As pessoas pretas e pardas têm maior perda de qualidade de vida em comparação com as brancas, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo IBGE. Em 2018, o índice ficou em 0,183 para o primeiro grupo, diminuindo pra 0,122 entre o segundo. Quanto mais próximo de zero, menor a perda. O Índice de perda de qualidade de vida é medido a partir da análise de 50 indicadores, como moradia, serviços de utilidade pública, educação, lazer e transporte. Outras desigualdades também impactam os resultados, de acordo com o pesquisador do IBGE, Leonardo Oliveira.”
“Quando a pessoa é de referência da família sem instrução ou quando a pessoa de referência da família tem ensino fundamental incompleto as perdas são mais elevadas e aí esses grupos acabam concentrando mais perdas. Quando a gente vai já pra outras categorias como aquelas que têm ensino superior incompleto ou ensino superior completo, as perdas de qualidade de vida são menores. Perdas acabam se concentrando nos menores níveis de instrução.”
Já a análise geral da população brasileira, mostra melhora do índice, que passou de 0,227 em 2009 para 0,157 em 2018. Mas, de acordo com o pesquisador, também foram verificadas diferenças importantes quando há crianças nas famílias.
“Quando eu olho pra famílias com um adulto e mais de uma criança, às vezes acabam se concentrando nas famílias que têm criança. E quando você não tem uma família só com um adulto e criança, mas tem famílias que tem mais de um adulto com ou sem criança, o quadro é similar. A presença de criança está acompanhada de uma perda de qualidade de vida maior, com uma variação indicando que essa diferença no nível diminuiu um pouco, mas permanece ao longo do tempo.”
O IBGE também divulgou nesta sexta-feira, o Índice de Desempenho Socioeconômico do Brasil, que subiu 12,8% em dez anos, passando de 5,452 no biênio 2007-2008, para 6,147 em 2017 e 2018. O maior valor apurado foi de 6,981, no Distrito Federal, e o menor, 4,909, no Maranhão. Apesar da grande diferença regional, o aumento no desempenho socioeconômico foi registrado em todas as unidades da federação, sendo maior em Roraima, com alta de 32%, e menor no Rio de Janeiro, com 5,6%.
Fonte: Agência Brasil