“Um fórum mais sergipano do que aracajuano”. Essa é a meta do futuro coordenador do Fórum Empresarial de Sergipe, Joaquim da Silva Ferreira, que tomará posse no dia 11 de março. Ele entende que é necessário atrair as associações do interior do Estado para que se envolvam e participem, efetivamente, da entidade. Alguns dos encontros mensais serão feitos no interior, justamente para que os representantes das diversas associações sejam ouvidos e possam dar suas contribuições. “Vamos envolver associações, como a de produtores de leite em Nossa Senhora da Glória, de caprinocultura, associação do distrito industrial de Estância, trazer Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) do interior”, disse Joaquim, que atualmente coordena, também, o Núcleo de Desenvolvimento de Sergipe. Outra meta do futuro coordenador é aumentar a interlocução com o Governo do Estado, por isso ele vai sugerir, por exemplo, que empresários participem do grupo de gerenciamento costeiros e de outros conselhos estaduais. “Queremos que os empresários sejam ouvidos”, espera. Joaquim também defende que o Governo do Estado defina um secretário de Turismo, pois hoje o atual titular, Sales Neto, também é o secretário de Comunicação. “Acho que depois da chegada de Sales Neto para ser o titular da pasta do turismo, estamos sentindo uma retomada. Mas ele está dividido numa secretaria que tem um dia a dia muito exigente. Por isso queremos trazer para pauta a necessidade de termos um secretário exclusivo. Mesmo que seja Sales Neto, até porque se for, será um ganho enorme”, afirmou. Esta semana, passada a folia do Carnaval, Joaquim Ferreira concedeu uma entrevista ao Só Sergipe.
SÓ SERGIPE – Quais são os seus projetos para o Fórum Empresarial, pois, em março o senhor será empossado como coordenador?
JOAQUIM FERREIRA – No Fórum, como uma entidade de Sergipe que busca congregar as entidades empresariais do Estado, uma das minhas metas é atrair as associações do interior do Estado, para que se envolvam e participem efetivamente do Fórum. Da mesma forma, faz parte do meu plano, este ano, levar o Fórum ao interior. Pelo menos dois dos nossos encontros mensais, penso em fazer em duas cidades do interior que ainda serão escolhidas. É uma maneira de tornar o Fórum mais sergipano do que aracajuano.
SS – Há muitas associações no interior que precisam de mais visibilidade, não é?
JF – Vamos envolver associações, como a de produtores de leite em Nossa Senhora da Glória, de caprinocultura, associação do distrito industrial de Estância, trazer CDLs do interior. Dar força ao fórum como uma representatividade empresarial, não para discutir causas e nem trazer pautas específicas de cada área, mas aquelas comuns às entidades.
SS – Por exemplo?
JF – Quando discutimos a importância do turismo para o Estado, de termos um secretário exclusivo para a pasta, é um tema que envolve não só o trade turístico. O impacto que o turismo tem na economia local sobre diversas pontos da cadeia produtiva é extremamente importante. Esse é um ponto que queremos conversar com o govenador Belivaldo Chagas. Queremos estar próximos do governo no sentido de apoiar aquelas ações claras para o desenvolvimento do Estado. Esse é o nosso objetivo.
SS – O senhor considera a Secretaria de Turismo como uma pasta um tanto abandonada no Estado?
JF – Acho que depois da chegada de Sales Neto para titular da pasta estamos sentindo uma retomada. Mas ele está dividido com outra secretaria (a de Comunicaçao) que tem um dia a dia muito exigente. Por isso queremos trazer para pauta a necessidade de termos um secretário exclusivo. Mesmo que seja Sales Neto, até porque, se for, será um ganho enorme.
SS – Hoje se discute muito a bravata bolsonariana de redução da alíquota de ICMS dos combustíveis. O Fórum se engajará nessa discussão, até defendendo a reforma tributária no país?
JF – A questão da discussão tributária é tema que trataremos no Fórum. Ainda não tenho uma posição do Fórum, até porque vou assumir a coordenação no dia 10 de março. Mas, enquanto Núcleo de Desenvolvimento, esse ponto nos chamou para outra discussão: a questão tributária é importante, mas tem outros pontos. Temos que buscar eficiência para redução de custos. Fui propreitário de postos de combustíveis e sei o custo que é gerenciá-lo. No passado, tivemos discussão de self-service nos postos e fomos vencidos por pressão do sindicato dos frentistas e outras entidades. Mas estamos falando sobre um custo importante que reflete na bomba. A possibilidade de automatizar os postos de combustíveis tem um ganho muito grande. A redução de tributo tem que ser estudada, o Estado tem que ter um programa de redução de despesa, tem que buscar alternativas.
SS- Mas se o senhor for por essa tese de postos self-service, aumenta-se o batalhão de desempregados no País.
JF – É a mesma discussão que permeou a cana-de-açúcar, os ascensoristas de elevadores. No final do século XIX e início do século XX, os elevadores precisavam de uma pessoa para operar. Hoje, você entra num elevador e ele vai sozinho. E se você hoje mantém uma pessoa lá dentro apertando um botão, isso é inadmissível, é trazer para a sociedade uma ineficiência. Sou radicalmente contra. A eficiência para mim é fundamental. De alguma forma esse “batalhão de desempregados” que você está dizendo vai se acomodar . Ou seja, não posso ser ineficiente para poder manter isso. Se for nessa linha, é como se a sociedade tivesse bolsa-frentista. Ela paga um valor a mais no combustível para garantir o emprego do frentista. Se é isso que a sociedade brasileira quer, ok. Então, que tenha bolsa ascensoristas, um bolsa estivador no porto, dentre outras. Essa é uma questão que precisa ser avaliada pela sociedade.
SS – Hoje, o Fórum reúne quantas entidades?
JF – É composto por 35 entidades e uma das nossas metas é que, pelo menos, possamos dobrar este número até o final do ano, trazendo entidades do interior e daqui de Aracaju.
SS – Qual a periodicidade de reuniões?
JF – O Fórum se reune mensalmente ou a qualquer tempo quando tem um tema que exige isso.
SS – E dentro de seus projetos, tem algo que deve ser levado ao governador ou ao prefeito Edvaldo Nogueira, no sentindo de melhorar o Estado e o município?
JF – Sim, sim. Temos vários temas. Mas como não tomei posse ainda, tenho proposições que precisam ser validadas no Fórum. Uma das proposta que quero apresentar ao governador é que possamos abrir espaço para gestores do Estado participarem diretametne do Fórum. E da mesma maneira o Estado abrir espaço para os empresários. Veja a Lei 8.634, de 27 de dezembro de 2019, que criou o grupo de gerenciamento costeiro. Olhamos a composição, com 11 membros, e temos cinco representantes do Estado, três dos municípios, dois dos povos tradicionais, uma representante da Assembleia Legislativa e os empresários estão fora. Os empresários têm que participar, porque estamos falando de questões importantes. A visão empresarial dentro desse grupo é fundamental. O embate é imprescindível. Você monta um grupo dessa importância e o cara que quer montar um resort não foi ouvido. Ele não tem a oportunidade de colocar a experiência dele, até para fazer o contraponto. E isso se repete no Conselho de Desenvolvimento Industrial, embora tenham conseguido colocar um representante da construção civil. Mas também ocorre no Conselho de Meio Ambiente, Turismo, Tecnologia. Queremos que os empresários possam permear e entrar, de forma clara, para que sejam ouvidos.
JF – Não posso dizer que o Governo de Sergipe não tem me ouvido. A experiência que trago, através do Núcleo de Desenvolvimento, é que temos tido um espaço muito bom. Muitas coisas não se concretizam porque as forças que fazem contraponto as nossas opiniões também agem. Acho que precisamos ser mais tecnicamente ouvidos. E participar dos conselhos. Sergipe tem um empresariado que se qualifica bastante, com um espírito de sergipanidade muito forte. A hora é de junção e o meu papel é buscar essa coordenação e fazer com que os empresários sejam ouvidos. O Núcleo apresentou proposta dos centros comunitários de turismo às margens das rodovias. Propomos que na reforma das rodovias o governo faça um centro comunitário para as comunidades, formalizando o pessoal. O governador acatou e o primeiro deverá ser em Indiabora, que servirá de piloto para os demais. A Caju Cultura é outra ação importante que o Núcleo começou. Entendemos que a cultura do caju integra o trabalhador de baixa escolaridade. Temos fábrica em Estância operando com caju do Piauí, e Sergipe pronto para fazer isso. É importante trazer esse empreendedor de escolaridade mais baixa. Não é só pensar em gás, em refinaria e deixar outros aspectos. Temos muitos movimentos importantes aqui, a exemplo do Inova+Sergipe, que envolve uma mão de obra mais qualificada, de startups com trabalhos maravilhosos. Então, essa é a visão que pretendo trazer para o Fórum.
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