Os perigos ocasionados pelo jogo clandestino ‘Baleia Azul’ (Blue Whale) têm preocupado famílias e profissionais da saúde, a exemplo da equipe que compõe a Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde (REAP/SES). O jogo, que teve início na Rússia, consiste numa série de instruções que agridem, fragilizam e induzem os participantes a tirarem a própria vida.
O jogo funciona a partir do Facebook. Os participantes passam dados pessoais e de familiares, e recebem, posteriormente, as orientações via WhatsApp. São 50 desafios que devem ser gravados e enviados aos membros do grupo, aumentando gradativamente os riscos.
Para a coordenadora Estadual da Rede de Atenção Psicossocial, Renata Roriz, o ‘Baleia Azul’, ao contrário do que se costuma dizer, não é um jogo, já que não apresenta qualquer recurso lúdico, pedagógico ou divertido. Ele é literalmente um convite ao suicídio.
Entre os desafios sigilosos ou explícitos sugeridos pelo ‘Baleia Azul’, estão assistir a filmes de terror e escutar músicas determinadas pelos autodenominados “tutores”. A fase final é a que compromete a própria vida do participante que, se mostrar sinais de resistência ao cumprimento das provas, tem a sua família ameaçada.
A psicóloga Anusca Barros, também integrante da REAP/SES, destaca a importância de que meninos e meninas sejam emocionalmente saudáveis. “Os que assim são, dificilmente se sentem atraídos por sugestões como essa. É preciso, para desenvolver essa saúde emocional no público infanto-juvenil, cultivar um relacionamento qualitativo entre familiares, considerando a necessidade dos adultos de não estarem o tempo todo com essas crianças, devido às necessidades pessoais”, explicou.
Disk Saúde
Os pais que detectarem em meninos e meninas evidências do cumprimento de tarefas sugeridas pelo ‘Baleia Azul’ podem recorrer a REAP/SES, que dispõe de equipamentos e profissionais aptos a acompanhar pacientes de todas as faixas etárias, bem como seus familiares. A assistente social Suely Matos assegura que a população pode recorrer a diversos componentes, entre eles, a Atenção Básica, Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), Serviços de Urgência e Hospitais Regionais.
“Além disso, a REAP/SES disponibiliza o Disk Saúde. Através do 0800 282 282 2, um técnico realiza atendimentos telefônicos em horário comercial, das 8h às 18h. Mesmo não sendo integrante da Rede consideramos também a importância de serviços, como o CVV [Centro de Valorização da Vida], que disponibiliza o ramal 141 para atendimentos”, detalhou a assistente social.
Segundo as profissionais, não há registros de vítimas do jogo ‘Baleia Azul’ em Sergipe, mas a intenção de desenvolver atividades educativas e conscientizadoras para o público infanto-juvenil permanece em função das vítimas acometidas no Brasil e no exterior.
Sobre as baleias azuis – A revista Veja publicou em sua página na internet a seguinte explicação a respeito das baleias azuis. Segundo a reportagem não ha confirmação científica de que as baleias cometem suicídio e que isso ocorre em massa por mera solidariedade das demais.
Veja:
Há quem diga, em geral nas redes sociais, que as baleias são capazes de se suicidar, provocando o próprio encalhamento. A crença vai além: encalhamentos em massa seriam desencadeados por um animal que fica preso na praia, e os outros, como uma forma de solidariedade (ou simplesmente um instinto de manter o bando reunido), se atirariam também à terra firme.
Não é, porém, o que a ciência diz. Não há comprovação, estudo, pesquisa alguma que indique qualquer veracidade nesse comportamento dos mamíferos marinhos. O que os biólogos sabem é que fatores como doenças e algumas ações do homem podem levar os animais a nadarem até muito próximo da praia, o que causaria – acidentalmente – o encalhamento e eventual morte.
Mas e quando não há uma explicação aparente, seria o suicídio coletivo uma possibilidade para as baleias? A ciência garante que não. “Essa é mais uma tentativa de transferir para os animais algo que é um comportamento exclusivamente humano”, diz Mario Rollo, professor e pesquisador de biologia marinha do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Vicente. “Não há evidências científicas de nenhuma outra espécie que cometa suicídio.” As baleias, portanto, foram muito injustamente usadas por criadores e usuários da página ‘Baleia Azul’, que induz seus usuários às práticas suicidas.
Com informação da Veja