domingo, 17/11/2024
JustOne, escola online, do professor Flávio Guimarães

Pós-pandemia reflete necessidade de aprendizado do inglês, via online, e chances para expansão de negócios

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Paulo César Santana (*)

A nova rotina incorporada à vida de milhões de brasileiros, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus, não alterou apenas as formas de se relacionar, mas também as dinâmicas no mundo profissional. O trabalho remoto fez com que os contratados em diversas áreas passassem a estar disponíveis, igualmente, aos empregadores mundo afora. No entanto, as dificuldades ou mesmo a falta de interesse em obter fluência na língua inglesa, considerado o principal idioma em ambientes corporativos, podem ser um empecilho.

Pouco conhecimento

Um estudo da organização British Council, conduzido pelo Instituto de Pesquisa Data Popular, apontou que somente 5% dos brasileiros possuem conhecimento no inglês, sendo que desses apenas 1% são considerados fluentes. Há 11 anos como diretor do Link, Carlos Menezes ressalta a indispensabilidade em dominar outros dialetos. “Ter um segundo idioma já não é mais um diferencial, pois o mercado de trabalho, o dia a dia, já exige isso de todo mundo como se fosse algo básico. Não se espera mais que uma pessoa vá a uma entrevista de emprego e diga que não fala outro idioma. Então já se espera isso, se espanta quando o contrário, ” afirmou ele que há 22 anos trabalha como professor e atualmente se prepara para a especialização em ensino bilíngue.

Carlos Menezes, da Link: “tem sido um sucesso”

Para aqueles que buscam sair da realidade retratada pela pesquisa, escolas especializadas no ensino de línguas estrangeiras têm investido e se adequado à nova realidade, impulsionada pela pandemia, além de estarem ágeis na percepção das potencialidades geradas pelo cenário futuro, sobretudo no tocante à expansão dos negócios. Além disso, a adoção do ensino em ambiente virtual, prática que passou a ser mais comum durante os meses de quarentena, tem feito com que os educadores descubram novas ferramentas de ensino e de imersão, tornando mais prático o processo de aprendizagem.

“Novas formas de se abordar e ensinar o idioma vieram à tona. O ensino a distância não é novidade já há algum tempo, mas para aquelas escolas que eram tradicionalmente presenciais, como a minha, passamos a oferecer essa outra opção de aula que, graças a Deus, tem sido um sucesso. Conseguimos ter uma adaptação bacana, com aulas ao vivo, interação em tempo real dos alunos. Então eu digo sempre, saímos de uma sala de aula de quatro paredes e fomos para um ambiente onde não há limites, através de uma plataforma confiável, interativa e assegurando o bom desempenho do aluno”, ressaltou Carlos.

Também de acordo com a pesquisa, 72% dos brasileiros alegam que o obstáculo principal para o alcance da fluência na língua do Tio Sam está na falta de tempo. Nessa perspectiva, o novo cenário representa uma expansão também ao modelo de negócio baseado na oferta de aulas particulares, o que tem gerado expectativas para os professores que desempenham o ensino por meio dessa modalidade. A flexibilização do horário e a metodologia integrada ao perfil e objetivos do aluno estão entre os principais diferenciais.

Paula Hercos: “negócio rentável”

Aumento da demanda

Professora de língua inglesa há 30 anos, Paula Hercos acredita que as possibilidades podem surgir aos que estiverem preparados e adaptados à sala de aula virtual, sobretudo em relação ao público adolescente e adulto, em que, segundo ela, o processo de ensino-aprendizagem é mais fluído, confortável e prático. Na opinião da educadora, mesmo após a pandemia, muitos alunos continuarão preferindo estudar online, o que pode contribuir para o aumento da demanda.

“Dar aulas particulares de inglês é sim um negócio altamente rentável quando você ganha a confiança dos seus alunos, que começam a divulgar o seu trabalho espontaneamente. É aquela história da propaganda boca-a-boca. Por isso é importante buscar fazer sempre um trabalho de excelência. É a questão do olhar para o aluno e realmente entender as suas necessidades. Mesmo online podemos fazer isso. Além do mais, o estudante tem a comodidade, a praticidade, a flexibilidade de horário, a atenção individualizada e o acesso a recursos tecnológicos que tornam a aula bem dinâmica e envolvente”, salienta a professora.

Paradoxo

Poliglota, residente em Portugal e professor há pouco mais de 20 anos, ensinando os idiomas inglês, espanhol e italiano, Flávio Guimarães também acredita que o acompanhamento personalizado é um dos benefícios maiores do modelo aluno-professor, assim como o ganho propiciado pela virtualização do ensino.

“A internet chegou de maneira tão brutal que criou esse paradoxo onde presencial é online. E, sim é possível, porque é isso que eu faço. Compartilho meu conteúdo com o aluno e falo com ele como se estivesse presencialmente na casa dele ou ele na minha. E eu aposto muito nesse modelo porque, atualmente, as pessoas estão querendo ser tratadas de maneira própria, com os conteúdos voltados para si, e há um enorme mercado interessado nisso” garante Flávio, proprietário da JustOne-exclusive, escola especializada em língua estrangeira e voltada ao ensino particular e à distância.

Com a expansão do mercado e da comunicação através de recursos tecnológicos e conectados à internet, a soma das habilidades profissionais ao conhecimento e domínio do inglês, assim como o espanhol, francês e demais idiomas, demonstram adaptação para um mundo com cada vez menos distância entre as comunidades, com favorecimento ao intercâmbio de ideias, a aquisição de uma conduta voltada à valorização das diferenças culturais e o asseguramento das atividades profissionais sendo desenvolvidas de forma plena.

“O que gera a necessidade da língua estrangeira é a facilidade que temos de nos comunicar com indivíduos de todas as partes do mundo e com empresas se instalando em vários lugares. Isso foi trazido pela globalização, mas acabou sendo reforçado com a pandemia, pois as pessoas se acostumaram a trabalhar online e em função disso elas estão buscando a língua estrangeira”, afirmou Flávio.

(*) Estagiário sob orientação do jornalista Antônio Carlos Garcia

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