Um dos maiores símbolos da história política, cultural e arquitetônica de Sergipe foi reaberto ao público na tarde de ontem. A reabertura do Palácio-Museu Olímpio Campos (PMOC) aconteceu com muita festa dos funcionários e visitantes, ritmados por atrações culturais do estado, embalados pelo mês junino.
Fechado desde 2020, o imponente prédio, que já foi a antiga sede do Governo do Estado de Sergipe e está localizado entre as praças Fausto Cardoso, Almirante Barroso e Olímpio Campos, recebeu algumas restaurações em ambientes e objetos. “Nesse tempo, foram restaurados ambientes das partes inferior e superior, como também objetos, principalmente, de cobre, que estavam danificados. Foi colocado também, no quarto feminino do local, a imagem da primeira vereadora mulher do estado, dona Noélia de Oliveira, do município de Carmópolis, ao lado de tantas outras pioneiras de importância políticas”, disse a Karoliny Acioli, gestora em turismo, ligada à Coordenação Museológica do local.
Com a restauração, o Governo Estadual não só valoriza o sítio arquitetônico, como também faz um resgate histórico da vida política sergipana e cria mais um espaço cultural no cotidiano da cidade. “Passamos dois anos fechado, então o governador Belivaldo Chagas, preocupado com a história política de Sergipe, possibilitou que a gente restabelecesse o nosso acervo, dando a oportunidade de climatizarmos boa parte do local e toda a estrutura física”, salientou o diretor administrativo Elicelmo Zuzarte França.
Para Zuzarte, o Palácio-Museu é uma referência turística do estado. “Aqui fica a sede do governo estadual, local onde o governador despacha, realiza audiências e suas solenidades de prestígio a outros chefes de governo. Então, estamos preparados, não só para atender o turista, mas quando o governador estiver despachando”, disse o diretor administrativo, que ainda reforçou que o local recebia por ano cerca de 2.500 visitantes, incluindo estudantes e turistas.
“A reabertura é bastante significativa porque é, mais uma vez, a devolução de um prédio do século XIX, que foi construído e criado para ser a sede do poder executivo e essa devolução é muito importante para o sergipano. A partir de agora, a população vai poder entender a relevância dos nossos governantes para a história do estado, já que o palácio tem como missão, mostrar a história política do estado e a história política de cada representante, mostrando o que eles fizeram, como viveram, como trabalhavam nesse prédio”, garantiu a historiadora Izaura Ramos.
Os ritmos e vozes em alusão aos festejos juninos tomaram conta do Palácio-Museu Olímpio Campos. Quem passou pela frente do local, ficou atraído a dar uma bisbilhotada no que estava acontecendo, outros, marcaram de se encontrar e prestigiar a reabertura do local que conta parte da história política sergipana, como foi o caso dos servidores públicos Guilherme Bratz Uberti e Caio Jordão, que aproveitaram a sua colega sergipana Isadora Bastos, como guia cultural do dia.
“Os prédios históricos dessa cidade têm uma relevância muito grande. Para falar a verdade, eu não conhecia o Palácio, já tinha vindo conhecer a Praça [Olímpio Campos] em outros momentos, justamente para também visitar esses prédios históricos, mas quando eu chegava os encontrava fechados, agora estou feliz por ter a oportunidade de conhecer a história de Aracaju e Sergipe”, disse o pernambucano Caio Jordão.
Para o gaúcho Guilherme Bratz, prédios como o Pmoc reforçam a relevância da história do estado. “Acho importante porque quem vem de fora tem a oportunidade de conhecer a história política do local. Eu sempre busco esses eventos culturais, locais de significância, para saber sobre o estado em que eu estou morando e entender as raízes locais. Estou sempre buscando prédios como esses na capital e no interior porque eles guardam a essência e para entender a história sergipana. Vê-los revitalizados me deixa feliz”, garantiu o servidor público.
“Esse é mais um lugar para atrair as pessoas para Sergipe. Aqui, quem chegar, seja turista ou sergipano, poderá aprender sobre a história política do nosso estado e um pouco, também, da nossa cultura, que é esquecida muitas vezes, mas, aqui, fazemos questão de reforçar”, disse Karoliny Acioli.
Construção em estilo neoclássico, com influência greco-romana, abriga pinturas de Orestes Gatti e esculturas de Cercelli. Tombado em 1985, o palácio foi erguido no século XIX e inaugurado no ano de 1863. Funcionou como sede do governo estadual até 1995, quando as tarefas de governo foram transferidas para o Palácio dos Despachos, na avenida Adélia Franco.
O Palácio sofreu uma grande reforma no século XIX, sob as referências do ecletismo europeu, que alterou significativamente sua fachada e seu interior. Em 2007, o Governo de Sergipe iniciou um amplo processo de recuperação do imóvel, que contemplou as áreas internas e a fechada do casarão, além da restauração dos elementos artísticos e móveis. A recuperação do palácio contou com a instalação de uma rede de internet e aquisição de novos móveis.
Nesse último fechamento, em 2020, o Governo de Sergipe trabalhou para climatizar parte do pavimento superior do local, onde os governadores residiam e que conta com nove ambientes; e reestruturar o pavimento inferior, onde existem outros sete ambientes.
O museu conta com galeria de fotos dos governadores e vice-governadores, assim como biblioteca, medalhas e seus documentos pessoais; e um quarto decorado em homenagem às mulheres que se destacaram na evolução política de Sergipe. O museu-palácio está aberto ao público das terças às sextas-feiras, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, da 9h às 13h. Para os colégios, o museu adota o sistema de marcação, podendo entrar no recinto até 50 pessoas por turno (matutino ou vespertino). A entrada é gratuita.
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