve na ordem do dia em todos os debates e na mídia. No momento em que quase toda classe política está desacredita, envolvida em falcatruas, o coronel Rocha acredita que homens livres e de bons costumes podem ter a oportunidade de fazer a diferença no Congresso Nacional. Participar de um processo eleitoral é um sonho que vem sendo acalentado há muito tempo, mas somente agora é que começa a ganhar corpo. Como esta escrito em Eclesiastes, há tempo para tudo. Veja o que pensa o coronel Rocha sobre política na entrevista concedida, esta semana, para o Só Sergipe.
SÓ SERGIPE -Por que o senhor quer ser candidato a deputado federal por Sergipe?
CORONEL ROCHA – O Congresso precisa de homens livres e de bons costumes, sem as amarras do capital que corrompe a ideologia e financiam campanhas políticas. A minha história de luta, as funções que desempenhei durante quase 30 anos de serviço público, me habilitam a disputar um mandato de deputado federal.
SS – Mas isso só não basta. O senhor tem apoio dos seus pares?
CR – O nome do Coronel Rocha está bem consolidado junto ao público interno, policiais e bombeiros militares, e em processo de construção de uma maior consolidação junto ao público em geral, em especial dos demais profissionais de segurança pública, policiais civis, federais e rodoviários federais, agentes prisionais, guardas municipais, agentes de segurança – Cenam, agentes de trânsito, vigilantes e bombeiros civis.
SS – E o que estes profissionais podem esperar, caso o senhor seja eleito?
CR – Uma candidatura de nome novo, que represente ruptura com a situação política atual, constituirá o nascimento de um legislativo mais preparado para o futuro do país. A eleição de profissionais em segurança pública, qualificará o debate e a propositura de leis, construindo, assim alternativas para a redução de violência e combate à criminalidade, além de criar mecanismos para fortalecimento das instituições envolvidas na proteção dos cidadãos. O desgaste e o descrédito de grande parte dos atuais deputados, envolvidos em corrupção e atividades pouco republicanas, faz com que cidadãos de bem optem pela mudança. Finalmente, a ausência de políticas públicas de segurança que atendam a sociedade e modernize as instituições policiais brasileiras, nos faz decidir sobre essa candidatura.
SS – Não é tentar um voo muito alto, já que essa é a primeira vez – pelo menos que eu tenha conhecimento – que o senhor se envolve em política partidária?
CR – A vida é feita de desafios. Quando fiz meu primeiro concurso para a polícia militar, eram mais de 1000 candidatos para apenas três vagas, e hoje estou aqui, fazendo parte de uma instituição mais que sesquicentenária, no último posto de minha carreira. A minha vida sempre foi feita de grandes desafios. Quando jovem me interessava por política, todavia ao optar por uma carreira militar as normas constitucionais e estatutárias não permitiam atuar na política partidária, mas sempre me mantive participativo como cidadão, cônscio de meus direitos e deveres. A política precisa de nomes novos, com propostas novas e exequíveis. O cidadão sergipano alçará voo junto com uma proposta nova, um nome novo, uma forma nova de fazer política. Nosso povo sofrido está cansado dos “voos” altos movidos a dinheiro, muitas vezes público, desviado criminosamente do erário, deixando nossa saúde, nossa educação e nossa segurança em estado calamitoso. É necessário voar bem alto, pois diz a fábula, que os ratos não sobrevivem às alturas, assim os que desejarem impedir esse voo, irão morrendo pelo caminho. Lembrando que o combustível dessa nave que voará muito alto é a consciência, a participação popular, a verdade, dos que acreditam num Sergipe melhor, bem como a indignação com a velha política de conchavos e de corrupção, cada vez mais desgastada.
SS – Na sua instituição tem diversos colegas seus pensando a mesma coisa: ser candidato nas próximas eleições. Esse leque de opções pode prejudicar uma candidatura? Não seria melhor centrar em um nome e tentar convencer toda PM a votar numa única pessoa? CR – A nossa Constituição oferece a todos cidadãos a faculdade de submeter seu nome ao voto popular, ressalvadas algumas condições específicas. O policial militar/bombeiro militar tem o direito de se candidatar e um número considerável de candidaturas mostra a preocupação destes profissionais com o futuro de nosso país, em especial do nosso Estado. É claro que concentrar as forças em um nome apenas fortalece qualquer candidatura, todavia isso é complicado, pois envolvem outros interesses, inclusive pessoal. Acredito que os policiais e bombeiros militares saberão discernir sobre uma candidatura séria, compromissada efetivamente com o social, com a segurança de nossos cidadãos. Saberão diferenciar também entre o candidato que efetivamente quer contribuir e apresente propostas, e os candidatos que em todas as eleições se candidatam, com objetivos meramente pessoais.
SS – Hoje, o militar que exercer cargo eletivo vai para a reserva. Se o senhor for eleito, seus planos como militar podem terminar. Já pensou nisso? Não pensa em ser comandante geral da PM um dia? CR – Sim, isso é verdade. O PM eleito é transferido para a reserva remunerada ex-ofício no ato de sua diplomação, o que diga-se de passagem, é uma injustiça e flagrante discriminação com o servidor militar, pois com nenhum outro servidor acontece. Tenho hoje 32 anos aproximadamente, de contribuição previdenciária, dos quais 30 no serviço público, sendo mais de 28 anos de atividade policial militar. Qual o coronel PM não pensa em ser comandante geral de sua instituição? Óbvio que pensei um dia, hoje não penso mais. Como deputado federal poderemos contribuir muito mais pela segurança pública de nosso estado do que como comandante geral, por isso abro mão de um sonho para tentar algo mais útil a sociedade. SS – Havia uma discussão sobre o militar que exerce cargo eletivo. Já foi resolvido? Quando terminar o mandato, ele retornar à vida militar? CR – A discussão sobre o retorno do PM/BM a sua carreira após a conclusão do mandato eletivo ainda ocorre no Congresso, espero que esta discriminação seja solucionada. Caso não esteja, continuarei, em qualquer cargo que eu estiver ocupando, a luta contra essa injustiça com o militar. SS – Como estão seus diálogos a respeito de partidos políticos? Já decidiu para qual agremiação o senhor irá? CR – Alguns PMs e BMs que me abordam no dia a dia, me cobram muito que não seja candidato por partido envolvido em corrupção e nem que possuam em seus quadras políticos notoriamente envolvidos em atos de corrupção. Alguns líderes políticos, presidentes de partidos, me chamaram para conversar. Estou aberto a ouvir todos, mas com certeza optarei por um partido que não possua em seus quadros políticos envolvidos em corrupção. Optarei por um partido que defenda a ruptura com as antigas estruturas de poder e de financiamento/compra de campanhas. Esse partido deve representar um nova forma de fazer política, uma relação mais estreita entre os mandatos e os cidadãos. Uma nova forma de construir programas e projetos. SS – Atualmente, a classe política brasileira está totalmente desacreditada. Qual será seu diferencial para não ser mais um? Qual sua proposta de trabalho para convencer o eleitorado que, se eleito, o senhor fará a diferença no parlamento federal? CR – A classe política está sim desacreditada, e esse é um dos mais importantes motivos que me impulsionam a submeter meu nome ao crivo popular. Precisamos renovar, substituir os políticos tradicionais e envolvidos em corrupção. Não podemos ser confundidos com o “mais do mesmo”. Precisamos nos apresentar, nos constituir como uma opção para o sergipano. Não só meu nome é novo, como minha proposta é nova. Nunca fui candidato, e o partido que escolherei certamente será algum que esteja construindo uma proposta de governo junto a sociedade, dialogando com a população antes, durante e depois de uma eleição, de um mandato e que esteja priorizando a política com honestidade, com transparência e com responsabilidade e participação sociais. O nome do Coronel Rocha foi citado em algumas pesquisas recentemente, o que é muito bom, pois não houve liberação para campanha ainda, ao menos para os que não tem mandato, pois os que já tem mandato fazem campanha diariamente na mídia. O nome do Coronel Rocha foi citado efetivamente como o novo, pois todos os outros estão com mandatos, ou já estiveram em mandatos, e outros com “vírgulas” após seus nomes, a exemplo de fulana, filha de fulano e fulano, filho de cicrano, ou seja, nomes aparentemente novos, mas vinculados a práticas políticas velhas e condenadas pela sociedade, como se o mandato político fosse passado através de herança familiar.
SS – E como será sua campanha? CR – A ideia é fazer uma campanha de diálogo e de participação com todos os cidadãos, fazendo com que todos que acreditem nesta proposta, as multipliquem e as propaguem. Acredito que todos que decidirem caminhar junto conosco levarão as ideias e propostas do Coronel Rocha a todos os rincões de nosso amado Sergipe. Algumas propostas defendidas pelo nosso projeto estão diretamente relacionadas a segurança pública. SS – Quais, por exemplo? CR – O fim da prisão disciplinar, um piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares, integração dos sistemas de inteligência dos órgão policiais e de defesa social, ciclo completo de polícia para todas as polícias, de redução da diferença salarial entre praças e oficiais e entre agentes e delegados, em igualar os salários dos peritos e legistas aos dos delegados, instituições policiais estruturadas em carreira única, com uma porta apenas de entrada, pela base. O país precisa também de instituições policiais federais fortes, com os mesmos direitos e com maiores efetivos, presença mais efetiva principalmente nas fronteiras de nosso país. O fortalecimento do sistema de defesa civil é fundamental para a instalação de unidades dos bombeiros militares mais estruturados e presentes no interior de nosso estado. O sistema prisional carece de investimentos, os agentes prisionais precisam ser mais valorizados, transformando sua carreira em carreira policial, tema já em discussão no congresso nacional (PEC 14/2016). Os executivos municipais precisam adequar sua legislação atinentes as guardas municipais à Lei federal 13.022 de 2014, fortalecendo a prevenção primária de combate a violência nos municípios. Por fim, fortalecer e agregar valores as atividades, que embora não sejam de segurança pública, contribuem e complementam através de suas atividades, a exemplo de do sistema de vigilância privada e bombeiros civis. Embora a segurança pública seja uma importante bandeira e que necessita de respostas imediatas, uma mandato parlamentar não pode ficar adstrito apenas a um tema, mesmo que fundamental. A segurança pública é um tema multidisciplinar, investir em saúde e em educação por exemplo, contribui muito para a redução de violência. Cidades limpas, com vias bem construídas, bem sinalizadas e bem iluminadas, contribuem da mesma forma. É fácil falar em investimento sem falar de onde virá o recurso. Mas os recursos existem e podem ser mobilizados através das emendas parlamentares, além da criação de um fundo nacional de segurança pública, com verbas carimbadas como as da educação e saúde, com percentuais predeterminados constitucionalmente. Num país onde a classe política defende um percentual da receita corrente liquida para campanha política eleitoral, não há como negar um investimento em segurança pública. Nosso Congresso atual possui uma frente nacional de segurança pública, com integrantes sergipanos, todavia não me recordo nos últimos anos de uma emenda direcionada à segurança dos nossos cidadãos realizada por nossos parlamentares.
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