“A retomada dos negócios e da vida com trabalho, liberdade e saudabilidade, exige muito aprendizado, competência, criatividade e inovação, porque o olhar dos empresários, dos consumidores e do público em geral está mais apurado”, observa o personal & professional coaching, Antônio Neto, um dos mais importantes palestrantes do país.
Ele acrescenta que “está acontecendo a resiliência dos processos de negócio, exigindo constante aprendizado, devido às incertezas, inclusive com a necessidade de atividades e serviços personalizados com qualidade, enxugamento dos orçamentos, digitalização dos processos e em algumas situações a adaptação ao home office”.
Dentro deste contexto, empresários e consumidores começam a vivenciar uma nova fase com a proximidade do final do ano, quando, normalmente, há um boom nas vendas. “Para processar uma venda o vendedor deve protagonizá-la sabendo os passos tais como: abordagem, sondagem, demonstração; dialogar sobre as objeções e saber o momento de concretizar a venda. Isso é técnica e deve ser aprendida. E fazer isso com ética”.
Para o consumidor, é importante estar atento e não comprar com o sentimento da emoção, pois a conta vai chegar e será necessário a razão para administrar o dinheiro e pagar o que deve. “O cliente deve levar em consideração as características do produto ou serviço, analisando os benefícios e vantagens e se realmente está dentro da contemplação dos desejos e necessidades”, frisou.
Graduado em Administração e pós-graduado em Gestão de Marketing e Vendas, Antônio Neto diz “que é muito importante você estar disposto a lidar com aqueles gatilhos emocionais que tendem a ser difíceis de lidar”. E sugere um ensinamento socratiano: “Conheça-te a ti mesmo”. Saiba um pouco mais sobre o que conversou o palestrante Antônio Neto nesta entrevista com o Só Sergipe. Vale a pena a leitura.SÓ SERGIPE – Depois de um período atípico de pandemia Covid-19, quando o mundo, literalmente, parou, estamos numa fase posterior, com as pessoas retomando as atividades, os contatos sociais etc. Percebemos que é preciso uma preparação para essa retomada. E é aí que entra o seu know-how como palestrante motivacional. Isso, de fato tem ocorrido?
ANTÔNIO NETO – Felizmente o cenário está mudando e melhorando, pois estamos há dois anos e sete meses que foram decretadas as exigências sobre os cuidados decorrentes da pandemia. Os primeiros meses foram de muita tensão, preocupação, perdas, sequelas, redução de receita e aumento ou manutenção dos gastos. O medo, associado ao cuidado, passou a fazer parte do dia a dia das pessoas, como também, a propagação do terror, noticiários assustadores e ações inibidoras da manutenção da liberdade e em algumas situações o excesso de limitações, como acompanhamos na mídia, promovendo um significativo encolhimento na produção, produtividade e serviços incorrendo em dificuldades econômicas e financeiras para as pessoas e para as empresas.
O grande Peter Druker, professor, escritor e consultor administrativo, disse no seu livro intitulado “Uma era de descontinuidade: orientações para uma sociedade em mudança”: “Podemos ter duas certezas sobre o futuro: será diferente do que existe hoje e nada parecido com o que imaginamos dele”. Com essas palavras o professor quis dizer que o nosso sucesso de hoje não garante a sobrevivência amanhã. Com a pandemia, muitas pessoas e empresas, foram surpreendidas, de uma hora para outra, inclusive causando transtornos psicológicos e sentimento de impotência em várias pessoas e gestores de empresas. Com a falta de planejamento de muitos e a ausência de medidas de contingência, aconteceram muitas mudanças, dificuldades; e o medo passou a fazer parte da vida de um sem número de pessoas.
Atualmente estamos em um momento de retomada em que desde 2021 o Brasil demonstra crescimento, inclusive nas exportações. Está acontecendo a resiliência dos processos de negócio, exigindo constante aprendizado, devido às incertezas inclusive com a necessidade de atividades e serviços personalizados com qualidade, enxugamento dos orçamentos, digitalização dos processos e em algumas situações a adaptação ao home office. Portanto, com a retomada dos negócios e da vida com trabalho, liberdade e saudabilidade, exige muito aprendizado, competência, criatividade e inovação, porque o olhar dos empresários, dos consumidores e do público em geral está mais apurado.
SÓ SERGIPE – A agenda do senhor está cheia até o final do ano?
ANTÔNIO NETO – Sim. Isso porque eu sempre procuro estar em evidência, invisto no trabalho diferenciado com qualidade e sempre preocupado em registrar uma marca em cada serviço que presto. Invisto em marketing e tenho sempre surpreendido nos nossos trabalhos de consultoria, palestras e treinamentos. É preciso estar sempre vigilante e não entender que fazer negócios não é um mistério, pois existem os fatores externos que não dependem de nós exigindo nossas fortalezas e capacidade de superação para nos proteger das ameaças.
SÓ SERGIPE – O que o senhor percebe nesta retomada, as pessoas estão um pouco ou muito ansiosas?
ANTÔNIO NETO – As pessoas estão muito ansiosas, pois o bem-estar e a qualidade de vida, dependem da manutenção dos relacionamentos familiares, sociais e afetivos. Praticar vínculos afetivos com diversas pessoas é muito importante para a segurança de quem os pratica, pois somos seres gregários e necessitamos viver integrados, com sentimento de pertencimento aos grupos sociais.
Vivenciamos o isolamento social durante a pandemia, foram muitas privações nas relações e isso promoveu uma mudança na rotina das pessoas, afetando nossas emoções. Diante disso, muitas pessoas desenvolveram ou intensificaram a ansiedade social.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, comentou o seguinte: “As informações que temos agora sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”. “Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações. Portanto é preciso cuidar seriamente das pessoas, pois o efeito pandêmico é motivo de muita preocupação para o controle da ansiedade.
SÓ SERGIPE – E quanta à ansiedade? A palavra de ordem não seria equilíbrio?
ANTÔNIO NETO – A palavra de ordem seria não dar atenção aos sintomas. Isso significa não alimentar os sintomas, evitando o super dimensionamento. A ansiedade chega a desviar o nosso foco dos objetivos, compromete a qualidade e atrapalha nossas atividades. Muito importante é manter sim o equilíbrio e o controle da ansiedade.
SÓ SERGIPE – E para este momento, qual a palavra de ordem?
ANTÔNIO NETO – A palavra de ordem é gerenciar as emoções. É fazer com que nossos pensamentos tenham influência sobre nossas emoções, como recomenda o psicólogo e jornalista Daniel Goleman.
SÓ SERGIPE – Quando o gestor de uma empresa deve perceber que seus colaboradores precisam de uma injeção de ânimo, da aplicação do endomarketing?
ANTÔNIO NETO – O ideal não é o gestor de uma empresa aguardar para perceber que seus colaboradores necessitam de ânimo, mas sim estar sempre monitorando se a cultura organizacional e o clima organizacional estão nos parâmetros definidos, evitando assim uma redução nos impulsos motivacionais. Isso envolve também a qualificação, os colaboradores utilizando na íntegra a prática do endomarketing. Isso é investimento e tem como resultado o movimento da empresa de acordo com o plano de negócio estabelecido.
SÓ SERGIPE – Ao assistirem a uma palestra, além das sugestões a serem aplicadas no dia a dia do trabalho, as pessoas podem levá-las para a vida pessoal?
ANTÔNIO NETO – Sem dúvida alguma, participar de uma palestra, pode contribuir primeiramente no autodesenvolvimento, pois a cada competência desenvolvida pelo colaborador de uma empresa, uma vez alinhada à cultura, missão, visão e valores da mesma, contribuirá no aumento do poder de competitividade. Antes de ser técnico é preciso ser pessoa e claro competente e comprometido.
ANTÔNIO NETO – Exatamente. O comércio está ampliando sua movimentação e principalmente com a chegada das festas de final de ano. Eu entendo que para atender o cliente primeiramente tem que entender sobre os desejos e necessidades dele. Para processar uma venda o vendedor deve protagonizar a venda, sabendo os passos tais como: abordagem, sondagem, demonstração; dialogar sobre as objeções e saber o momento de concretizar a venda. Isso é técnica e deve ser aprendida. Aplicar a competência socioemocional conhecida como empatia é muito importante, pois não devemos forçar uma venda de um produto ou serviço que deixe o cliente insatisfeito. Será que o vendedor ficaria feliz se fizessem esse tipo de negócio com ele? Então a regra é: Não fazer com os outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você. Finalizando, vender com ética é cumprir as regras do negócio de acordo com o que está estabelecido nos manuais do produto, do serviço, da empresa, do código do consumidor e sobretudo alinhando-se às soluções entregues ao cliente.
SÓ SERGIPE – E para o consumidor, qual a orientação?
ANTÔNIO NETO – Para o consumidor eu recomendo que não compre nada com sentimento de emoção. Cuidado com as propostas arrasadoras, muito impactantes, com muita vantagem. É preciso analisar e em situações de necessidade de compra de produtos mais complexos que seja técnica. Como assim? O cliente deve levar em consideração as características do produto ou serviço, analisando os benefícios e vantagens e se realmente está dentro da contemplação dos desejos e necessidades. Importante só comprar o que precisa e analisar o preço, condições, entrega e até as avaliações dos clientes para sentir o compromisso que a empresa fornecedora tem para com os clientes.
SÓ SERGIPE – Muitas vezes nós tomamos decisões movidos pelo coração e não pela razão: uma compra movida pelo coração, logo virá a razão. Isso vale para outras decisões que tomamos na vida e nos arrependemos, pois o ideal seria agir com a razão. Por que somos movidos sempre pela emoção, pelo coração?
ANTÔNIO NETO – Eu recomendo uma eterna vigilância, isto é, ter capacidade de pensar com clareza e objetividade sob nossas emoções. Essa vigilância pode nos proporcionar controle sobre nós mesmos. Poderemos considerar esse pensamento alinhado à inteligência emocional. Quando eu respeito as minhas emoções, posso validá-las. Isso significa nos dar o direito de sentir a emoção, mas trabalhar para que elas não nos domine quando forem prejudiciais a nós mesmos. É muito importante pensar quais emoções são limitantes para não acontecer um bloqueio da nossa felicidade. Ou seja: alegria agora, infelicidade depois.
SÓ SERGIPE – Agir com a razão é difícil? Que preparação devemos ter para sermos sempre racionais?
ANTÔNIO NETO – Agir com a razão é muito difícil. Para isso será necessário querer, se comprometer consigo mesmo e gerenciar as emoções de forma que elas trabalhem a seu favor. É muito importante você estar disposto a lidar com aqueles gatilhos emocionais que tendem a ser difíceis de lidar. Uma ajuda que eu posso compartilhar é praticar o autoconhecimento. Conheça você mesmo. Reflita sobre os prejuízos que você já teve devido à falta de equilíbrio emocional. Procure não agir com intempestividade. Às vezes é necessário levar o desaforo para casa. Evite agir quando você estiver ansioso. Faça sempre a pergunta: Por que eu estou me sentindo assim? O que foi que me deixou assim? Seja preciso, específico e analítico. Procure saber qual o sentimento que você está sentindo, pois se você não conseguir identificar, ficará difícil gerenciar.
SÓ SERGIPE – O senhor é personal & professional coaching formado pela Sociedade Brasileira de Coaching e tem no currículo palestras no Brasil e no exterior. O que o senhor percebe de diferença entre o seu público brasileiro e o estrangeiro, quando interagem com eles nas palestras?
ANTÔNIO NETO – As diferenças existentes entre os públicos são muito relativas independente de ser do Brasil ou do exterior. Eu percebo que a cultura de um município, estado ou mesmo país, varia muito. Às vezes eu realizo uma palestra em uma cidade do Estado de Sergipe e o público é mais acolhedor e receptivo de que em outra cidade do mesmo Estado. Já fiz algumas palestras com empresários e colaboradores europeus e eles levam muito a sério o aprendizado e os resultados. Quando percebem a seriedade do trabalho e o compromisso, entram no contexto, interagem e contribuem.
Quando faço interação nas palestras com empresários e colaboradores, primeiro eu procuro sondar como é o comportamento e as necessidades pontuadas, para que a palestra seja customizada. Já aconteceu de eu ter que mudar a palestra minutos antes, em função da minha percepção do comportamento e perfil do público participante. Portanto depende da habilidade, competência, e entrar no contexto do cliente.
SÓ SERGIPE – O senhor motiva as pessoas para que tenham sucesso nos seus empreendimentos, vendas, vida pessoal. E quem o motiva?
ANTÔNIO NETO – Na verdade ninguém motiva ninguém. A motivação é um impulso que coloca o ser humano em movimento. E esse impulso só pode acontecer se a própria pessoa quiser. Quando eu realizo uma palestra motivacional, eu provoco, faço refletir, promovo uma percepção da realidade e do compromisso que cada um deve ter consigo mesmo. Proporciono reflexões para ativar os sonhos, desejos, objetivos metas e identificar os fatores que têm impedido de a pessoa não chegar em um ponto desejado. As nossas palestras são apresentadas com bastante conteúdo bem fundamentado, com reflexões, humor, música, vivência, alegria, e até acontecem lágrimas. Isso é muito bom, pois o passeio faz com que a emoção tome conta dos participantes e cada um pode utilizá-la para tomar a decisão.
SÓ SERGIPE – O senhor vive o que prega? Se considera um homem de sucesso?
ANTÔNIO NETO – Eu costumo viver o que prego. Sabemos que uma das coisas mais fáceis é dar conselhos, recomendar. É aí que eu tenho cuidado para não apagar a minha chama motivacional e desenvolvedora das Competências Socioemocionais e da Inteligência Emocional. Isso me faz sentir muito bem, me ajudando a praticar as ações de ordem técnica nas consultorias junto as empresas. Eu sempre costumo dizer que antes de ser técnico tem que ser humano. Sendo relacional, comunicador, empático e autoperceptivo, os caminhos ficam bem mais abertos para as oportunidades. Finalizo dizendo que os problemas das empresas e das pessoas estão nos comportamentos que não foram ainda praticados. Portanto quero continuar aprendendo, melhorando e me desafiando sempre, pois para mim isso é só o começo.
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