As Polícias Federal (PF) e Civil de Sergipe deflagraram nesta sexta-feira, 26, a Operação Urubu de Baixo, no município de Propriá, a 86 quilômetros de Aracaju, e em Estrela do Oeste, no interior de São Paulo. Foram presas 13 pessoas, entre elas o ex-policial militar José Neto, e apreendidas armas de grosso calibre e munições. As pessoas são acusadas de homicídios – com características de extermínio – roubos, tráfico de drogas e comércio ilegal de armas e munições. A ação contou com a participação de 120 policiais federais, 50 policiais civis, além do Comando de Operações Táticas da PF e o do Grupo Tático da Polícia Civil, com o apoio do helicóptero da Secretaria de Segurança Pública (SSP). As investigações começaram há três meses, devido o aumento no número de homicídios na região do Baixo São Francisco.
De acordo com o delegado da PF, Daniel Horta, as investigações tiveram início com um grupo de marginais, mas depois se descobriu que havia quatro. “Eles não trabalhavam juntos, nem sempre cometiam os mesmos crimes, mas se conheciam”, explicou o delegado. Na ação, os policiais cumpriram 21 mandados de prisão temporária, 30 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão coercitiva. Em Estrela do Oeste foi cumprido um mandato de prisão coercitiva e outro de busca e apreensão.
A delegada da Polícia Civil, Michele Araújo, disse que a maioria dos presos é ex-presidiário. “Nossa pretensão, agora, é prender todas as pessoas que têm ligações com a quadrilha”, disse. A maioria deles ficava no Conjunto Maria do Carmo, em Propriá, e devido a grande quantidade de pessoas que trabalhava com “olheiros”, a polícia tinha dificuldades nas investigações.
Segundo Michele, a quadrilha aterrorizava a cidade e, inclusive, muitos homicídios não puderam ser elucidados porque as pessoas evitavam prestar boletim de ocorrência, com medo de represálias. Ela lembra, por exemplo, a execução do comerciante Iracildo Ataíde Silva, 39 anos, conhecido como “Cido do Bar”. Esse rapaz foi morto a tiros no dia 23 de março deste ano, no bar de sua propriedade que ficava na rua Dom Juvêncio de Brito, na região conhecida como Gogó da Ema, onde há muito tráfico de drogas.
Os presos devem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, homicídio, tráfico de drogas, associação para o tráfico e comércio ilegal de armas e munições. As penas podem chegar a 30 anos de prisão. A denominação da operação como Urubu de Baixo é uma referência ao primeiro nome do povoado que deu origem a cidade de Propriá.
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