Sempre com destino ao futuro, o estado de Sergipe tem provado que vivencia um novo momento de desenvolvimento e geração de emprego e renda. Na perspectiva de resgatar o histórico que trouxe o estado a este ponto, o Observatório de Sergipe, vinculado à Superintendência Especial de Planejamento, Monitoramento Estratégico e Gestão de Resultados (Superplan), da Casa Civil, desenvolve uma série de estudos que apresentam a evolução das atividades econômicas que contribuíram para o crescimento do estado durante o século XXI.
Em seu primeiro bloco, a série ‘Economia sergipana no século XXI’ concentra suas análises no setor da agropecuária. Até o momento, foram lançadas as duas primeiras edições. A primeira aborda a produção de milho e a segunda, de cana-de-açúcar. Os levantamentos serão publicados semanalmente.
Os estudos são elaborados pelo gestor governamental Danilo Macedo de Oliveira e coordenados pelo professor Ricardo Lacerda. De acordo com o professor, a série surge justamente para cumprir o principal intuito do Observatório de Sergipe: realizar análises estruturais e divulgar informações sobre os setores mais relevantes para o desenvolvimento do estado.
“Dentro desse trabalho, foi dado início a estudos sobre o setor agropecuário sergipano, como a citricultura e a cultura do milho, que são atividades econômicas muito importantes para Sergipe e para uma grande quantidade de pessoas que tiram sua sobrevivência dessa cadeia produtiva”, indicou Ricardo Lacerda.
Ainda segundo o coordenador da série, posteriormente, os estudos devem se direcionar a outras áreas fundamentais nesse contexto, a exemplo dos setores de indústria e comércio – sempre demonstrando a evolução dessas atividades no século XXI.
Milho como protagonista
A primeira edição da série ‘Economia sergipana no século XXI’ mostra que, em uma década, a contribuição do milho para o produto econômico agrícola no estado passou de 5% para 50%. O estudo revelou que, há dez anos, o milho já era o principal produto agrícola da economia do estado, mas a produção do grão foi especialmente impulsionada no ano de 2003, com a geração e adaptação de materiais genéticos propícios às condições edafoclimáticas da região agreste do estado e o apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outras instituições de pesquisa e políticas.
Também foram fundamentais para essa evolução a instalação de empresas de sementes, máquinas e fertilizantes, a presença de agentes de crédito, e a intensificação da motomecanização e demais tecnologias de automação agrícola.
Nesse sentido, Danilo Macedo aponta que o material possibilita analisar o desenvolvimento da cultura do milho em Sergipe de forma mais detalhada e criteriosa, levando em consideração a expansão substancial na quantidade produzida ao longo das últimas décadas, bem como os impactos socioambientais gerados pela atividade – informações de extrema relevância para a população.
“O estudo complementa e aprofunda as informações já disponibilizadas pelo Observatório, anualmente, por meio das Pesquisas da Agricultura e Pecuária. Trata-se de pesquisa importante para o exercício ativo da cidadania, visto que fornece dados seguros acerca da realidade do estado”, considerou Macedo.
O levantamento traz outros dados que contribuem para o debate sobre o tema, como: mais de 15 municípios do estado utilizam mais de 90% de suas áreas de cultivo para o milho; a produção de milho saltou de menos de 200 mil toneladas para mais de 500 mil em menos de cinco anos; municípios como Simão Dias e Carira apresentam produtividades médias características de regiões avançadas do agronegócio brasileiro.
Produção de cana-de-açúcar
O segundo volume da série, divulgado nessa quinta-feira, 28, analisa o setor sucroalcooleiro em Sergipe, revelando que a produção se estabeleceu no estado apenas no final do século XVIII e atingiu o seu ápice na primeira metade do século XXI. De acordo com o levantamento, dois momentos estruturantes foram fundamentais para a evolução do setor no estado: a chegada do Proalcool – iniciativa do governo brasileiro que tinha como objetivo fomentar a produção de álcool combustível no país – em 1975, e o advento dos automóveis que podem ser abastecidos com mais de um tipo de combustível, como álcool ou gasolina, em 2003.
“Ambos os fenômenos foram determinantes para que se observasse substancial expansão da monocultura canavieira no estado o potencial sergipano na produção de biomassa se apresenta como uma alternativa interessante frente aos desafios energéticos do estado”, diz trecho do documento.
Ainda segundo o levantamento, municípios do baixo São Francisco sergipano se destacam nesse cenário, sendo que três deles multiplicaram suas plantações de cana-de-açúcar em mais de dez vezes em uma década: Neópolis (1.882%), Japoatã (1.262%) e Pacatuba (125.000%). O estudo também dá ênfase às cidades de Laranjeiras e Japaratuba, na Grande Aracaju e no leste do estado, respectivamente, que, de acordo com o Observatório, organizam-se em função dos negócios sucroalcooleiros.
O responsável pela série também adiantou que o bloco da agricultura contará ainda com volumes sobre as produções do leite e da laranja. “Serão lançados semanalmente, e até a segunda semana de outubro estarão todos disponíveis para consulta”, detalhou Danilo Macedo.
A série pode ser consultada no site do Observatório de Sergipe (https://observatorio.se.gov.br/).