Agradeço a presença de cada um vocês, que gentil e generosamente saíram de suas casas, deixaram seus compromissos para estarem aqui, nesta noite de 22 de junho de 2022, a compartilharem comigo momentos de magia, alegria, contentamento, júbilo e gratidão.
Agradeço especialmente quem veio de longe, cruzou os céus do Brasil, e hoje está aqui, como o amigo especial General Moura Barreto, e meu editor Raimundo Araújo Gama.
Quis Deus, em sua infinita bondade, que estivéssemos vivos para celebrar este momento, a realização de um sonho; minha gratidão eterna ao Senhor.
Todos nós, aqui presentes, somos sobreviventes de tempos difíceis, angustiantes, medrosos, inseguros.
Todos nós aqui presentes, somos vencedores, que vencemos dores: de perdas, de lutas contras todo tipo de males que nos assolam e nos afligem.
Estão reunidos neste espaço cultural, da livraria Amei familiares: Heloísa, esposa, Rodrigo & Ana Paula, filho e nora; Frederico & Isadora, não vieram, estão com Covid-19; irmãos, primos, tios; vizinhos de mais de cinquenta anos e atuais, colegas dos bancos escolares, dos antigos Ginásio e Científico do Colégio Batista Daniel de La Touche; colegas da faculdade de Agronomia, do Campus da FESM, depois UEMA; professores da faculdade, colegas de trabalho do Incra, médicos que me acompanharam quando mais precisei; padre Carlos Martinenghe, que tinha visto antes apenas uma vez; amigos em geral e convidados. Amigos queridos que não puderam estar presentes ao lançamento do livro, gravaram depoimentos, graças às maravilhas da tecnologia se fizeram presentes em vídeos.
Uma pessoa especial, que avistei de cima deste tablado e encheu meu coração de alegria. Cabeça branca, marcas do tempo, amigo de meu saudoso pai Luiz Magno, o catarinense Elói Confortin. Há trinta anos não o via, veio atraído pelas entrevistas que dei na TV, durante divulgação do livro. Estava acompanhado de sua nova companheira Ana Cristina.
Ao meu lado, o querido amigo dos banco escolares e meu editor, médico por formação, Raimundo Araújo Gama, sonhador por vocação que acreditou em um cabra andarilho e contador de histórias, visibilizando o projeto do livro, “Das muletas fiz asas”, que a partir dessa noite começou a voar.
Um agradecimento especial à amiga Lys Oliveira Cunha, também do Colégio Batista, que fez um acordo de convivência pacífica com o tempo, mantendo-se bela e charmosa, a mestre de cerimônia do evento. Em um vestido esvoaçante cítrico, foi rebatizada pelo General Moura Barreto como Lys Taylor, em referência à diva hollywoodiana. Obrigado ao amigo Antônio José, homem sem formalidades, que ao perguntar-me dias antes, “Com qual roupa devo ir ao lançamento do livro?”, “A que lhe ficar mais confortável”, respondi. Foi de bermuda e havaianas, gosto de gente assim. “A simplicidade é o mais alto degrau da sofisticação.”, Leonardo da Vinci.
Cerca de sessenta convidados não compareceram, alegando, grande parte deles, terem sido acometidos pelos males do flagelo do coronavírus e das gripes e viroses que assolam nosso entorno.
O lançamento desse livro é a colheita do que foi plantado lá atrás, uma construção de uma longa caminhada, de desafios vencidos, com a temeridade de que as coisas não dessem certo. Várias vezes adiado, finalmente nesta noite assistimos ao nascimento dele. Com fé inabalável no Deus vivo, que tendo ele à frente, com plena certeza de que as coisas se resolveriam, tudo na hora certa aconteceu e deu certo.
No dia 11 de julho de 2003, acordei cedo, abri a janela do apto em que estava hospedado, vi a beleza da natureza, o mar esverdeado da praia de Manaíra, em João Pessoa, em silêncio fiz uma oração de agradecimento à Deus pela minha vida, pelas boas coisas que ele proporcionava naquele momento. Desde cedo tenho o olhar de “Poliana”, procuro olhar o lado bom e bonito das coisas, eduquei meu olhar para o belo. Sou otimista por opção. A gratidão é o refrigério do espírito.
No final da tarde daquele mesmo dia, em uma dessas coisas que acontecem sem sabermos o porquê, que chamam de imponderável, tudo havia mudado. O táxi que havia pego para encurtar caminho, por irresponsabilidade do condutor, em atender uma ligação de celular, bateu de frente com uma Scânia, mudando para sempre a minha vida. Após a brutal colisão, acordei no assoalho de um utilitário, todo ensanguentado, quebrado, sem saber da gravidade do problema, que daquele momento em diante a minha vida não seria mais a mesma. Cinco anos sem caminhar, preso a leitos hospitalares, 43 cirurgias em hospitais de Natal, SL, SP, e novamente São Luís. O tempo seguiu seu curso, tive que aprender e me adaptar à nova realidade, passei a andar com muletas; nova vida, novo horizonte se abriu à minha frente. Tudo novo, difícil, complicado, tempo de aprendizado e adaptação.
Para quem não tinha confiança de atravessar uma rua estreita em nossa quatrocentona São Luís do Maranhão, me vi atravessando oceanos, pisando com minhas inseparáveis companheiras nos mais distantes lugares da terra: da Terra do Fogo, na Patagônia argentina ao Alasca, tive a oportunidade e o privilégio de visitar todos os continentes, faltando apenas a gelada Antártida, que nutro esperanças e tenho planos de chegar lá.
Todos que hoje aqui estão, nesta noite especial, fazem de alguma forma parte dessa caminhada, tangenciamos nossas vidas em algum momento.
Muitos já me conheceram de muletas, outros sem elas. Houve um tempo em que andei sem o amparo delas. Até meus 45 anos tinha as pernas boas, hoje, minhas muletas são companheiras fiéis de jornada.
Homem sonhador, “minha matéria prima são os sonhos”. Se me permitirem um conselho, lhes diria, nunca deixem de sonhar, os senhores e senhoras estão presenciando e testemunhando a materialização de um sonho. Mais um.
Não tenho como mensurar minha alegria e gratidão ao vê-los na plateia, em fila para eu autografar cada exemplar, com dedicatórias de agradecimento, na esperança de que gostem do que ali está narrado. Para completar minha felicidade, no dia seguinte ao lançamento, os jornais de minha cidade publicarem “O escritor Luiz Thadeu lança o livro ‘Das muletas fiz asas’”. Para quem achava que ser chamado de escrevinhador estava de bom tamanho, ser chamado de “Escritor” é a glória. Nem nos meus maiores devaneios, sonharia tão grande.
De uma coisa estejam certos, o livro foi escrito com o coração, quero mostrar ao leitor que com determinação, meta, foco, garra, todos podem realizar sonhos.
Eu tinha tudo para dar errado: não nasci com talentos, era tímido, inseguro, mas após o acidente tive a necessidade de me reinventar, e assim nasceu a nova versão, atualizada e revida de Luiz Thadeu Nunes e Silva. E, quão prazeroso é se descobrir no outono na vida, um Forrest Gump, andarilho e contador de histórias. Essas histórias viraram livro.
Quem me conhece, bem sabe que nunca me vitimizei, sempre digo para mim: “Ter problemas na vida é inevitável, deixar-se abater por elas é opcional”. E, mais: “Terra, aproveite enquanto estiver em cima dela”. Estamos vivos, vamos celebrar.
A escritora ucraniana, naturalizada brasileira Clarice Lispector, disse certa vez que “há um livro dentro de cada um de nós, basta tirá-lo”. “Das muletas fiz asas”, é o primeiro livro que tiro de dentro de mim, há mais dois em gestação.
Fechando a noite de magia e encantamento, a maravilhosa canção “Mercador de Ilusões“, minha trilha sonora, que ganhei de presente dos amigos compositores e arranjadores JR Aroucha, Bôsco Carvalho e Rodrigo Chá.
A letra da canção diz:
“Minha vida ora doce, ora amargar,
ora estreita, ora larga,
tem a pegada que eu dou.
Sou Giramundo, sou feito estradeiro,
viajo o tempo inteiro sem ligar para os dissabores.
Sou melindroso, nessas idas e nessas vindas,
dou sempre as boas vindas para os novos amores.
Sem delongas ou mistérios, sigo tomando as lições que estabelecem
os critérios do tabuleiro das emoções,
e em todos os cantos onde eu vou para alegrar os corações
levo sempre esse humor de mercador de ilusões”.
Todo esse carinho, gentileza e generosidade dos amigos fazem bem ao coração, nos impulsionam a ir mais longe.
Viver é bênção, viver é dádiva, viver é bárbaro, viver é divino, viver é buscar o melhor. Vamos celebrar a vida, estamos vivos.
Viva a vida, obrigado pela atenção, carinho, gentileza e generosidade de cada um de vocês que aqui estiveram, testemunhando momentos únicos e inesquecíveis. Obrigado Papai do Céu por tudo isso. Ser chamado de Giramundo nessa canção do mesmo nome é algo sublime, emocionante, fascinante, especial, fenomenal.
__________
(*) Luiz Thadeu Nunes e Silva é engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes e autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Por Rafael Leleu (*) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira,…
A diretoria do Banese e representantes do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e da Caixa…
Em virtude do feriado do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira, 20, alguns…
Por Luiz Thadeu Nunes e Silva (*) adico, 62 anos, é pedreiro e…
O prefeito Edvaldo Nogueira acendeu, nesta segunda-feira, 18, as luzes do Natal Iluminado do Parque…
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação para desarticular organização criminosa responsável…