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Presidente da Fies diz que é hora de trabalhar

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O presidente da Federação das Indústrias de Sergipe (FIES), Eduardo Prado de Oliveira, disse que “a hora é de trabalho” e que  o presidente interino Michel Temer terá que fazer essas reformas que o Brasil precisa para estimular seu crescimento”. O empresário disse, ainda que é importante o esforço do governo para que “as forças produtivas voltem a crescer e oportunizem novas vagas de emprego, para o país retomar o crescimento e voltar aos trilhos após esse conturbado período”.

O período a que ele se refere diz respeito a gestão da presidente Dilma Rousseff que, na semana passada, com 55 votos a 22, os senadores autorizaram a admissibilidade do processo de impeachment dela, a afastou do cargo e deu posse ao vice, Michel Temer. Para Eduardo Prado, diante da situação, o momento é de trabalhar para recuperação do país.

Segundo Eduardo Prado, para retomar o crescimento, o governo precisa, acima de tudo devolver a confiança ao mercado e aos investidores, sejam eles internos ou externos. Outras mudanças são essenciais para a recuperação da economia, reformas estruturais e institucionais, assim como o reequilíbrio das contas públicas. “Estas reformas são necessárias para o crescimento da produtividade brasileira” , acrescenta.

Com uma projeção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, feita pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), de redução de 3,8% e uma inflação crescente, que segundo o Banco Central (Bacen) pode chegar aos 7% em 2016, o corte nos gastos públicos deve ser um dos principais pilares da nova equipe econômica, capitaneada por Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central de 2003 até 2011 no governo Lula.

Outro entrave que deverá ser repensado pela equipe econômica do novo governo é a redução iminente da taxa básica de juros, a Selic, que hoje se encontra no maior patamar dos últimos dez anos, com 14,25% ao ano. O resultado dessa taxa elevada é o encarecimento do crédito, para as pessoas físicas, ou seja, a população em geral que tenderá a reduzir o consumo, como para as pessoas jurídicas, ou seja, as empresas que tendem a reduzir os investimentos.

No segmento industrial, o cenário não é diferente. Somente no primeiro trimestre deste ano, a queda na produção bateu os 11,7% se comparado ao ano passado, isso sem contar que o setor já vem registrando baixas consecutivas há mais de dois anos, um recorde desde que esse tipo de estudo começou a ser registrado pelo IBGE, em 2003.

Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregou ao então vice-presidente Temer uma composição com 36 propostas para o país voltar a crescer. Ajuste fiscal, reformas na legislação trabalhista e tributária, aumento das concessões em infraestrutura, melhores condições de créditos para as empresas e pela suspensão de novas obrigações acessórias que aumentem o custo e a burocracia.

José Valter: voto de confiança a Michel Temer

Para o setor agronegócio e agricultura familiar, o pecuarista José Valter Rodrigues, espera que “os novos gestores conduzam toda cadeia produtiva –  antes, dentro e depois da porteira – com muita responsabilidade, comprometimento e com o foco  voltado ao desenvolvimento e crescimento do nosso setor”.  O agronegócio em 2015, mesmo com a crise que assola o país, foi o único que conseguiu crescer. “É uma atividade comprovadamente forte, porém demanda, ainda, de atenção muito especial por parte do governo federal. Como estamos no início de uma nova gestão , vamos aguardar os primeiros passos e dar um crédito de confiança ao presidente Michel Temer”,  disse José Valter.

Comércio –  O coordenador do Fórum Empresarial, Alexandre Porto, acredita que o Brasil vai retomar o crescimento, “mas isso não ocorrerá num passe da mágicas apenas porque  mudou o governante”. Ele vislumbra que os brasileiros ainda tomarão alguns remédios amargos, mas diz que a troca de presidente já traz um novo ânimo ao mercado, visto que “o descrédito do governo Dilma já havia atingido níveis elevadíssimos e o Brasil estava ladeira a baixo”.

Alexandre Porto diz que esse é o governo possível
Foto: Ascom/Fórum Empresarial

Para Alexandre Porto, se novo governo não é o ideal, não é o que a população desejava, mas diante das circunstâncias era o possível.   Porto diz que o novo governo tem capacidade de articulação, tem bons nomes em seus ministérios, com algumas exceções naturalmente é uma equipe, sobretudo, econômica que transmite confiança ao mercado.

“O novo presidente já tomou de imediato uma medida muito cobrada pela sociedade que é a redução de ministérios, saindo de 32 para 22 e demonstra estar em sintonia com o que a sociedade está exigindo. Penso que a sociedade dará um voto ao governo Temer e espero que ele consiga superar os obstáculos e colocar o país em linha de crescimento novamente”, afirmou.

Ele torce que o governo federal seja, mais transparente e responsável nos gastos públicos e especialmente, fortaleça ainda mais as instituições, especialmente a Polícia Federal e Ministério Público Federal para manterem firmes as investigações da Lava Jato que tem a ajudado a revelar a corrupção e punir os envolvidos, seja quem for e do partido que for.

Conciliador – Segundo Porto, a imprensa comenta que o presidente Temer tem por característica ser um político conciliador e de articulação, o que é importante, “pois, nesse momento, ele necessitará do apoio de todos as medidas que serão implementadas”.

Ele não acredita que haverá, por parte do Governo Federal, retaliação ou que Sergipe será tratado de modo diferente em função da posição do governador Jackson Barreto “Porém, em política tudo é possível e a depender das arestas que possam ter sido criadas em função das negociações de bastidores, que nós nem sempre sabemos, pode até haver alguns entraves”, frisou.

“Sabemos que em política, normalmente se privilegiam os aliados de primeira hora, mas, volto a repetir, não acredito em retaliação ou inviabilidade aos projetos de Sergipe em função disso.  Atitudes de vingança ou retaliação devem ter a página virada num novo Brasil que a sociedade espera e atitudes republicadas e isentas de paixões políticas ou pessoais devem ser mais utilizadas no Brasil que queremos”, destacou Alexandre Porto.

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Antônio Carlos Garcia

CEO do Só Sergipe

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