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Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*)

 

O Brasil não tem monarquia, mas teve três reis: Pelé, Roberto Carlos e Silvio Santos. Um do futebol, outro da música e um terceiro da TV. Pelé se aposentou em 1977, e morreu em 29 de dezembro de 2022; Roberto só aparece na TV uma vez por ano, no especial de Natal; Silvio Santos, que morreu no último sábado, aos 93 anos, foi o mais longevo de todos, e se manteve por 60 anos no ar.

Com seu sorriso largo, Sílvio foi por décadas sinônimo de carisma, simpatia e diversão. Para além de outros apresentadores que despontavam na rádio e na TV dos anos 50, ele tinha uma vantagem que adorava contar: tinha sido “camelô”, ou ambulante, nas ruas do Rio de Janeiro. Aprendeu nas ruas a entender aquilo que o povo queria, e a melhor maneira de vendê-lo.

O dono do SBT foi um caso único de sucesso estrondoso em dois terrenos diferentes, como empresário e comunicador. O primeiro programa que apresentou, “Vamos Brincar de Forca” (1960), na TV Paulista, já prenunciou aquilo que fez por toda a vida: a apresentação de jogos e brincadeiras simples, de facílima compreensão para um povo minimamente alfabetizado.

Quero falar do Silvio Santos ser humano. Ele não apenas se tornou um ícone da televisão, mas também provou que, independentemente de onde você vem, o que realmente importa é o seu desejo de chegar aonde quer.

Ao ler sua biografia, saber que ele começou como camelô, vendendo produtos nas ruas do Rio de Janeiro, me impressionava a forma como ele transformou desafios em oportunidades. Isso motivou muita gente a seguir em frente, mesmo em momentos difíceis. Sílvio sempre acreditou no próprio potencial e mostrou que, com trabalho duro e visão, é possível construir algo grandioso.

O que mais me toca na história de Sílvio Santos é a maneira como ele sempre foi autêntico. Ele nunca teve medo de ser ele mesmo, de falar o que pensava e de se conectar com as pessoas de forma genuína. Essa autenticidade é algo que o diferenciou, especialmente no meio artístico, tão artificial.

Além de ser um grande comunicador, Sílvio era também um líder excepcional. Ele conseguiu manter o SBT como uma das maiores emissoras do país, em um mercado tão competitivo. Isso não foi só por suas habilidades de negócios, mas também por sua capacidade de inspirar e motivar pessoas. Isso me faz pensar em como é importante não apenas ter uma visão clara, mas também saber como liderar e inspirar as pessoas que caminham ao nosso lado.

Com sua morte ficamos sabendo que ele sempre esteve envolvido em causas sociais, ajudando quem precisava, muitas vezes sem alarde. Sílvio Santos é um verdadeiro exemplo de superação e de como o sucesso é resultado de esforço, paixão e autenticidade. Ele mostrou que é possível sonhar grande e realizar esses sonhos, desde que você acredite em si mesmo e esteja disposto a trabalhar duro por isso. Sua história é uma lembrança constante de que não existem limites para quem tem coragem de seguir em frente.

Sílvio Santos escolheu viver da forma mais simples, provando que felicidade é algo que se constrói ao longo do tempo.

 

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Luiz Thadeu Nunes

Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o homem mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.  Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências; ATHEAR, Academia Atheniense de Letras; e da AVL, Academia Vianense de Letras, membro da ABRASCI. E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br

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