Presente na mesa dos sergipanos quase que diariamente, a farinha de mandioca foi exportada para os Estados Unidos. A primeira remessa deste produto, que é genuinamente brasileiro, foi embarcada na terça-feira, 25, para o estado da Califórnia. O dirigente da Cooperativa de Farinha de Mandioca (Coofama), Luiz Carlos, explicou que o processo de exportação partiu de iniciativa do Sebrae através de um projeto-piloto. “O Sebrae é nosso parceiro desde o início, fez uma prospecção de empresas que já estão prontas para fazer esse serviço e nos fez esse convite e aceitamos”, disse.
Nesta primeira remessa, serão 310 kg de farinha que irão complementar a alimentação dos americanos. “Não fizemos nenhuma alteração na embalagem, acrescentamos apenas uma etiqueta com a tradução das informações nutricionais necessárias”, informou. A farinha sergipana irá para a Califórnia e será vendida através de uma loja virtual no site da Amazon americana. Além disso, foi preciso também ter o reconhecimento do selo da Federal Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos, que faz o controle dos alimentos.
Centenas de casas de farinha atuam na região de Campo do Brito, destas 22 são cooperadas. “A farinha é produzida diariamente porque atendemos todo mercado sergipano e fora do estado como Salvador, algumas áreas de Alagoas e São Paulo. Fazer farinha para a gente é tão natural quanto acordar”, afirmou. De acordo com Luiz Carlos, para os sergipanos e produtores rurais da cooperativa, é muito gratificante ter o produto exportado para os Estados Unidos. “No final das contas, percebemos que todo nosso trabalho, que é árduo e pesado, está dando certo e isso é muito bom!”, orgulhou-se.
Dono de uma casa de farinha há 15 anos, Marcos Santana, aprendeu o ofício com seu avô. “A gente recebe a mandioca, lava, depois a gente raspa, descasca, depois a gente rala, ficando uma massa úmida. Depois a gente prensa, peneira e por fim, a gente torra”, explicou o processo completando que dependendo do gosto do cliente a farinha fica fina, média e grossa.
Na região de Campo do Brito, além da farinha, que é o carro-chefe, produz-se também a macaxeira e tapioca a vácuo, que chega pronta para consumo na casa do consumidor. Além disso, de acordo com Luiz Carlos, algumas cooperadas produzem doces e salgados que tem como base a macaxeira, que são vendidos por encomenda. “Os nossos produtos são de excelente qualidade e estão presentes em todas as redes de supermercados espalhados por nosso estado. Nenhum deles tem conservantes”, fez questão de destacar.
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