sexta-feira, 15/11/2024
A arte de Bruno na Escola Estadual José de Alencar Cardoso, no Bugio

O grafismo de Bruno Macacore transforma o bairro Bugio, em Aracaju

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Bruno Macacore faz acontecer no Bugio

“Se você quiser ouvir o canto dos pássaros, não compre gaiola. Plante árvores!”. Essa é apenas uma das muitas mensagens espalhadas pelo bairro Bugio, em Aracaju, pelo grafiteiro e artista plástico Bruno Bezerra Santos, mais conhecido como Bruno Macacore. Há 13 anos, ele promove diversas atividades culturais no bairro desde que fundou o Movimento Macacore, hoje incorporado ao seu nome. Mas o que é mesmo Macacore?  É a abreviatura de Movimento Ambientalista Comunicador Artístico Cultural Opositor Reformador Ecológico. Há, ainda, outro detalhe para explicar o nome do movimento. É que Bugio é o nome de uma das espécies de macacos.

A pandemia da Covid-19 frustrou os planos de Bruno Macacore, mas não sua disposição. Um dos projetos é ter, no bairro, uma galeria de arte. Hoje, Bruno já tem os instrumentos necessários para uma banda, que antes da pandemia fazia apresentações em diversos bairros de Aracaju. “Já fizemos trabalhos no Incra, onde revitalizamos uma parede, fizemos  no Centro de Criatividade,  nos bairros Coroa do Meio, América e aqui no Bugio atuamos bastante”, afirmou.

Ele lembra de uma atividade na Comunidade do Amor (ou Favela do Amor), anteriormente chamado de  loteamento Anchietão.  “Foi sensacional o trabalho que fizemos ali. Grafitamos 47 barracos, chegamos junto das pessoas e levamos cestas básicas a 270 moradores. É algo que quero voltar a fazer”, deseja Bruno Macacacore.

Inspiração

Desde criança que a arte segue os caminhos de Bruno Macacacore. Ele lembra que, quando tinha 8 anos de idade, sua referência foi o amigo Edilson, dono de salão de corte de cabelo e também artista plástico. Como Bruno ia sempre ao salão, começou a ter contato com a arte plástica e também ouvia MPB e rock. “Ele me incentivou e fui desenvolvendo por conta própria. Foi um toque que tive e levei para a minha vida”, disse.

“Era algo que me movia e no decorrer do tempo foi acontecendo. Sempre estive ligado ao teatro, shows, enfim, à cultura como um todo. E são 13 anos nisso”, completou Bruno Macacore. Nesse tempo de estrada, ele viajou o país mostrando, não só a sua arte, mas as produzidas por outros artistas do Bugio e de Aracaju. “Fizemos um intercâmbio cultural em Curitiba, levamos o nosso forró nordestino e aprendemos sobre a bela cultura curitibana. No momento em que a pandemia passar, queremos voltar a Curitiba e, também, trazer, os artistas de lá para vivenciarem nossa cidade, nosso bairro”, afirmou.

Enquanto esse dia não chega, Bruno Macacore segue, com sua arte embelezando as escolas estaduais e municipais do Bugio, afinal, como ele mesmo diz, “tem muita coisa a ser feita”. E nesse ritmo intenso de trabalho, do fazer arte, é sempre bom dar uma pequena pausa para refletir o que o poeta Fernando  Pessoa ensina num poema que pode ser lido numa das paredes do Bugio. “Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol;  ambos existem, cada um como é”.

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Sobre Antonio Carlos Garcia

Editor do Portal Só Sergipe

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