Genivaldo de Jesus foi assassinado de maneira brutal pela Polícia Rodoviária Federal de Sergipe, no município de Umbaúba. A cena foi filmada e é de fazer inveja até para os nazistas mais apaixonados pela ideologia de superioridade ariana. Ele foi trancado num camburão e fizeram do veículo uma câmara de gás, da mesma forma que faziam os nazistas nos campos de concentração. A causa da morte foi confirmada pelo IML como por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
Destaco que não estamos falando de falta de preparo por parte dos agentes estatais, mas sim de um modo de agir já consolidado nas democracias burguesas, especialmente em países de capitalismo dependente. Dito de outro modo, a instituição polícia tem uma função bem específica que é a de aterrorizar e exterminar corpos considerados descartáveis. Como sabido, os corpos pretos são os favoritos. Sim, o elemento racial está presente. E sim, estamos falando de necropolítica.
O assassinato se deu no dia seguinte em que houve o massacre da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, e também contou com participação da PRF. Para piorar e deixando mais grave toda essa terrível situação, a instituição emitiu uma nota com um cinismo ímpar. Disseram que “usaram técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo”. Acho melhor nem imaginar o que são capazes de fazer quando usam “técnicas” e “instrumentos” de maior potencial ofensivo.
No título desse texto me referi à Democracia Racial de Sangue porque se trata do nome de uma música do rapper Eduardo Taddeo, o qual questiona o mito da Democracia Racial que nos foi colocado por intelectuais do início do século XX, ao mesmo tempo questiona como o Brasil é/ se tornou um paraíso para neonazistas, já que, sem dúvidas, somos um dos países mais racistas do mundo.
Ele também questiona nessa e em outras músicas, como o atual presidente só fez instigar a violência policial desde quando assumiu o comando do Executivo Federal. Isso porque, ao exaltar torturadores, faz clara apologia dessa prática desumana, que é típica de tiranos covardes.
Obviamente, como ressaltei linhas acima, essa política de ódio e extermínio não começou e nem foi criada pelo plantonista presidencial, mas é de se levar em consideração que foi ampliada, estimulada e legitimada a ponto de ser política oficial de governo. Por isso que nessas eleições, estaremos em um cenário no qual, de um lado, teremos aqueles que dirão “sim” à tortura e à violência, e de outro, aqueles que rechaçam essa prática nojenta. Em outros termos: não é polarização, é luta de classes em sua forma mais concreta de manifestação. É barbárie contra o mínimo de civilização.
Encerro com a sutil mensagem do poeta periférico: “Membro do Talibã, isso mesmo que você ouviu, pode rasgar seu certificado de terrorista, para fazer jus tem que ter aula com a nossa polícia”. Trecho de uma música do já citado cantor. De fato, a polícia brasileira tem enorme potencial de ensinar terroristas e nazistas as mais variadas formas de matar. O cenário é triste, e por isso mesmo exige uma mudança radical. Sigamos na luta!
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(*) – *Gabriel Barros é advogado e pós-graduando em Direito Público.
** Esse texto é de responsabilidade exclusiva do autor. Não reflete, necessariamente, a opinião do Só Sergipe.
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