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Prefeitura inicia castração de cães e gatos pelo programa Aju Animal

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Na tarde desta quinta-feira, 1º, a Prefeitura de Aracaju, junto à Universidade Federal de Sergipe (UFS), deu início às castrações de cães e gatos, referentes ao primeiro dos quatro eixos do programa Aju Animal, lançado na última terça-feira, 29. Através do termo de convênio assinado entre a gestão municipal e a instituição de ensino, cerca de mil procedimentos serão realizados no Hospital Veterinário da UFS.

“Essa ação junto à UFS é uma parte significativa do esforço da Prefeitura em fazer não apenas o controle populacional dos animais em condição de vulnerabilidade que estão nas ruas de Aracaju, mas também usando toda a estrutura e expertise que a universidade tem para fazer uma pesquisa epidemiológica, para conhecer melhor as condições de saúde dos animais e, assim, fazer com que as ONGs e entidades protetoras de animais possam ter melhor condição para viabilizar a adoção”, destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, Alan Lemos.

Conforme o gestor, nesse primeiro momento, estão sendo atendidos cães e gatos previamente cadastrados pelas entidades, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). “Então, por meio desse cadastro, vamos contemplar os que estão sob os cuidados das entidades protetoras, os que estão pelas ruas da cidade, nos pontos de abandono e concentração e, paulatinamente, incorporaremos outros por meio do processo de credenciamento que será divulgado posteriormente e, assim, avançar para atingir o objetivo do programa”, complementa.

Edízio Azevedo: “Prefeitura está de parabéns”

Com o início das atividades do 1º eixo, o objetivo é otimizar as demais etapas, num esforço para controle populacional, por meio da castração, atendimento aos animais em situação de vulnerabilidade, apoio à adoção e abrigo temporário.

Com o termo assinado com a UFS, a qualidade do programa se acentua, de forma que a prática e a pesquisa estarão alinhadas.

“A UFS tem o curso de Medicina Veterinária há cerca de dez anos, um curso relativamente novo, e temos uma participação nesse programa, primeiro, com grande expectativa e responsabilidade, não só pela castração, mas pela pesquisa que será desenvolvida. Esse programa vai trazer um diferencial para Aracaju, tem bases bem sólidas, no qual a universidade vai se beneficiar e trazer conhecimento científico. Nossos alunos de graduação vão poder participar de todo o processo. A Prefeitura está de parabéns por esse iniciativa. É um ganho qualitativo para a sociedade”, ressalta o chefe do Departamento de Medicina Veterinária da UFS, Edízio Azevedo.

Expectativa

Há cerca de 11 anos, Nazaré Moraes se dedica à causa animal e é presidente da organização não-governamental Educação e Legislação Animal (Elan). Hoje, ela viu parte do seu sonho concretizado e aumentou a possibilidade de alimentar a esperança.

Nazaré Carvalho, dirigente da Elan

“A Elan luta por isso ao longo de sua trajetória de quase 12 anos, e ver o início desse programa é ver a corroboração do nosso trabalho, e isso é algo que fomenta extrema esperança e tem importante significado para nós. É a esperança do controle populacional desses animais, do real controle de zoonoses e de fazer cumprir as leis que já existem. Esse é o primeiro passo de algo que, espero, venha a crescer ano após ano porque é uma demanda muito grande. Tudo o que for feito por animais em situação de abandono vai ser transformado em saúde e segurança pública para cada um de nós”, pontua Nazaré.

Mércia Cristina e Valdirene Barbosa são outros dois exemplos de pessoas que oferecem seu tempo a cuidar e defender os animais que, por vezes, são abandonados e jogados à própria sorte. Para elas, o programa veio para preencher uma lacuna.

“É de suma importância porque, até então, não tínhamos nenhum apoio, tudo era feito por conta própria. Agora, desejamos a mudança com a chegada desse programa, que possamos fazer consultas e castração desses animais que resgatamos das ruas”, relata Mércia.

“Sou grata a esse projeto e pedimos atenção aos órgãos públicos para que mais pessoas se disponibilizem a ajudar porque a necessidade é muito grande. Vivenciamos situações que me constrangem por não poder ajudar. Falta abrigo, muitas vezes falta alimentação, vemos os bichinhos morrerem porque não têm quem ajude. Esse programa, de fato, é uma esperança para nós”, conta Valdirane sem conter a emoção.

Eixos

O programa Aju Animal se divide em quatro eixos. O 1º eixo é a castração. A medida tem como objetivo garantir o controle populacional de felinos e caninos que estão em abrigos, em ambientes comunitários, com acumuladores e protetores. A meta da Prefeitura é castrar, anualmente, 2,5 mil animais, com um investimento previsto de R$ 644 mil.

O 2º eixo é Saúde Animal, a partir do qual a gestão municipal arcará com serviços de saúde para cães e gatos abrigados, comunitários e dos protetores, através de clínicas especializadas em saúde veterinária. Com um investimento de R$ 292 mil, a previsão é atender 4,5 mil animais. Para o desenvolvimento da ação, haverá credenciamento dos prestadores de serviços de medicina veterinária.

O 3º eixo do Aju Animal está relacionado a abrigos temporários. A finalidade é assegurar abrigo para felinos e caninos nas residências de pessoas protetoras de animais, para permanência deles enquanto estão em período de acolhimento para destinação de adoção. A estimativa é que, anualmente, 600 animais sejam beneficiados, com um investimento total de R$ 432 mil. O projeto de lei que institui o programa de incentivo às residências temporárias de animais foi encaminhado pela prefeitura à Câmara Municipal de Aracaju.

Já o 4º eixo, de apoio à adoção, se efetivará através de campanhas e ações regulares  para adoção de animais, sobretudo, os que serão abrigados por intermédio dos protetores. O investimento neste eixo será de R$ 80 mil.

 

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