Categorias: Cidades

Presença de microalgas no Rio São Francisco

Compartilhe:

O aparecimento de uma mancha escura no Reservatório de Xingó em abril deste ano, resultou na execução de campanhas de monitoramento da água da região, conforme o plano de contingência da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso. No primeiro momento, a mancha apresentou a extensão de 35km e, através da simulação de picos de cheia realizadas pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF, foi possível diluir a mancha causada pela concentração de microalgas fitoplanctônicas (Dinoflagelado Ceratium sp) no Rio São Francisco. A concentração de microalgas é denominado de “bloom” de algas.

“Após a discussão entre diversos órgãos públicos, foi solicitado à CHESF que aplicasse um aumento de carga líquida dentro do reservatório para gerar picos de cheia. Com isso se criou uma vazão instantânea acima do limite normal e imediatamente abaixo desse limite, com ondas de choque capazes de diluir a concentração principal da mancha”, explica Cláudio Júlio Machado, Gerente de Meio Ambiente. Em consequência dos picos de cheia a mancha recuou em faixas de diluição até que se movimentou para zonas de amortecimento, ou seja, próximo aos paredões, região sem fluxo, movimento ou corrente de ar.

Cláudio Júlio explica também que foi estabelecido um perímetro de segurança, além dos 35km de inspeção visual da mancha. Este perímetro se estende desde a captação da Deso de Canindé até a captação da Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL, em Delmiro Gouveia, correspondendo a 2km a cima da entrada, em direção a Paulo Afonso.

“Diante das observações até a presente data não temos visualizado a presença da mancha, ela já ocorreu, mas ela não desapareceu. O que aconteceu com ela foi uma hibernação, no período chuvoso, que é o que está acontecendo, ela aumenta de peso e sedimenta, com a volta do calor e das altas temperaturas ela desperta e acontece um outro bloom. Isso nós estamos pressupondo e acompanhando para quando chegar o verão”. Ele afirma que o bloom de algas é um problema comum em bacias hidrográficas, principalmente na presença de reservatórios, e pode acontecer por diferentes causas, desde atividades econômicas realizadas na região à entrada de nutrientes que desestabilizam a composição do local.

Existem estágios e alertas para essas alterações, o monitoramento e o plano de contingência de ações é essencial para a Deso se prevenir de problemas maiores e saber como agir na presença deles. A presença das microalgas pode causar alguns problemas no tratamento de água, como entupir filtros, fazendo com que muita água seja desperdiçada durante o processo. Ainda geram odor e sabor à água, além disso, a Ceratium é favorável para a proliferação de cianobactérias.

“Hoje a Deso monitora a Microcystis, a Cylindrospermopsis, muito comum no nordeste e a presença da Saxitoxinas, toxina proveniente do desencadeamento de um grupo de cianobactérias. Caso dê um número além de 20.000 células passamos a fazer semanalmente”, afirma Nilton Oliveira, colaborador da Gerência de Controle e Vigilância da Qualidade.

A Deso realiza incursões de monitoramento ao rio São Francisco a cada 45 dias, a próxima está programado para 01 de outubro. O monitoramento da região é importante também porque visualmente não é possível saber o local em que a mancha está, se com a vinda do calor ela voltar, o monitoramento permite que a curto prazo medidas, ou soluções, sejam tomadas com rapidez.

Compartilhe:
Só Sergipe

Site de Notícias Levadas a Sério.

Posts Recentes

Não importa o placar: 6×1 ou 4×3; sem uma mudança na tributação sobre a folha, o trabalhador sempre perde

  Por Juliano César Souto (*)   Brasil enfrenta um desafio estrutural que vai além…

14 horas atrás

Cultura Geral – Ou do ‘de tudo um pouco’ ao ‘nada com coisa alguma’

  Por Léo Mittaraquis (*)   Para os diamantinos próceres Marcos Almeida, Marcus Éverson e…

17 horas atrás

Deixe-me outro dia

  Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos (*)   tema do presente artigo foi inspirado na…

2 dias atrás

Banese alcança lucro de R$ 106,1 milhões nos nove primeiros meses de 2024

  O Banese apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 106,1 milhões nos nove primeiros…

2 dias atrás

Árvore caída ou precisando de poda? Saiba quem acionar dependendo da situação

  Se uma árvore cai sobre a rede elétrica ou seus galhos alcançam os fios,…

2 dias atrás

A vida pede calma

  Por Luiz Thadeu Nunes (*)   esembarquei no aeroporto Santos Dumont, no centro do…

2 dias atrás