Há dois anos o mundo trava uma verdadeira guerra. A luta é contra um inimigo invisível, traiçoeiro e letal, oriundo da região de Wuhan, na China, até hoje mal explicado. Há muitas versões sobre sua origem, o que suscitou muitas dúvidas; até agora os cientistas batem cabeça para amenizar os efeitos nefastos do coronavírus. Como se espalhou pelo mundo todo, não poupando ricos e pobres; brancos e negros; cristãos, judeus, muçulmanos; a comunidade científica mundial se uniu atrás de solução para o problema e, em tempo recorde, surgiram as vacinas. Junto às vacinas foram espalhadas, mundo afora, muitas dúvidas quanto à sua eficácia.
Agora a guerra é contra as fake news, a divulgação de notícias falsas. As ideologias políticas estão nos afastando cada vez mais; o mundo está rachado.
Mesmo países super desenvolvidos como Israel – pequeno e com alta tecnologia – teve que vacinar sua população de nove milhões de habitantes três vezes. Enquanto você lê esse artigo, mais de 5,2 milhões de pessoas perderam a vida para a Covid-19 no mundo, segundo Johns Hopkins, EUA, sendo 232 mil no Brasil.
A pandemia não acabou em nenhum lugar do planeta, apenas arrefeceu em alguns países, mas há mutações se espalhando pelo mundo. A variante que estamos enfrentando, a ômicron, menos letal, é altamente transmissível e prejudica a saúde e a economia dos países, que tentam se reerguer após essa hecatombe.
Com o coronavírus, nossos problemas aumentaram, e tudo que não precisávamos nestes nebulosos tempos era de mais uma guerra. Mas a insanidade dos homens não dá trégua, e o mundo se prepara para assistir a mais um conflito armado no velho continente europeu, palco de duas grande guerras mundiais.
Para entender essa sandice, vamos voltar no tempo.
Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética. A União Soviética ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi uma nação que existiu entre 1922 e 1991. Era formada por 15 repúblicas.
Ao final da década de 1970, a URSS enfrentou forte crise econômica que levou o país à recessão e a uma crise política, a qual contribuiu para o seu fim, em 1991.
No início dos anos 90, com o fim da União Soviética, algumas negociações foram pensadas como forma de integrar Belarus e Ucrânia à Rússia. No entanto, o caos que reinava em cada um desses países, por conta da transição democrática, freou tais planos. A Ucrânia sempre se sentiu abandonada por Moscou durante os anos soviéticos. Dois fatos importantes são alegados aqui como causadores desse sentimento: a péssima gestão durante o acidente de Chernobyl e a insignificante ajuda após a Segunda Guerra Mundial, no auge da crise de fome que varreu o país.
Mesmo independente, a Ucrânia se manteve na esfera de influência direta da Rússia, agindo quase como colônia. O estopim em relação à Ucrânia ocorreu em 2013, quando um enorme movimento contra o controle político russo começou a direcionar no sentido da União Europeia. Para a Rússia, isso era absolutamente inaceitável sob todos os pontos de vista. Um dos reflexos provocados por essa “ousadia” ucraniana, foi a invasão de 2014 que tomou a Crimeia e manteve o extremo leste do país “mais ou menos” ocupado.
Acompanhando o noticiário internacional, vi que aproximadamente 120 mil soldados russos estão posicionados na fronteira com a Ucrânia, esperando ordens do Kremlin para invadir. Uma coisa é certa, o mundo está carente de lideranças, até os EUA, outrora xerife do mundo, não se fazem mais ouvir. Está provado que Joe Biden é fraco, há um ano como presidente da nação mais armamentista do mundo não é levado a sério. Os EUA perderam o protagonismo de outrora. Agora é a Rússia que testa os limites da diplomacia americana e europeia com a movimentação de tropas em suas fronteiras com a Ucrânia.
Mostrando ser capaz de invadir, de fato, o território ucraniano e estabelecer em Kiev um governo análogo ao Kremlin, Putin forçou a OTAN, EUA e União Europeia sentarem à mesa para discutir o levantamento de sanções internacionais que vigoram contra a Rússia desde a anexação russa da Crimeia.
Em minhas andanças pelo mundo estive três vezes na Rússia, onde visitei a fria Moscou e a belíssima São Petersburgo. Após sucessivos adiamentos visitei Kiev, capital da Ucrânia, em 2018. Fascinante cidade, com um povo acolhedor.
A Ucrânia fica localizada entre a Rússia e o restante da Europa; seus 44 milhões de habitantes são reféns dos humores do czar Wladimir Putin, que não aceita ver o país membro da OTAN, assim como já são a Letônia, Estônia e Lituânia, ex-URSS.
Na viagem em que visitei Kiev, também conheci Chisinau, capital da Moldávia e Minsk, capital da Belarus, países que faziam parte da antiga URSS. Pouco conhecidos e divulgados por aqui, países lindos e de muita cultura. Devo voltar.
Guerras são caras, muito dinheiro envolvido, não seria mais prudente e sensato gastar esse dinheiro com vacinas para salvar mais vidas? Respondo: A insensatez dos poderosos não pensa assim.
Bons tempos em que se podia andar por aí, sem as ameaças do coronavírus e do oscilante humor de Wladimir Putin, que com sua sandice coloca o mundo em perigo.
O mundo não precisa de mais guerra, já temos problemas demais. O mundo precisa é de paz, vacina para todos, amor, sexo e cerveja gelada, ou se preferir, vodka.
Luiz Thadeu Nunes e Silva é engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.
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