Astros celestes inspiraram a população terrestre por temor ou por desconhecimento, desde os primórdios da humanidade, há 35.000 anos antes de Cristo. Deuses, demônios, anjos, dogmas, ritos, tabus e heróis estiveram presentes nas culturas religiosas dos povos. Do politeísmo ao monoteísmo, do espiritismo ao ateísmo, existe um longo caminho histórico e teológico.
Na Idade Média europeia, a Inquisição queimou muita gente em fogueiras e promoveu as Cruzadas em nome da religião. No Afeganistão, Irã, Iraque e outros países, neste século, pessoas são assassinadas por oposição às práticas religiosas. Na última eleição presidencial saíram aclamações de mortes aos opositores em altares de igrejas no Brasil. Há poucos dias, Divaldo Franco, líder espírita, defendeu invasores do oito de janeiro. Afinal, religião que tem a espiritualidade no seu âmago, pode continuar comungando com o crime nos dias de hoje?
Paz interior, descoberta do sagrado, união, transcendência, viver meditando e praticando a paz, encontrar Deus no nosso interior durante a vida, alimentar na confiança e na fé, são predicados da espiritualidade. Reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade são valores que alimentam o horizonte espiritual tão necessário nos nossos dias no planeta. Ter empatia com os semelhantes, conviver com ética fundada no coletivo e universal dentro de um todo social, planetário e cósmico, espiritualiza a convivência humana ao mesmo tempo que protege a saúde física e mental das pessoas praticantes.
A verdadeira espiritualidade pode estar contida na religião, mas se distingue dela porque não comunga com ódio e violência propagados por alguns líderes religiosos. “Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nos humilha e iguala, independentemente, de raça, gênero e, inclusive, religião” como dissera o pastor Ed Renê Kivitz. Que líderes religiosos locais, regionais e mundiais sejam coerentes com os fundamentos de cada doutrina religiosa ou espírita, porque fiéis não podem ser moeda de troca em jogo político.
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