Um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que em 41 municípios sergipanos (de um total de 75) pesquisados, 28 gestores (68,3%) acreditam não ser possível retomar as aulas presenciais neste ano, enquanto 12 (29,3%) veem a possibilidade de retornar às aulas presenciais em 2020. As escolas estão fechadas desde março devida à pandemia da covid-19. De acordo com a CMN, 3.275 (82%) municípios brasileiros ainda veem condições sanitárias para retornar às aulas presenciais na rede básica este ano.
Pelo menos 38 gestores (95,1%) afirmaram que não têm data definida para o retorno das atividades presenciais na rede municipal de ensino, e apenas dois dos municípios pesquisados (4,9%) têm uma data para reabertura das escolas. “Decidir pela não retomada das aulas não representa uma posição omissa em relação à garantia do ano letivo, ao contrário, indica uma postura responsável e cautelosa do gestor, em razão da preocupação com o aumento da disseminação do vírus”, informa a CMN.
A pesquisa apontou que 34 redes de ensino (82,9%) do total de municípios pesquisados estão oferecendo atividades pedagógicas não presenciais aos estudantes durante o fechamento das escolas, tanto da educação infantil quanto do ensino fundamental, embora 17,1% ainda não tenham definido ações para continuidade das atividades de forma remota.
Do total de municípios que estão oferecendo ensino remoto, 31 (91,2%) têm distribuído materiais impressos aos alunos, alternativa adotada pela quase totalidade das redes de ensino. Ressalta-se que são bastante diversificadas as estratégias conjugadas a outros tipos de atividades realizadas por meio de recursos digitais como aulas gravadas, plataformas de ensino, televisão, rádio, aplicativos e outros.
Uma questão importante é o investimento na formação docente que, segundo a pesquisa, já vem sendo realizada em 64,7% dos municípios (22) como uma ação necessária e fundamental para alcance dos objetivos educacionais.
Plano de contingência
Os planos de contingência, elaborados de forma articulada entre as áreas da Educação e da Saúde para o retorno das aulas presenciais, são pré-requisitos necessários para que as atividades sejam retomadas de forma segura, sem que isso contribua para o aumento dos riscos de disseminação do vírus.
Em 29 municípios (70,7%) os planos de retorno já se encontram elaborados ou em fase de elaboração e 12 (29,3%) ainda não estão com seus planos de contingência construídos, devido à complexidade do processo de articulação interfederativa que precisa ser finalizado para definição dos protocolos.
Destaca-se que 26 municípios (63,4%) já estabeleceram um comitê ou colegiado interdisciplinar com profissionais de Educação e Saúde para definição de ações conjuntas e de articulação no processo de elaboração dos planos para retorno das aulas.
No Estado de Sergipe, 21 municípios indicam o retorno gradual às aulas (72,4%) e 25 apontam o sistema de rodízio (86,2%) como as medidas mais frequentes a serem adotadas para a retomada das aulas presenciais. Isso significa que nem todos os grupos de alunos retornarão ao mesmo tempo para a sala de aula para facilitar o distanciamento social. Destaque para o modelo de ensino híbrido, apresentado por 24 municípios (82,8%) como uma estratégia para garantir o ano letivo e recuperar os possíveis déficits de aprendizagem ocasionados pela pandemia.