Pode ultrapassar a R$ 1 milhão a fraude contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que vinha sendo feita por uma funcionária de carreira do órgão, um presidente de associação e um atravessador. O golpe foi descoberto pela Polícia Federal, a partir de uma denúncia anônima, e nesta segunda-feira (22), foi deflagrada a Operação Cérbero, na cidade de Lagarto, onde era aplicado o golpe.
Estão envolvidos no esquema, a analista do INSS, Analdina Maria do Bomfim, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto, Ginaldo Correia, e um atravessar identificado apenas como Ednaldo Mangabeira, que intermediava as negociações.
Dentre estas pessoas, somente Ginaldo Correia esta preso, enquanto que Ednaldo Mangabeira, que é suplente de vereador no município, está sendo procurado. A Justiça Federal não expediu mandado de prisão para a servidora do INSS, Analdina Maria do Bomfim, apesar de ter sido pedido pela PF. Nem o delegado Juan Emanuel Paixão de Almeida, e nem procuradora da República, Eunice Dantas, souberam explicar as razões que levaram a justiça não decretar a prisão da funcionária.
Essas pessoas que receberam o benefício faziam um empréstimo consignado entre R$ 5 mil a R$ 8 mil para pagar aos três envolvidos. O delegado Juan Emanuel disse que vai interrogar todos os beneficiados e se ficar comprovado que agiram de má fé (ou seja, sabendo que estavam cometendo uma fraude) responderão na Justiça. O superintendente do INSS em Sergipe, Roberto Melo, disse que a funcionária foi afastada e vai responder um processo interno. Se comprovada a culpa, ela poderá ser demitida do serviço público.
Por enquanto a Polícia Federal não sabe quanto cada um dos envolvidos lucrou com essa fraude. A quadrilha vinha atuando desde 2013 e foram apurados crimes cometidos até o ano passado. Como a servidora pública Analdina estava trabalhando até a semana passada, a PF vai apurar se nesse período ela também cometeu fraude com a quadrilha. Isso ficar comprovado, o valor do prejuízo aos cofres públicos poderá ser maior. A próxima fase da investigação é saber quem era quem dentro do esquema e quanto cada um deles ganhava, quando for pedida a quebra do sigilo fiscal e bancário de cada um deles.
A investigação começou a sete meses, a partir de uma denúncia anônima chegada à PF, que fala do esquema de falsificação de documentos para recebimento de benefícios junto ao INSS. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de estelionato previdenciário e associação criminosa, com penas que podem variar entre dois a oito anos de prisão. A operação contou com a participação de 40 policiais federais e 12 servidores do Ministério da Previdência Social.
Como a fraude no INSS era feita por três pessoas, a PF batizou a operação de Cérbero, que segundo a mitologia grega era um monstruoso cão com três cabeças que guardava a entrada do Reino de Hades, o reino subterrâneo dos mortos, impedindo a fuga das almas e a entrada dos mortais.