O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou hoje, 28, da abertura de tráfego da ponte sobre o rio São Francisco, na BR-101, no trecho que liga Sergipe a Alagoas, mais exatamente entre Propriá e Porto Real do Colégio (AL). Ao ser questionado sobre a polêmica da compra de leite condensado, pelo radialista Marcos Couto, Bolsonaro repetiu o que já havia dito num almoço com cantores sertanejos.
“É para enfiar no rabo dos jornalistas”, disse Bolsonaro a Marcos Couto. Alguns simpatizantes de Bolsonaro reclamaram com o jornalista e depois começaram a gritar “mito, mito”, numa referência ao presidente.
No discurso em Sergipe, Bolsonaro disse: “é uma honra, é uma missão [estar na Presidência da República]. E sabemos, presidente, Collor, que a missão é espinhenta. E o político bem sabe que para enfrentar desafios ele tem que ter couro grosso. Quando falam de leite condensado… Não têm o que falar de mim, pô?”. O ex-presidente Fernando Collor participou da solenidade.
Obra esperada
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, falou sobre a obra da ponte que já era esperada há muito tempo pelos moradores dos dois estados.
“A entrega da ponte sobre o rio São Francisco é um marco. A gente vai liberar o tráfego nesta travessia que passa a ser duplicada a partir de agora com essa entrega. É mais uma obra que a gente retomou e está entregando, portanto, à sociedade”, disse o ministro Tarcísio Gomes, que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro.
As obras de duplicação foram iniciadas em 2019. Segundo o Ministério da Infraestrutura, a nova ponte, tem 860 metros de extensão e 24 metros de largura. A estrutura liga a cidade sergipana de Propriá e a alagoana Porto Real do Colégio, conectando trechos duplicados da BR-101 entre os dois estados.
Explicação
A polêmica começou depois que a imprensa divulgou dados do Portal da Transparência que mostram que o Governo Federal gastou R$ 15 milhões com leite condensado no ano passado. Um dos pratos preferidos do presidente é o produto com pão.
O Ministério da Defesa divulgou uma nota à imprensa para esclarecer os gastos das Forças Armadas com alimentação. Nesta semana, matérias jornalísticas questionaram a legalidade das compras de comida para os militares. Segundo o ministério, os valores são compatíveis com as tarefas das tropas.
De acordo com a pasta, os militares não recebem nenhum valor referente ao pagamento de auxilio alimentação, sendo obrigatória por lei a disponibilização de alimentação aos que estão em atividade.
Segundo o ministério, desde 2017, o gasto diário com a compra de alimentos é de R$ 9 por militar, valor que não é reajustado há três anos e que é usado para custear o café da manhã, almoço e o jantar dos militares que compõem as Forças Armadas.
Sobre a compra de itens como leite condensado, o ministério explicou que o produto pode ser usado para substituir o leite comum, devido ao seu alto potencial energético e melhor conservação em altas temperaturas.
No caso da compra de gomas de mascar, o ministério afirmou que o produto é usado na higiene bucal quando ocorre a impossibilidade de escovação e para aliviar os efeitos da pressão durante a atividade aérea.
Em todo o país, o efetivo é de 370 mil militares, que estão alocados em 1,6 mil organizações militares.
Com informações da Agência Brasil