“Nós temos uma República relativamente jovem, que hoje completa 132 anos, com desafios novos e antigos”. A reflexão é do professor doutor do curso de História da Universidade Tiradentes, Rony Rei do Nascimento Silva, que destacou, também, a importância de figuras sergipanas naquele momento histórico do país, que deixa a monarquia, proclama a República e tem o primeiro presidente, Marechal Deodoro da Fonseca.
“Desde 1870 já havia, em Sergipe, o Manifesto Republicano, assim como políticos intelectuais e educadores, sobretudo no município de Laranjeiras, que traziam consigo estes ideais. Posso citar Gumersindo Bessa e Sílvio Romero, juristas e intelectuais que tinham acesso às teorias da República que circulavam naquele momento”, disse o professor Rony Rei.
Outro personagem bastante importante, na visão de Rony Rei, foi professor e jornalista, Baltazar Góes, em Laranjeiras, à frente de um periódico que muito contribuiu para a reverberação da República. Baltazar foi fundador e diretor do Liceu Laranjeirense, do Clube Democrático, promovendo uma série de conferências. Como jornalista, Baltazar foi redator de jornais republicanos, signatário da ata de fundação do Clube Republicano e autor de “A República em Sergipe – Apontamentos para a história – 1970-1889.
Também não foi à toa que o nosso primeiro presidente republicano, Deodoro da Fonseca, instituiu no Estado de Sergipe, não mais a província, a participação efetiva dos militares, intelectuais e o nosso Felisbelo Freire, médico que foi governador de Sergipe. Ele publicou em 1891 a História de Sergipe, na qual há um capítulo especial sobre o movimento republicano em Sergipe na sua História Constitucional da República dos Estados Unidos do Brasil.
Os desafios ocorreram na época da Proclamação da República, “pois tínhamos um contingente expressivo de ex-escravos, uma massa de trabalhadores para atuarem na indústria que começava a surgir. Outro desafio foi educar um contingente de analfabetos, sobretudo da zona rural”, completou o professor.