O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) em Sergipe, José Wilson dos Santos, divulgou, no início da noite de hoje, uma carta aberta para anunciar que a partir do dia 30 de novembro estará se desligando da entidade. Num comunicado de três páginas ele disse que “alguns fatores vêm me incomodando nos últimos oito meses à frente da ABIH” e alegando que “silenciar sempre poderá gerar stress e problemas de saúde”, destacou três pontos que considerou importantes para anunciar seu desligamento.
O primeiro deles foi reconhecer, em letras garrafais, “total incompatibilidade da minha visão empresarial com parte dos investidores da hotelaria local, o que impede de representá-los, entendendo que a razão está do outro lado pela experiência e tradição no negócio que gerenciam e deu certo”.
No segundo motivo, ele se diz “incompetente para representação da categoria”. Wilson afirmou que “sempre deixei claro para hotelaria que valorizo o diálogo com todos, principalmente com autoridades, e que não tenho perfil de combate e confronto, peculiar das instituições representativas”.
E por fim, afirmou que “não consegue administrar as partes, sabendo que formamos um todo harmônico”. Wilson afirma na carta aberta que “a ABIH deve defender o turismo independente de ser hotel, restaurante e até ambulantes, assim como não consigo deixar os meus empreendimentos de fora quando falo do turismo sergipano, o que estava visivelmente incomodando alguns investidores”.
Baixo resultado
Wilson, que no trade turístico, é conhecido como professor Wilson, assumiu a presidência da ABIH em 4 de abril de 2022. Ele é dono do Hotel Vidam, na Orla da Atalaia, Vidam Náutico & Praias e Fazenda Vidam Escurial.
No quesito percepção, Wilson disse que “o turismo de Sergipe é predominantemente popular. Ou seja, mesmo que tenhamos grandes volumes de pessoas, o resultado financeiro para os investidores sempre será baixo, compatíveis com negócios com baixo investimento”.
O presidente da ABIH Sergipe afirmou, também, que “poucos empresários tiveram a coragem até o momento de investir em turismo de luxo, como fizeram outros Estados, frequentemente comparados ao nosso pelos empresários e população”. Wilson investe no luxo em seus empreendimentos e afirma que “será preciso que a iniciativa privada possa unir forças com o poder público para alavancar um novo conceito de turismo para Sergipe. O contrário, teremos sempre grandes volumes de pessoas, baixo resultado para os negócios refletindo na saúde financeiro das empresas e na arrecadação do poder público”.