A pandemia do novo coronavírus afetou mais que formas de aprendizagem e de relações sociais. A economia está sendo fortemente impactada, haja vista as exigências sanitárias de isolamento social e de distanciamento. Em Sergipe, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), 14,2 mil postos de trabalho foram fechados no primeiro semestre de 2020.
Janaína Machado, gerente do Unit Carreiras, explica que empregabilidade é o grande desafio econômico, independente do setor. “Com exceções de logística da área de saúde, as demais áreas realmente estão em crise, com bastante dificuldade, com o cenário econômico bem conflituoso. O empresário quer ter segurança para contratar um colaborador, porém o cenário não demonstra essa confiança. Acredito que a economia ainda levará um tempo para se recuperar no pós-pandemia”.
Questionada sobre o impacto da flexibilização das leis trabalhistas neste momento, Janaína afirmou que as Medidas Provisórias de números 927, 936 e 944, editadas em virtude da pandemia do coronavírus covid-19 e que tratam sobre teletrabalho, antecipação de férias, concessão de férias coletivas, aproveitamento e a antecipação de feriados, banco de horas (art. 14) entre outros, foram importantes para manter vínculos empregatícios.
“As leis trabalhistas que sofreram alterações nos anos anteriores não repercutiram agora. O que repercutiu agora foram as medidas provisórias, que permitiram redução de carga horária e de salário, flexibilizaram, inclusive, recebimento de férias e de rescisão. Essas medidas evitaram demissões e irão acabar com o término da pandemia”.
Contrato temporário
Uma alternativa de trabalho nesses tempos de pandemia é a contratação por projeto, que é uma contratação temporária com data de admissão e de demissão. Para o contratante, o acesso rápido à mão de obra qualificada, maior eficiência nas atividades, a conclusão do projeto com sucesso e a transferência de conhecimento para o restante da equipe são vistas como as principais vantagens de se trabalhar com profissionais contratados por projetos temporários.
Na avaliação de Janaína, esse tipo de contrato será tendência.
“Serão as contratações do futuro, isso já acontece nos Estados Unidos, por exemplo, em que as pessoas não têm necessariamente uma carteira assinada, mas trabalha por projeto, ou seja, por demanda e isso vem ocorrendo com muita frequência no Brasil. Também tem ocorrido um enfraquecimento das relações sindicais e dos sindicatos, o que faz com que as pessoas negociem o próprio contrato”
“Esse é o lado positivo, mas tem o lado negativo que é perder as garantias trabalhistas. Não tenho dúvida que nós todos seremos autônomos trabalhando por demanda, com contratos individualizados”.
Habilidades
Nesse novo cenário trabalhista, é importante se manter atualizado e focado em novas habilidades. Controle emocional, conhecimento tecnológico, criatividade serão exigidos a partir de agora.
“Estamos com novos problemas, problema nunca foram vivenciados por uma sociedade e isso transforma as pessoas, que precisam resolver novas soluções. Precisamos mudar para solucionar esses novos problemas. E aí cabe pensar fora da caixa. Ninguém tem ideias maravilhosas de repente, é preciso fazer conectividade, que seria juntar conteúdo, experiências, vivências. Além disso, é preciso investir no online”.