A Prefeitura de Aracaju apresentou, nesta terça-feira, 21, o Plano de Contingência para o enfrentamento à Influenza na capital sergipana. Em coletiva de imprensa, o prefeito Edvaldo Nogueira e a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, expuseram os protocolos definidos pela gestão para o combate à síndrome gripal e detalharam como se dará a atuação do município diante do aumento de casos confirmados da doença na cidade. Até o momento, Aracaju apresentou um caso confirmado de H3N2, estando com uma taxa de infecção por Influenza de 0,47%, o que coloca a capital em condição de baixa transmissibilidade.
Neste sentido, de acordo com o Edvaldo, a apresentação do plano municipal tem como foco “monitorar o desenvolvimento da doença de maneira clara e objetiva, além de demonstrar à população o planejamento antecipado da Prefeitura”. “A capital possui apenas um caso notificado de H3N2, até o momento, mas isso nos coloca no nível 1, por isso estamos apresentando o nosso Plano de Contingência, que nos prepara para a adoção de todas as medidas necessárias. Caso a doença avance, nossa cidade estará pronta. Hoje, temos uma média de 186 pessoas com síndromes gripais, mas se amanhã este número for alterado, estaremos prontos para adotar novas medidas. Por isso estamos apresentando este plano, para demonstrar o nosso compromisso com a população”, afirmou.
Durante a apresentação, o prefeito também destacou o êxito do município na campanha de vacinação contra a gripe, realizada este ano. De acordo com o gestor, a capital sergipana imunizou 83,4% do público priorizado, além de 123 mil pessoas do público geral, aplicando 99,7% das doses recebidas. Mesmo com os dados positivos, Edvaldo ressaltou que a Prefeitura já solicitou ao Ministério da Saúde o envio de mais doses da vacina contra a Influenza para a capital.
“Comparado a 2020, em 2021 conseguimos realizar uma grande campanha de vacinação, aplicando, praticamente, todas as doses recebidas pelo Ministério da Saúde, o que dá uma cobertura muito boa para o município. Vacinamos 84% da população e 99% das doses recebidas foram aplicadas, um recorde na Prefeitura nos últimos anos. Ainda assim, encaminhamos um ofício ao Ministério da Saúde para que envie, o mais rápido possível, novas vacinas para que possamos continuar avançando na imunização dos aracajuanos evitando, assim, a disseminação do vírus”, frisou o gestor.
Edvaldo enfatizou, ainda, que a gestão da capital tem monitorado diariamente os dados de síndromes gripais registrados na cidade para que o município possa atuar efetivamente. O gestor reforçou, também, que as ações da Prefeitura serão adotadas mediante os níveis estabelecidos no Plano de Contingência. “Atualmente, estamos no nível 1 e abaixo de 1,4%, ou seja, com baixa transmissibilidade. A medida em que o município mudar de patamar, avançar para o nível 2, por exemplo, com uma média de 400 pessoas com gripe, novas ações serão colocadas em prática, como a abertura de unidades exclusivas para o atendimento de síndromes gripais”, completou.
O plano
A construção do Plano de Contingência para o enfrentamento à Influenza foi iniciada assim que o Ministério da Saúde emitiu um comunicado de risco informando o aumento de casos confirmados de síndromes gripais em alguns estados, entre eles Rio de Janeiro, Paraíba e Minas Gerais. Segundo a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, a partir da notificação, além da elaboração do plano, o município passou a acompanhar a evolução do vírus respiratório, monitorando o surgimento de síndromes gripais na cidade. “Tivemos o primeiro caso de H3N2 confirmado no dia 17 e, diante disso, temos monitorado todos os casos que temos conhecimento de grupos que tenham viajado, que tenham informado quadros gripais, justamente com o intuito de identificarmos possíveis surtos. Mas é importante frisar que o cenário atual é positivo e seguimos acompanhando de perto”, disse.
A secretária também detalhou como se deu a definição dos níveis do Plano. “A gente estabeleceu um corte que determina a baixa ou alta transmissão do vírus e esses índices vão sinalizar para a secretaria a necessidade de ampliarmos os equipamentos de saúde para o atendimento da população. No momento, o que a gente tem é uma média diária de 186 atendimentos, variando em alguns dias, como ontem, mas é algo normal, especialmente porque as pessoas estão vendo os surtos em outras cidades e, claramente, ficam mais preocupadas, mas a maioria dos casos registrados são casos leves”, reiterou.
Níveis
O plano municipal possui quatro níveis. O primeiro nível, em que o município está, atualmente, com transmissão abaixo de 1,4%, aponta para uma média diária de atendimento por semana epidemiológica de até 400 pessoas com síndrome gripal e indica, como ação principal, a análise dos dados pelo Comitê de Monitoramento, além de comunicação ao COE municipal.
O indicador nível dois deverá ser considerado quando a taxa de transmissão estiver acima de 1,4% e até 2,7%, com a média de atendimento diário, por semana epidemiológica, acima de 400 pessoas. Ao chegar neste nível, a gestão prevê a abertura de dois centros de atendimento a síndromes gripais, sendo eles as Unidades Básicas de Saúde Cândida Alves e Augusto Franco.
Já o nível três será acionado caso a taxa de transmissão ultrapasse 2,7% e seja registrado óbito por Influenza. Neste nível, serão ampliados os leitos de retaguarda hospitalar no município. Caso a cidade atinja o último indicador, o nível quatro, com o aumento do número de pacientes internados nas unidades de tratamento intensivo, a Prefeitura articulará com a Secretaria de Estado da Saúde a transferência de pacientes para Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s’) do Estado, através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).