Por Manuel Luiz Figueiroa (*)
Tu és a necessidade presente no homem e, acredito ser, também, de todos os seres com vida porque estes formam parte do conjunto da criação.
Por que, dentre os viventes, somente o homem teria o privilégio de adorá-lo? Pois, a tríade: nascer, viver e morrer está presente em todas as formas de vida (animal, vegetal, galáxia etc.)
Na antiguidade, a civilização egípcia o denominou, multiplamente, de acordo com as suas grandes necessidades de: Rá, Amon, Anúbis, Osíris, Ísis, Hórus, Set e Néftis.
Enquanto os gregos, seguindo o mesmo critério de necessidade, os denominaram de: Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Artemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.
Os indígenas os chamam de Tupã, Guaraci, Jaci, Anhanga, Caiporas, Iara.
Os africanos de Iemanjá, Oxum, Xangô, Oxalá, Oxóssi e Exu.
O Deus cristão é uno no sentido do monoteísmo, todavia, subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.
O que se observa é a presença do politeísmo em algumas culturas e o monoteísmo convivendo em harmonia com aquele. Não há problema, nem divergência entre essas diversidades, da mesma forma que é inexistente o conflito entre aqueles e os que se dizem ateus.
Condenar aqueles que comungam de crenças divergentes ou mesmo os que declaram nenhuma crença ter, não é razoável, pois o importante não é a titulação e, sim, a forma do agir no relacionamento com as criaturas.
Instituições como as Forças Armadas Brasileiras que praticam o culto aos símbolos nacionais, defendem princípios que modelam o caráter dos seus membros, os denominando, genericamente de soldados. Esses homens fardados não excluem os nossos soldados sem farda, visto que, defendem os mesmos princípios.
É obvio que o diferencial não se encontra nas denominações dos grupamentos organizacionais e, sim, na execução de ações que agregam o aperfeiçoamento da criação. Não se entende que a criação se automodelando esteja confrontando o desejo do criador, muito pelo contrário, é a continuidade da obra porque é assim o desejo do pai.
A Maçonaria, instituição universal, tem como princípios basilares a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Os maçons buscam na sua atividade profana e nas colunas adquirir, também, os três pilares da maçonaria: Força (Primeiro Vigilante), Beleza (Segundo Vigilante) e Sabedoria (Venerável Mestre). A força e a beleza são exercidas no ocidente, enquanto a sabedoria se faz presente no oriente iluminado pelo nascer do sol.
Da mesma forma que para ser soldado, não necessariamente precisa usar farda, basta cultuar os princípios das forças armadas, pode-se também denominar o profano de maçom sem avental, desde que este pratique os princípios maçônicos.
O Deus maçônico denominado de GADU – Grande Arquiteto do Universo – corporifica e inclui os deuses do politeísmo, do monoteísmo e ainda admite o Deus dos sem Deus, esses que se denominam ateus.
Acreditar em um único Deus ou não, não exclui o vivente da proteção do guarda-chuva divino, desde que este cumpra princípios de respeito aos frutos oriundos da criação. A diversidade de deuses não acolhe a separação dos que a admitem, nem a exclusão dos que divergem de todos aqueles.
A existência de soldados sem farda, de nossos não menos amados, maçons sem avental, são ideias que admitem o profano, declarado sem Deus, como irmão, bastando para isso que o mesmo seja classificado como homem de bons costumes.
Da mesma forma que o templo maçônico, imaginário, tem uma nave que abriga toda a criação, não há porque excluir os sem crença desta proteção, simplesmente, pelo estigma de ter-se declarado ateu. Ateus e tementes a Deus, todos, sem exclusão, são frutos da criação.
O GADU, nosso Criador, não classifica seus frutos como bons e maus. Todo processo da criação inclui o desbravar da pedra bruta que está continuamente sendo polida por todos os filhos do criador de forma consciente, como fazem os maçons, ou inconscientemente, como praticam os irmãos sem avental.
Quem és tu? Eu sou o seu criador, aquele que os maçons denominam de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.
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