Você já pensou em investir em ações, mas ficou na dúvida de como escolher a ação certa? Essa situação é bem comum para o investidor iniciante e de perfil mais arrojado. A dúvida de como investir nas ações de maneira ativa afeta muitas pessoas, pois todos nós já escutamos histórias de alguém que perdeu parte ou tudo que investiu em ações, e ficamos muitas vezes com medo de fazer o primeiro investimento. Mas será que para o investidor que quer operar ações seria melhor colocar o dinheiro em um fundo de ações e ver o investimento de forma passiva, ou seria melhor arriscar sem ter um bom conhecimento?
A resposta mais correta é: nenhum dos dois. O cidadão pode investir em Exchend Traded Fund (Fundos de índice negociados em bolsa). Esses ETFs são intermediários entre investir diretamente em ações e/ou em fundos.
Os ETFs são fundos de índice fechado que têm suas cotas negociadas na Bolsa de Valores, permitindo assim uma grande liquidez, como se fosse realmente uma ação. O mais famoso fundo de índice do Brasil, por exemplo, acompanha a variação do Ibovespa (índice de ações da Bovespa). Logo, se o Ibovespa tiver uma valorização de 5% em um mês, o ETF terá uma valorização bem próxima disso (já descontados impostos e taxa de administração). O contrário também é verídico, pois em caso de desvalorização do Ibovespa, o ETF também se desvaloriza.
Isso acontece já que a carteira de ação do fundo é idêntica à composição de ações do Ibovespa, inclusive nas proporções que as ações ocupam na carteira teórica do Ibovespa.
Existem diversos tipos de ETFs e alguns são boas oportunidades de se investir em ativos fora do Brasil, tal como um ETF que espelha o S&P 500 (um dos maiores índices de ações dos EUA).
Algumas das vantagens de se investir em um ETFs são:
1 – Taxa de administração muito pequena: enquanto um Fundo de Ação convencional costuma cobrar uma taxa média de 1,5% a.a, um ETF costuma cobrar por volta de 0,3% a.a de taxa de administração.
2 – Rentabilidade atrativa: nos últimos cinco anos os ETFs superaram em 90% dos casos os Fundos de Investimentos da mesma categoria que eles, indicando assim uma ótima rentabilidade para quem segurou o ETF nesse período.
3 – Negociável: os ETFs são negociados na Bovespa, podendo, assim, ser comprados com facilidade e vendidos também com a mesma facilidade. O fato de ser negociável como uma ação, começa a treinar o investidor na análise gráfica para a negociação, o que será de muita importância quando for fazer um trader diretamente em ações.
4 – Aluguel de ações: os investidores de longo prazo costumam colocar suas ações para alugar a fim de ter mais rentabilidade, enquanto estão com as ações em carteira (em breve trataremos a fundo disso). Os ETFs também disponibilizam as ações que compõem sua carteira para aluguel, com a diferença de que um ETF possui muitas ações. Então a rentabilidade do aluguel é bem maior do que uma pessoa física normal conseguiria, e o Fundo reinveste automaticamente essa rentabilidade.
Os ETFs são geridos da mesma forma que Fundos de Investimentos de Índice, com a diferença de ele ser um fundo fechado (você não investe diretamente no fundo), pois suas cotas na verdade são negociadas em Bols. Assim, quando você investe em um ETF, compra essas cotas de alguém, da mesma forma que acontece com as ações.
O Brasil tem pouco costume de investir em ETFs, mas eles são muito abrangentes e podem ser usados tanto para investimentos de curtíssimo prazo como de longuíssimo prazo, tudo dependendo do perfil do investidor.
Nos Estados Unidos da América é muito comum as pessoas investirem em ETFs, pois permitem que elas invistam em todas as partes do mundo com pouco capital. Mas devemos lembrar que o mercado de investimento é muito maior lá, o mercado de ETFs dos Estados Unidos é o maior do mundo, sendo mais de 30x maior que o do Brasil.
Para o investidor arrojado iniciante, os ETFs são muito interessantes, já que o Fundo investe nos ativos mais voláteis, balanceando a carteira de forma eficiente com os menos voláteis, e o investidor pode ficar de olho na hora de entrar no alvo que deseja alcançar, no Stop e no gerenciamento de risco. Tudo isso mais tranquilamente, pois os ETFs costumam se movimentar menos que as ações que o compõem.
(*) David Rocha escreve semanalmente, às terças-feiras. Ele é assessor de investimentos e educador financeiro, que vive o mercado diariamente, desde 2011, e autor do livro Tesouro Direto – Um Caminho para a liberdade financeira de 2016.