A Polícia Federal e o GAECO (Núcleo Campinas) deflagraram, na manhã desta quinta-feira (17), a Operação Ladinos para encerrar as atividades de uma organização criminosa voltada a roubos de cargas, tráfico de drogas, crimes violentos e lavagem de dinheiro com atuação em diversos estados do país, especialmente no eixo Sudeste/Nordeste.
Ao todo, estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão temporária (30 dias, prorrogáveis por mais 30) e 21 mandados de busca e apreensão, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas, todos expedidos pela 6ª Vara Criminal da Comarca de Campinas, SP. Além das prisões e buscas também foi determinado o sequestro de bens e valores ligados à organização em um total de R$ 382 milhões.
Em Sergipe foram cumpridos 4 mandados de prisão temporária (2 em Aracaju, 1 em São Cristóvão e 1 em Itabaiana), envolvendo 2 homens e 2 mulheres.
A investigação iniciou-se no ano de 2022, após ser recebida informação de que o líder de uma organização criminosa atuante em roubo de cargas, na região de Campinas e em diversos estados, especialmente defensivos agrícolas para serem vendidos no estado de MG, já investigado por crimes violentos no Nordeste (Operação Valquíria, 2013, da Polícia Civil em Sergipe) e mandante de crime de homicídio em Ribeirão Preto/SP (11/3/2022), estaria residindo em condomínio de luxo na cidade de Campinas.
Após diligências e investigações superando inúmeras identidades falsas e trocas de endereços, foi identificado e localizado o líder dessa organização criminosa, contra o qual havia um mandado de prisão preventiva, expedido pelo Juízo da 3ª Vara do Foro de Presidente Venceslau/SP, por prática do crime de roubo de carga de defensivos agrícolas, resultando na sua prisão, em Campinas, pela Polícia Federal no dia 24/6/2022.
Na oportunidade, o investigado conduzia uma picape, adquirida em dinheiro em espécie, também com uso de uma de suas identidades falsas, sendo preso em flagrante pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.
Na residência dele foi encontrada uma cédula de identidade com a fotografia dele, mas em nome de outrem; um cartão de banco em um nome falso utilizado por um outro integrante da organização criminosa; um jammer (bloqueador de sinal de comunicação utilizado, comumente, por criminosos que roubam veículos, cargas e instituições financeiras); notebook; aparelhos celulares; documentos e veículos.
Diante das apreensões, estruturou-se uma investigação sobre sua organização criminosa e o descortinamento da existência de dois núcleos: (a) o primeiro composto pelos que praticam crimes violentos, como homicídios e roubos de cargas e a instituições financeiras, principalmente na região de Campinas, e o (b) segundo por aqueles que atuam no tráfico de drogas, na receptação e na lavagem de capitais.
Por meio de empresas de fachada, identidades falsas, laranjas e movimentações financeiras fracionadas, a organização criminosa movimentou centenas de milhões de reais para ocultar seus ganhos com os mais diversos crimes.
Os integrantes da organização criminosa respondem a inúmeros processos criminais pelos mais diversos crimes, restando nesta apuração os crimes que demonstram a ligação entre todos: (a) integração de organização criminosa e (b) ocultação de capitais, cujas penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.
Com informações e foto da PF