Uma pesquisa divulgada esta semana pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) mostrou que Sergipe precisa investir nos próximos 14 anos, R$ 4,2 bilhões, uma média de R$ 300 milhões por ano, para atingir as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) até 2033.
Esse total inclui obras em ampliação de extensão de redes, adutoras, construção de estações de tratamento de água e esgoto, elevatórias, reservatórios, ligações de água, cisternas, poços artesianos, redes coletoras de esgoto, coletores- tronco, ligações de esgoto e tanques sépticos.
O estudo da Abcon feito pela KPMG Brasil assegura que há um déficit de investimento em todos os Estados, mas a situação é mais crítica do Nordeste. A região Sudeste, mais populosa, é a que mais demandará investimentos (R$ 175 bilhões para o período), seguida do Nordeste (R$ 135 bilhões).
Ainda segundo o estudo da KPMG, o Brasil precisa de um investimento de R$ 497 bilhões para os próximos 14 anos para universalizar o saneamento no país, ou R$ 35,5 bilhões ao ano. Os valores são mais de três vezes o investimento realizado em 2017 (R$ 10,9 bilhões, segundo o SNIS, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
Se forem considerados os custos para compensar a depreciação de ativos, o investimento total no saneamento chega a R$ 700 bilhões, ou cerca de R$ 50 bilhões/ano (cinco vezes a média investida por todo o setor nos últimos anos).
Uma alternativa para expandir o investimento no setor é contar com mais recursos privados, a partir de um novo marco legal, que induza ao investimento no setor por meio de licitações e diretrizes federais de regulação. O tema está sendo discutido na Câmara Federal.
“Essa regulação é fundamental tanto para aumentar o fluxo de investimento quanto para garantir ao cidadão a qualidade da água e dos serviços de esgotamento sanitário”, afirma o diretor executivo da Abcon, Percy Soares Neto.