Prefeita eleita Emília Corrêa diz que vai abrir a caixa preta da administração de Edvaldo Nogueira

A prefeita eleita de Aracaju — Emília Corrêa (PL) — disse, hoje, que vai abrir a caixa preta da administração Edvaldo Nogueira, e para isso contratará uma auditoria externa para fazer esse levantamento. Ela está preocupada com a possibilidade de existirem contratos superfaturados na gestão do atual prefeito, que termina no dia 31. Emília, também, criou expectativa quanto às medidas que tomará a partir de 2 janeiro, primeiro dia útil do ano, principalmente com relação ao transporte coletivo.

Emília afirmou que já conversou com os prefeitos que compõem o Consórcio de Transporte da Região Metropolitana de Aracaju (CTM) e empresas de transporte coletivo. Embora ainda não tenha um nome, ela garante que o atual gestor do consórcio, Renato Teles, não ficará no cargo. Segundo a prefeita eleita, Renato teria atrapalhado tudo. O CTM é composto pelo Estado de Sergipe e pelos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão.

A prefeita eleita não estipulou um prazo para a abertura da caixa preta e ressaltou que a transição de governo trouxe indícios importantes, mas não revelou quais. “Contrataremos uma auditoria isenta para identificar o que foi ocultado. Este processo será um divisor de águas entre gestões. A transparência será o pilar da nossa administração, e o relatório de transição estará acessível para toda a população por meio de um QR Code”, declarou.

Menos cargos comissionados

Emília Corrêa anunciou que determinou ao secretariado a redução de, no mínimo, 20% dos cargos comissionados. “Esse é o mínimo, mas a depender da realidade de cada pasta, esse número pode ser maior. Vamos buscar uma gestão mais enxuta e eficiente”, reforçou.

Ao se referir ao secretariado, que foi apresentado durante a entrevista coletiva, ela citou o protagonismo feminino em pastas importantes da administração municipal que, juntas, vão gerir um orçamento considerável. “Embora ainda não tenhamos paridade numérica, as mulheres estão à frente das pastas mais importantes, como Saúde, Educação e Assistência Social, que juntas vão administrar um orçamento de R$ 1,7 bilhão,” ressaltou. Emília também destacou que sua gestão seguirá a Lei Municipal nº 5.591, de sua autoria, que proíbe a nomeação de homens com histórico de violência contra mulheres para cargos comissionados.

Rombo?

Antes do pronunciamento de Emília, o coordenador da comissão de transição, Hunaldo Mota, detalhou o trabalho realizado pela equipe, que seguiu os parâmetros da Resolução 338/2020 do Tribunal de Contas e da Lei Municipal 5.978. “Formamos o diálogo com o coordenador da prefeitura, o secretário Jeferson Passos, alinhamos os trabalhos a serem desenvolvidos e setorizamos a equipe para desenvolver as atividades. Fizemos o reconhecimento da estrutura física e operacional dos órgãos da prefeitura e elaboramos um calendário de visitas, encerrado no dia 26 de novembro”, explicou.

Questionado se foi encontrado algum “rombo” na administração Edvaldo Nogueira, Hunaldo foi cauteloso e preferiu não usar esse termo. No entanto, destacou que existem situações preocupantes, como a baixa qualidade e a precariedade da estrutura física na área de Assistência Social. Ele também mencionou que a comissão levantou documentos financeiros que serão analisados após a posse. “O município é obrigado a fornecer esses saldos em caixa até o último dia da gestão, mas somente no dia 2 poderemos atestar a veracidade disso”, ressaltou.

Expectativas para 2024

O vice-prefeito eleito, Ricardo Marques, falou sobre os desafios que a nova gestão enfrentará e reafirmou o compromisso de transformar Aracaju em uma cidade mais justa e digna. “Queremos fazer dessa gestão a melhor de todos os tempos, não só porque Emília é uma mulher, mas pela competência e liderança que ela representa”, declarou.

Ricardo também apresentou a nova marca da prefeitura, que simboliza os valores e objetivos da nova administração.