Uma delas é a jovem Rafaella Bezerra (@rafaellalnb), 23 anos, bacharel em Química pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e que há três meses foi eleita como presidente da Federação Sergipana de Empresas Juniores. Mas chegar a esse cargo não foi uma tarefa fácil. No Movimento Empresa Júnior (MEJ), desde dezembro de 2018, Rafaella, que ainda não é empresária, integra a QuimTec Consultoria Jr., e foi aí que surgiu o seu interesse por empreendedorismo.
Como presidente da federação, Rafaella diz que “busca fortalecer a rede com os agentes externos e acelerar o resultado de toda a rede. Hoje com 23 anos, e depois de mais de 3 anos no MEJ, me sinto uma líder melhor e capaz de levar um time à sua alta performance”, assegura.
Ela acredita que “a vivência empresarial causará um grande impacto na sociedade”. Rafaella mostra números animadores: “Temos mais de 350 jovens no MEJ sergipano, e desde a nossa confederação já conseguimos entregar 1.217 projetos, sendo que 812 deles envolvem um dos objetivos sustentáveis da Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, também, há 22 empresas juniores federadas de diversos setores, presentes em três instituições de ensino: UFS, Instituto Federal de Sergipe (IFS) e Universidade Tiradentes. “Nosso foco é fomentar o empreendedorismo jovem no Estado”, garantiu.
Está previsto para os dias 4 e 5 de junho, o maior encontro regional de empresas juniores que se chamará Sermej. “Nosso intuito é promover capacitação e conexão. Queremos fazer de Sergipe um estado maior e mais forte, por isso investimos nas futuras lideranças porque elas vão impactar e transformar o mercado”, afirmou.O Só Sergipe trouxe para você os detalhes deste bate papo interessante que teve com Rafaella Bezerra.
Confira a entrevista.
SÓ SERGIPE – Como surgiu a Federação Sergipana de Empresas Juniores? O que motivou um grupo de jovens a criar esta entidade?
RAFAELLA BEZERRA – O Movimento Empresa Júnior (MEJ) existe em Sergipe desde os anos 90. Na época, o movimento surgiu com a fundação de duas empresas juniores, a EJAUFS e a SofTeam, ambas da Universidade Federal de Sergipe. Em 1995, tivemos o Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ) em Aracaju, o que foi um grande marco para o Movimento Empresa Júnior sergipano, e lá nasceu a primeira tentativa de fundar a Federação, houve mais duas tentativas, porém foi em 2014 que a Serjúnior foi fundada, e pouco tempo depois foi confederada pela Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores).
SÓ SERGIPE – A instituição que você preside tem como um dos objetivos desenvolver capacidades, capacitar pessoas gerando mais e melhores profissionais. Desde a fundação, em 2014, quantas pessoas foram capacitadas?
RAFAELLA BEZERRA – O MEJ começou há muito tempo em Sergipe, por isso não consigo ter dados de quantos jovens passaram por lá desde a fundação da primeira empresa júnior do Estado. Porém, falando de dados atuais, hoje temos mais de 350 jovens no MEJ sergipano, e desde a nossa confederação já conseguimos entregar 1.217 projetos, sendo que 812 deles envolvem um dos objetivos sustentáveis da ONU. Além disso, a nossa rede já entregou mais de um milhão em soluções, e todo esse dinheiro foi reinvestido em educação empreendedora de todos os jovens que passaram e que estão no movimento empresa júnior sergipano.
SÓ SERGIPE – Como foi a caminhada até presidir a federação?
RAFAELLA BEZERRA – No final de 2021 resolvi me desafiar e pleitear o cargo de Presidente executiva da Serjúnior, foi um longo processo, com desafios, apresentação de proposta e sabatina. O processo eleitoral foi extremamente desafiador, mas o conselho da Serjúnior aprovou minhas propostas para o cargo.
SÓ SERGIPE – Quais são as empresas federadas à instituição e como é o trabalho para captar novas?
RAFAELLA BEZERRA – Ao total temos 22 empresas juniores federadas de diversos setores, presentes atualmente em três instituições de ensino – UFS, IFS e UNIT -, o nosso foco é fomentar o empreendedorismo jovem no nosso estado. Dessa forma, iremos iniciar um projeto de aceleração de iniciativa de empresas juniores. Essas empresas são encontradas pelo mapeamento da Brasil Júnior, e por um mapeamento nosso no Estado.
SÓ SERGIPE – Qual a definição de empresas juniores? Elas – as empresas – têm que ser, necessariamente, dirigidas por jovens?
RAFAELLA BEZERRA –Empresas juniores são associações sem fins lucrativos, que devem ser gerenciadas por estudantes da graduação e, atualmente, a rede tem jovens de 18 a 30 anos gerenciando essas empresas. Cada empresa possui um ou mais professores orientadores da instituição de ensino, mas todas as decisões estratégicas são tomadas por esses jovens. Todo lucro obtido com os projetos é reinvestido em educação e capacitação dos membros da empresa júnior.
SÓ SERGIPE – Qual o perfil das empresas que pode se federar à instituição?
RAFAELLA BEZERRA – Nós avaliamos o modelo de negócio da empresa, a estrutura interna, e principalmente a cultura organizacional. Acreditamos que, acima de tudo, essas empresas precisam estar alinhadas com o propósito do MEJ no Brasil, que é: “Formar, por meio da vivência empresarial, lideranças comprometidas e capazes de transformar o País em um Brasil Empreendedor”. Tudo isso é identificado no nosso processo único de federação, que possui uma duração média de três meses.
SÓ SERGIPE – A federação tem parceria com outras instituições similares pelo país para troca de informações?
RAFAELLA BEZERRA – Sim, somos confederados pela Brasil Júnior, que é a Confederação Brasileira de Empresas Juniores. Dessa forma somos conectados com diversas instâncias espalhadas por todo o Brasil, todos focados em fazer do Brasil um país com líderes comprometidos e capazes. Acreditamos que a vivência empresarial causará um grande impacto na sociedade. Recentemente tivemos um evento de instâncias, justamente para melhorar a nossa capacitação e conexão entre instâncias.
SÓ SERGIPE – E com o Conselho de Jovens Empreendedores de Sergipe (CJE-SE), que é um conselho permanente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (ACESE), a federação dialoga?
RAFAELLA BEZERRA – Por hora não. Com a pandemia e todo esse trabalho tendo que ser executado de forma remota, o fomento com alguns conselhos, instituições etc., acabou se perdendo. Porém, nessa gestão, com a volta do presencial, pretendo conectar a federação e as empresas juniores com a maior quantidade possível de ecossistemas.
SÓ SERGIPE- A federação está promovendo um evento para jovens empreendedores. Qual é o evento e quando irá acontecer?
RAFAELLA BEZERRA – O evento acontecerá nos dias 04 e 05 de junho, de forma presencial. O evento chamas-se Sermej, será o maior encontro regional de empresas juniores; nosso intuito é promover capacitação e conexão. Queremos fazer do nosso estado um estado maior e mais forte, por isso investimos nas futuras lideranças, porque elas vão impactar e transformar o mercado. Estamos compartilhando tudo no Instagram do nosso evento: @sermej22
SÓ SERGIPE – E já que estamos falando de jovens, você é uma empreendedora?
RAFAELLA BEZERRA – Bom, ainda não possuo meu próprio empreendimento. Conheci o empreendedorismo pelo MEJ através da minha empresa júnior de origem, a Quimtec Consultoria Jr, empresa júnior de química licenciatura e bacharelado da Universidade Federal de Sergipe. Na empresa júnior, fui diretora na área de gestão de pessoas e presidente, diversifiquei meus conhecimentos e lidei com a administração da empresa. Como presidente precisei pensar em toda a estratégia da empresa e hoje me sinto preparada para empreender, porém atualmente estou focada em trazer resultados para a federação, assim como trouxe para a Quimtec.
SÓ SERGIPE- Estamos vivendo uma situação econômica muito complicada. Temos a Covid-19, que no início prejudicou muitos empresários, uma economia instável no País e, para completar, uma guerra que mexe com a economia do mundo. Como é ser empreendedor no Brasil diante de um cenário deste?
RAFAELLA BEZERRA – O cenário é complexo, e sabemos que empreendedores lidam com muitas batalhas, impostos, dificuldade com vendas e até pouco conhecimento sobre estratégias que podem impulsionar o seu negócio. O MEJ constantemente busca trazer soluções para esses empreendedores, oferecemos serviços e produtos com um valor mais baixo que o do mercado, e em 2021 oferecemos Fast Consulting via um projeto construído pela Brasil Júnior. O projeto se chama ‘Salve um negócio’, em que captamos doações para a execução do projeto, e todas as doações eram revertidas em consultorias e alguns serviços gratuitos para os pequenos e microempresários potencializarem seus resultados e fugirem da crise. Em 2022 o projeto voltará, e em breve traremos novidades em nossas mídias sociais, principalmente em nosso Instagram: @serjuniorse
SÓ SERGIPE – E de que forma incentivar os jovens a enxergar no empreendedorismo um caminho interessante?
N RAFAELLA BEZERRA – Não é uma tarefa muito fácil, eu confesso. Atualmente, com o cenário pós-pandemia, muitos jovens estão desmotivados, porém nós conseguimos conectar diversos jovens com um mesmo propósito, e como diria a Brasil Júnior “temos coragem de sonhar e ousadia de agir”. Não podemos nos apoiar apenas na motivação, acreditamos que temos um propósito e iremos lutar por ele até o fim, e é assim que iremos construir um Brasil mais empreendedor, focando sempre em nosso propósito.
SÓ SERGIPE – Na convivência com os jovens sergipanos, você percebe que há neles um perfil de empreendedorismo ou eles preferem uma carreira no serviço público?
RAFAELLA BEZERRA – Dentro do MEJ sergipano percebo que os jovens querem sair da faculdade e se inserir em ecossistemas que possuam uma cultura organizacional parecida com a do MEJB. Buscam isso em empresas alinhadas com os nossos valores, ou pensam em abrir suas próprias empresas e startups, e a gente, como federação, fomenta isso. Dessa forma buscamos empresas e instituições apoiadoras que possuam esses valores. Atualmente, possuímos pós-juniores (membros que já foram do Movimento Empresa Júnior que possuem empresas, ou estão em empresas totalmente alinhadas com os valores do movimento.
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