“A decisão da Ford deixou todos nós perplexos”. Essa é a reação do presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Sergipe (Sincodiv), Sérgio Gama, diante da decisão da montadora Ford que, depois de um século, decidiu encerrar a produção de veículos no Brasil. Logo mais, às 16 horas, ele terá uma reunião com a diretoria da Ford e com o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores Ford – Abradif – Tiago Teixeira, diretor-geral da Cimavel, única concessionária Ford em Sergipe.
De acordo com Sérgio Gama, a Ford tem no Brasil 250 pontos de venda e o fechamento da montadora vai impactar nestes locais. Ele explicou que a montadora só vai comercializar no país a Ranger e o Territory, um novo veículo estimado em R$ 180 mil. “Em Sergipe, a Ranger representa 25% das vendas, mas em Alagoas, apenas 10%”, comentou.
O Só Sergipe tentou falar com Tiago Teixeira, mas não obteve retorno até o momento.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Luiz Moura, acredita que há “uma coisa estranha”, ao se referir ao fechamento da Ford.
“Foi uma grande surpresa. O governo federal não sabia, assim como os governos da Bahia, Ceará, São Paulo e dos municípios onde existe a Ford. O primeiro montador que veio para o Brasil fecha sua operação e ninguém sabe de nada”, ressaltou.
Na visão do economista, a saída da Ford vai trazer prejuízos na arrecadação de impostos, desemprego daqueles que atuavam na montadora e, também, nas concessionárias e oficinas autorizadas da Ford. Segundo ele, se essas fábricas não ficarem na mão de outras empresas, dificilmente os operários terão trabalho porque eles desenvolvem atividades muito específicas.
Ele lembra que há algumas montadoras no país com sérios problemas. “A situação da indústria automobilística está delicada. Muitas outras montadoras podem seguir o exemplo da Ford e fechar as operações no país”, comenta.
Segundo ele, a Ford não dava prejuízo, “o Ford Ka não dava prejuízo. A Ford não quer produzir modelos mais baratos e vai centrar em modelos mais caros, tanto que não fechará a unidade da Argentina e do Uruguai que passarão a atender o mercado brasileiro”.
Além do desemprego nas concessionárias Ford, o fechamento da montadora vai influenciar, também, no mercado de carro usado. “Os veículos Ford serão desvalorizados”, assegura.
O economista também questiona o modelo de atração dos governos com a política de incentivos para que fábricas se instalem nos Estados. “A Ford ia para o Rio Grande do Sul, mas Antônio Carlos Magalhães articulou a ida da fábrica para Camaçari, na Bahia. O então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, não foi reeleito por causa disso, enquanto que Paulo Souto foi reeleito no governo da Bahia”, lembrou Luiz Moura. Para ele todo o Brasil saiu perdendo com a saída da Ford.
Além de Camaçari, a empresa de veículos automotores informou que encerrará a produção nas plantas de Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE) durante 2021. De acordo com a companhia, as três linhas de produção terão as atividades encerradas durante este ano, “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
A empresa manterá no Brasil a sede administrativa da América do Sul, o Centro de Desenvolvimento, de Produto, que fica na Bahia, e o Campo de Provas. O fim das atividades da Ford Motor Company no país é parte do processo de reestruturação da empresa na América Latina, que passará a produzir veículos na Argentina e no Uruguai, importando-os para o Brasil.
A Ford informa que a produção de peças vai continuar mais algum tempo, para garantir estoque de componentes de reposição, enquanto três dos quatro modelos que eram fabricados aqui – Ka, Ka Sedan e EcoSport – deixam imediatamente de ser produzidos na Bahia e seguirão à venda apenas enquanto durarem os estoques.
Já o T4 segue em linha no Ceará até o quarto trimestre de 2021. Com isso, a operação brasileira da oval azul ficará restrita à importação de modelos, como hoje acontece com o SUV Territory, trazido da China.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil”, afirmou o presidente e CEO da Ford, Jim Farley, no comunicado enviado pela Ford.
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