Aproxima-se o dia mais relevante que traduz a vida em sociedade, quando devemos escolher nossos representantes, instrumentos de mudança em prol da coletividade. Nessa manhã chuvosa ou ensolarada, milhões de brasileiros, espalhados por esse país continental recheado de credos, raças e classes sociais dos mais diversos que há, saem de suas casas, repletos de esperança e, sobretudo, armados com o Título de Eleitor, podendo, assim, exercitar o mais sublime gesto de liberdade, por vezes ameaçado e que sobrevive a duras penas, ou seja, o direito ao voto!
Escolheremos os líderes da maioria, independente de que lado ou palanque, o desfecho almejado será sempre o bem comum, o progresso, a união dos desiguais, na busca incessante da justiça social!
Desde a redemocratização do Brasil há quase 4 décadas, não vislumbrávamos um momento deveras sensível, tênue e trêmulo, tal qual uma corda bamba, onde a intolerância se fortalece, o medo corrompe a consciência, as paixões se afloram, tolhendo, pois, a permissibilidade do livre pensar! E aí devaneio com meus botões… o que diriam, na atualidade, René Descartes ao rememorar: “penso logo existo” e Voltaire ao recitar: “posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”?
Façamos diuturnamente nosso exame de consciência! Somente no diálogo das ideias, imbuídos do senso altruístico e grafando nas linhas do contraditório e da ampla defesa, é que a sociedade certamente evoluirá e, então, traçaremos, na perfeição do esquadro e compasso, o melhor rumo a ser seguido, assim como afirmara o ex-premier britânico e maçom Sir Winston Churchill: “ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, exceto todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
Desse modo, é mister que todos nós, homens e mulheres livres e de bons costumes, sejamos fonte fecunda da liberdade do arbítrio, da igualdade de oportunizar e da fraternidade para apaziguar, abrandando os ânimos aflorados, afagando a face flagelada pela ganância e sepultando, no mais profundo calabouço, o ódio, o preconceito e a violência!
Mentalizando paz e concórdia, nós estaremos neste dia “D” da Democracia com nossas famílias e amigos, portando sorrisos nos rostos, convictos de que, mesmo que o outro lado prevaleça, quer tingido de azul ou vermelho, continuaremos cultuando as cores do Pavilhão Nacional, reverenciando nossos heróis e mártires de outrora, ajudando na elaboração de um futuro digno para a humanidade, plantando hoje tamareiras, a fim de que nossos filhos e netos saboreiem, dentro em breve, o dulçor dessas tâmaras!
Decidiremos nosso destino conclamando as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo e recitando, como um mantra, a célebre frase de Ruy Barbosa, ilustre maçom e brilhante jurista brasileiro: “a força do direito deve superar o direito da força”.
Que vença o melhor: a Democracia!
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(*) Hernan Augusto Centurion Sobral é médico cirurgião e coloproctologista. Mestre maçom da Loja Maçônica Clodomir Silva 1477, exercendo atualmente o cargo de orador.
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